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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 20-01-2017 - 09:35 -   Notícia original Link para notícia
Comércio pede veto a reajuste de passagens


Estudo feito pelos lojistas indica gasto adicional de R$ 15 milhões


Afetado por grave crise das vendas, o comércio tenta reverter o reajuste das passagens de ônibus em Belo Horizonte, devido ao efeito negativo do custo adicional para a população sobre o caixa do setor. A de Belo Horizonte (-BH) enviou ofício ao prefeito Alexandre Kalil (PHS) pedindo a revogação do aumento das passagens até que a nova equipe faça auditorias e estabeleça outro percentual. A entidade justifica a iniciativa em razão de impacto mensal estimado sobre os gastos das empresas de 15%, o que representaria acréscimo superior a R$ 15 milhões em despesas com transporte de seus empregados.


"O reajuste afeta diretamente a saúde financeira das empresas instaladas nesta capital, visto que elas arcam com cerca de 70% do custo com transporte dos trabalhadores e os setores de comércio e serviços da capital já vêm registrando sucessivas baixas nas vendas", afirmou o vice-presidente da -BH, .


A correção das passagens foi anunciados no fim do ano passado, ainda na gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), e mantida por Kalil. Os valores tiveram reajuste de 9,4%, passando de R$ 3,70 para R$ 4,05 nas linhas troncais e principais e de R$ 2,65 para R$ 2,85 nas alimentadoras e circulares. A nova tarifa entrou em vigência no último dia 3.


De acordo com estudo feito pela -BH, as micro e pequenas empresas foram as mais prejudicadas pelo reajuste. O impacto mensal nas contas dos micro-empreendimentos foi de R$ 5.341.577,38. A capital tem 55.507 registros nessa categoria. Já as pequenas empresas somam 9.935 e, neste caso, sofreram pressão ainda maior, de R$ 6.267.569,26.


As 1.040 médias empresas do setor na cidade foram impactadas em R$ 1.656.909,80 e as grandes (868 empreendimentos) tiveram gasto adicional de R$ 1.856.218,00. Apesar de os aumentos serem anuais e ocorreram desde gestões anteriores, o vice-presidente da /BH, afirma que o momento atual da economia e o início da nova gestão motivaram a entidade a tomar essa iniciativa. "Historicamente esses aumentos ocorrem na mudança de ano, mas nesse caso temos gestão nova e planos de governo que trataram de melhoria do transporte coletivo. E um dos pontos apontados na campanha seria revisão do valor da tarifa de ônibus", afirmou Marcelo Silva.


Ainda de acordo com o representante da -BH, caso a administração não se mostre sensível ao tema, haverá muita dificuldade para os comerciantes. Segundo ele, boa parte das empresas já cortou muito nas despesas, principalmente, por causa da crise, e o próximo passo seria fechar o negócio. "Pode ser um resultado desastroso, nós não tivemos uma retomada da economia como esperávamos. E esses impactos negativos de custo são muito prejudiciais", considerou.


Silva diz que o comércio é o maior empregador da iniciativa privada em Belo Horizonte e o impacto vai além de mera insatisfação, mas prejudica a economia da cidade. "Os segmentos de comércio e serviços formam o setor produtivo que mais emprega e dinamiza o desenvolvimento econômico da capital, respondendo por mais de 75% do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto da produção de bens e serviços) de Belo Horizonte. Estamos entoando o coro legítimo da população. Afinal, o aumento das passagens prejudica tanto o empresário, quanto o cidadão", afirmou .


Desde que foi aplicado, o reajuste já levou diversas pessoas a se manifestarem nas ruas da cidade. O Movimento Passe Livre, inclusive, entregou ao prefeito carta em que questiona os percentuais do aumento concedido.


Ainda durante a campanha eleitoral, Alexandre Kalil usou como mote a "abertura da caixa preta" que seria a operação das empresas de ônibus em BH.


Essa afirmação foi usada quando manifestantes no dia da posse entoaram gritos de "cancela, Kalil", em referência ao aumento das passagens e também ao reajuste no valor dos salários de vereadores, secretários municipais e do próprio prefeito e do vice, Paulo Lamac (Rede). A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) foi procurada pela reportagem do Estado de Minas, mas não se manifestou sobre o pedido feito pela -BH até o fechamento desta edição.



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Marcelo de Souza e Silva
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