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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 12-01-2017 - 09:49 -   Notícia original Link para notícia
Inflação na meta faz BC baixar juros a 13%

IPCA acelera para 0,30% em dezembro, mas fecha ano em 6,29%, abaixo do limite de 6,5% fixado pelo governo. Copom surpreende e corta 0,75 ponto na Selic. Taxa é de 6,6% em BH


Brasília - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,30%, ante uma variação de 0,18% em novembro, e a taxa acumulada no ano ficou em 6,29%, dentro do teto da meta de inflação para o ano, de 4,5% com dois pontos para mais ou para menos, segundo informou na manhã de ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de acelerar em dezembro e de fechar o ano acima do teto em sete das 13 capitais pesquisadas, a notícia do IPCA dentro da meta foi a senha para o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduzir, no início da noite, a taxa básica de juros (Selic) de 13,75% para 13% ao ano, no maior corte em quase cinco anos (em abril de 2012 a Selic caiu de 9,75% para 9%).

Decidido por unanimidade, o corte de 0,75 ponto na taxa de juros surpreendeu o mercado, que esperava uma redução de 0,5 ponto na primeira reunião do Copom este ano. A decisão foi comemorada pela indústria. Em nota divulgada logo após o anúncio do BC, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que a decisão do Copom foi acertada diante da forte desaceleração da inflação e da frustração das expectativas de recuperação da atividade econômica. "A indústria considera que a redução significativa dos juros é importante para recuperar as condições financeiras das empresas e das famílias e abrir caminho à reativação dos investimentos, do consumo, da produção e do emprego", diz a entidade na nota.

"O caminho é correto. Mas, é preciso persistir nos cortes. Com a inflação em queda, assim como a atividade econômica, será preciso cortes ainda mais substanciais no juro básico", afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em nota. O corte na Selic foi comemorado também pelo varejo. "Apesar de altíssimos, os juros começam a apresentar uma ligeira queda. Ainda não é o ideal, mas já é um respiro que estamos tendo com a terceira queda consecutiva. A medida é uma força para alavancar e incentivar os investimentos produtivos responsáveis pela geração de emprego e renda", avaliou ontem a de Belo Horizonte (-BH).

Assim como os juros, o recuo da inflação surpreendeu ainda mais os analistas, que esperavam um IPCA dentro do teto da meta, mas em 6,35%. A inflação abaixo do teto da meta foi alcançada graças ao avanço de 0,30% registrado em dezembro. Embora a variação seja positiva, foi a menor para o mês desde 2008. E também veio abaixo da mediana do mercado, de 0,36%. O IPCA de 6,29% no ano passado mostra um forte recuo em relação ao índice de 10,67% registrada em 2015 e é a menor taxa em três anos.

Em Belo Horizonte, a inflação medida pelo IPCA também acelerou de novembro (0,16%) para dezembro (0,24%) e com isso, a capital mineira fechou o ano com inflação acumulada de 6,6%. BH foi uma das sete capitais onde o IPCA estourou a meta no ano passado. A taxa mais alta foi registrada em Fortaleza (8,34%) e a mais baixa em Curitiba (4,43%). Além de BH e Fortaleza, a inflação estourou a meta em Campo Grande (7,52%), Recife (7,10%), Porto Alégre (6,95%), Belém (6,77%) e Salvador (6,72%). Já Rio de Janeiro (6,33%), São Paulo (6,13%), Brasília (5,62%), Goiânia (5,25%) e Vitória (5,11%) foram as regiões com inflação dentro da meta, além de Curitiba.

Pressão alta O movimento de desaceleração da inflação, no entanto, não foi atingido totalmente graças aos gastos com saúde e cuidados pessoais. As despesas desse grupo subiram, em média, 11,05%. Foi o maior resultado para um ano desde pelo menos 2001. Com os procedimentos médicos ficando cada vez mais caros em um dos poucos mercados em que ainda houve pressão de demanda por parte dos consumidores, o aumento foi inevitável.

Mas a inflação abaixo do teto da meta reforça, na opinião de analistas, que o processo de desaceleração da carestia deve ser mantido em 2017. Incluindo nas despesas com alimentação e bebidas, que subiram, em média, 8,6% no ano - abaixo dos 12% registrados em 2015. Apesar do alento sobre os preços, a professora Gleyce Maristela, 49 anos, ainda se queixa de alguns custos, como as carnes, que subiram 3% em 2016. "Alguns supermercados estão com os preços mais em conta, então preciso ficar procurando. Mas tudo poderia estar com um preço bem melhor. Está difícil comprar carne sempre e, por isso, estou comprando mais frango, como substituição", contou ela.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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