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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 11-01-2017 - 08:39 -   Notícia original Link para notícia
Crise empurra 700 mil para lista dos devedores

No fim do ano passado, 58,3 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, com uma ou mais dívidas em atraso. Apesar do número alto, recessão evitou explosão do calote no país



Pessoas consultam situação de crédito em Belo Horizonte. Cenário é de restrição de empréstimos


São Paulo - O número de consumidores inadimplentes caiu 0,41% em dezembro na comparação com novembro, informaram ontem o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Contudo, em relação a dezembro de 2015 o indicador continuou avançando 1,44%, mas, segundo o SPC e a CNDL, é a menor variação para um ano desde o início da série histórica. Mas não há motivo para comemorar. Em dezembro o Brasil chegou à marca de 58,3 milhões de pessoas inadimplentes, o que corresponde a 39% da população brasileira em idade adulta. Só no ano passado, 700 mil brasileiros passaram a integrar a relação de pessoas com dívidas em atraso. Em janeiro do ano passado eram 57,6 milhões de inadimplentes no país. Em 2015 foram 2,5 milhões de devedores a mais.
"A explicação para a desaceleração do crescimento da inadimplência desde o primeiro trimestre do ano reside no fato de que o próprio cenário de recessão da economia, que reduziu a capacidade de pagamento das famílias, também restringiu a tomada de crédito por parte dos consumidores", afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro. "Isso quer dizer que o consumidor encontra mais dificuldade para se endividar e, sem se endividar, não pode ficar inadimplente", explica.
Na divisão regional, o Sudeste concentra o maior número absoluto de CPFs inadimplentes: 24,23 milhões (37,3% da população adulta da região). O Nordeste aparece em segundo lugar no ranking de devedores, com 15,74 milhões de pessoas (39,7% da população adulta). Em seguida, vem o Sul (7,96 milhões ou 35,8% dos adultos), o Norte (5,34 milhões ou 46% da população adulta residente) e o Centro-Oeste (4,99 milhões de inadimplentes, o que representa 43,8% da sua população).
Já a faixa etária com maior incidência de inadimplência é de 30 a 39 anos. Em dezembro, quase metade da população nesta faixa etária (49,38%) tinha o nome inscrito em uma lista de devedores, somando 16,81 milhões de pessoas. O SPC e a CNDL ainda ressaltam o percentual significativo entre 25 e 29 anos (46,65%), assim como na faixa etária entre 40 e 49 anos (46,24%).
O volume de dívidas em nome de pessoas físicas recuou 2,24% na comparação anual entre dezembro de 2016 e o mesmo mês de 2015. O setor de comunicação, que engloba atrasos em contas de telefonia, internet e TV por assinatura, foi o que mostrou a maior queda de dívidas em dezembro, com declínio de 17,77% no confronto interanual. Já o setor que apresentou a maior alta foi o de água e luz, cujo crescimento foi de 13,62%.
Já em termos de participação, os bancos concentram a maior parte das dívidas existentes no país: 48,26%. Em seguida, aparece o comércio (20,04%), o setor de comunicação (13,07%) e o de água e luz, que concentra 8,55% do total de pendências. O indicador de inadimplência do consumidor é levantado a partir das informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil e a CNDL têm acesso e refere-se às capitais e interior dos 27 estados brasileiros.
O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação.

Recessão na estrada

O fluxo total de veículos nas estradas pedagiadas do Brasil acumulou queda de 3,6% em 2016, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada. O fluxo de veículos leves recuou 2,8% no ano passado, enquanto o de pesados baixou 6,0%. Em dezembro, o fluxo total avançou 1% ante novembro, na série com ajuste sazonal. O fluxo de veículos leves aumentou 0,7%, enquanto o de pesados subiu 4,8%. Já na comparação com dezembro de 2015, o fluxo total caiu 1,7%, com retração de 1,3% nos leves e de 3,5% nos pesados. "O menor desempenho do fluxo de veículos leves ao longo de 2016 está associado à intensificação do processo de deterioração do mercado de trabalho", afirma Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria. "Por sua vez, o fluxo de veículos pesados fecha o segundo ano consecutivo de retração do indicador Isso está ligado à perda de dinamismo da produção industrial", ressalta.


Promoções embalam o comércio


Rio de Janeiro - As vendas do comércio varejista subiram 2% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o desempenho mais positivo desde julho de 2013, quando as vendas aumentaram 2,9%, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE. Quando considerados apenas os meses de novembro, o varejo teve o melhor desempenho desde 2007, quando o volume vendido cresceu 2,3%. O resultado quase compensa a queda de 2,3% acumulada entre os meses de julho e outubro, ressaltou o IBGE. As promoções de novembro, especialmente a Black Friday, impulsionaram as vendas no varejo em relação ao mês anterior, num movimento de antecipação de compras para o Natal, segundo explica a coordenadora da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Isabella Nunes.
Para Isabella, no entanto,  o resultado de novembro não altera a trajetória negativa do comércio varejista. "O resultado do varejo é bom, mas pontualmente. É um resultado positivo, mas não reverte a trajetória negativa que o varejo vem mostrando já há algum tempo", declarou a responsável pela PMC. Na comparação com novembro de 2015, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 3,5% em novembro de 2016. As vendas do varejo restrito acumulam retração de 6,40% no ano e recuo de 6,50% em 12 meses.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 0,60% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal. Na comparação com novembro de 2015, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 4,5% em novembro de 2016. Até novembro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 8,8% no ano e recuo de 9,1% e 12 meses.
Em Minas, segundo o IBGE, em novembro as vendas do varejo registraram alta de 0,3% em relação a outubro e queda de 0,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. No ano, as vendas do comércio no estado registram queda de 1,5% em relação aos 11 primeiros meses de 2015. Na capital, segundo a (-BH), o tombo acumulado de janeiro a novembro é de 1,47% sobre o mesmo período do ano anterior. O economista da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida também acredita que o aumento das vendas em novembro foi impulsionado pela Black Friday, promoção realizada no último fim de semana do mês.
Para Guilherme, o cenário de fragilidade do mercado de trabalho - com avanço do desemprego e queda na renda - continuou impactando negativamente as vendas do setor no acumulado do ano e na comparação com novembro de 2015. Ele afirma ainda que o "elevado custo do crédito também afetou a decisão de compra das famílias, influenciando, sobretudo, o consumo de bens duráveis, que necessitam de melhores condições de financiamento. O presidente da -BH, , lembra que "apesar da retração (no acumulado de janeiro a novembro em BH), o índice é menor que o observado no mesmo período do ano anterior".



Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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