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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 10-01-2017 - 08:58 -   Notícia original Link para notícia
Pesquisa de preços é a primeira lição dos pais

Com aumentos de até 36%, material escolar tem variações de valor que chegam a 610%, segundo levantamento feito em BH. Aquisição da lista em grupo pode garantir descontos



A gerente da Panorama Papelaria, Eliane Nunes, recomenda compra antecipada para evitar os aumentos que ainda devem ser aplicados



Movimento em livraria de Belo Horizonte: lojistas projetam aumento de 5% nas vendas este ano. Consumidor se mostra mais cauteloso


Pesquisar, pesquisar e pesquisar são as três premissas que os pais devem seguir antes de comprar o material escolar dos filhos este ano. Levantamento da empresa de pesquisa e comparação de preço Mercado Mineiro mostra que o mesmo produto chega a ter diferença de 610% no valor conforme a papelaria. Além da variação de preços entre os estabelecimentos, a lista também ficou mais salgada em relação ao ano passado, com aumento de até 36%. A de Belo Horizonte (-BH) projeta um crescimento de 5% nas vendas de papelaria e calcula que a lista da escola ficou, em geral, 20% mais cara. Pais adotam estratégia de comprar em grupo para conseguir descontos.

A cola branca de 40g pode ser encontrada de R$ 0,69 a R$ 4,90, uma variação de 610%. O caderno espiral de 96 folhas pode custar de R$ 3,99 a R$ 16,90, uma diferença de 323%. Dependendo da papelaria, o valor pacote de papel A4 branco com 100 folhas varia de R$ 3,95 a R$ 8,90, preço 330% maior. Tesoura, régua, caderno brochurão, lapiseira têm preços com diferença acima de 100%.

"O que realmente vai pesar na compra de material escolar são os papéis. O aumento médio foi de 20%, no caso dos cadernos e das folhas A4", afirma o coordenador do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu. Segundo ele, apesar da diferença de preço astronômica de alguns itens como a cola branca, cuja variação alcançou 610%, os pais têm que considerar sobretudo o valor de produtos mais caros, como o papel. "Muitas vezes, o consumidor é fisgado por itens mais baratos. Tem que pegar a lista completa e avaliar qual das papelarias está mais em conta. Cada lista tem sua peculiaridade", comenta.

Em relação a 2015, os papéis tiveram o maior aumento no preço médio, conforme a pesquisa do Mercado Mineiro. O caderno universitário espiral capa flexível de 96 folhas passou de R$ 4,27, em média, para R$ 5,81, um salto de 36%. A queda de preço ocorreu em produtos pontuais, como algumas borrachas, canetas e apontadores. A pesquisa apurou o valor de 82 produtos em 14 estabelecimento no período de 2 a 7 de janeiro.

QUANTO ANTES MELHOR A gerente da Panorama Papelaria, Eliane Nunes Lima, avisa que é melhor não deixar a compra para depois, pois há produtos que devem subir de preço. Outra dica é criar um grupo de pais e pleitear um desconto conjunto nos estabelecimentos. A prática está ganhando o mercado e, na Panorama, grupos de pelo menos 10 compradores ganham desconto de 15% sobre a lista completa. "Também estamos parcelando em até sete vezes e cobrindo o preço de outras papelarias", afirma Eliane, que já sente resultado positivo, embora as listas estejam mais enxutas.

Na papelaria Papeluché, os preços também podem sofrer novos reajustes, por isso, o conselho do subgerente Daniel Ronald: "Quanto antes comprar, melhor". Ele confirma os resultados da pesquisa do Mercado Mineiro e aponta que cadernos e papéis em geral puxaram a alta. "O papel teve aumento de 30% em relação ao ano passado", destaca.

O -BH prevê aumento de 5% na venda de material escolar, puxado principalmente pelo reajuste no valor dos livros didáticos. "Os livros representam de 70% a 80% do preço do material e, normalmente, já têm aumento de 10% a 20%", afirma o diretor da Câmara Setorial de Papelaria do CDLH, Adriano Boscatte. Segundo a entidade, em geral, os pais vão desembolsar 20% a mais com a lista de material escolar.

Dono das papelarias Mixpel, Boscatte sente um comportamento diferente dos clientes nas compras este ano. Os produtos de primeira linha foram substituídos por genéricos, a mochila do ano passado volta às aulas junto com os alunos em 2017 e somente os livros continuam os mesmos, já que são indicados pela escola. "Como eles não conseguem economizar no livro, acabam preferindo o resto do material de marcas mais baratas", reforça. Boscatte considera que este ano eles estão pesquisando mais e gastando menos. "Em 2015, falava-se de dificuldade. Este ano, só se falou de crise", afirma.



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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