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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 26-12-2016 - 08:26 -   Notícia original Link para notícia
Marcas 'novatas' já representam 22,9% do mercado de celulares

Na crise, brasileiro opta por smartphones com preço mais em conta


Sonho de consumo entre os brasileiros, os smartphones que lideram a lista de compras deste fim de ano ostentam marcas ainda pouco conhecidas da maior parte do público. Num mundo além das linhas Galaxy, da Samsung, e iPhone, da Apple, uma nova geração de nomes como Quantum, Zenfone, Pop, Vibe, Fly, Müv e Idol vêm ganhando cada vez mais adeptos no Brasil e fazendo forte investimento no varejo. Impossível não notar a força das novatas, que, juntas, diz a consultoria IDC, já somam 22,9% do mercado nacional.


FABIO ROSSIAlô, alô. Com dólar alto e lançamentos de modelos mais potentes, preços médios de smartphones devem chegar ao fim do ano entre R$ 950 e R$ 980


Mas, apesar da concorrência das novas marcas e do aumento da escala, os preços dos aparelhos, em geral, seguem elevados. O valor médio de um smartphone chegou ao fim de setembro a R$ 962,92, alta de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando havia ficado em R$ 865,53. A estimativa é que o preço chegue ao fim deste ano oscilando entre R$ 950 e R$ 980. E isso tudo apesar dos descontos dados pelas teles em suas lojas, que, em alguns casos, chega a 50%.


Segundo Diego Silva, analista da IDC, o patamar de preço no Brasil é explicado porque os maiores fabricantes decidiram por um portfólio com modelos mais sofisticados, com câmeras de maior resolução, processador mais potente e maior capacidade interna de memória. É o caso de modelos como o S7 e o iPhone 7, cujos preços saem a partir de R$ 3,2 mil e R$ 3,5 mil, respectivamente.


- Os maiores fabricantes estão otimizando seus portfólios, de olho no público que já está em seu segundo aparelho. Por serem mais robustos, ficam mais caros. Além disso, há o câmbio. Com o avanço do dólar, o preço sobe, já que muitos componentes são importados. Mas é importante frisar que um celular hoje que sai a R$ 999 tem muito mais potência que um mesmo aparelho que saía a R$ 999 no ano passado - disse Silva. - De todos os aparelhos vendidos, 76% custam até R$ 999.


BRASILEIRA, CHINESA E TAIWANESA GANHAM ESPAÇO


E o consumidor, endividado, vem aproveitando a crise para experimentar novas marcas. Em alguns casos, o movimento acaba sendo natural. A dona de casa Maria do Couto decidiu comprar um novo aparelho e se deparou com uma série de nomes desconhecidos. Pesquisou e comprou um celular Quantum Fly. Depois descobriu que a marca era da Positivo, famosa pelos computadores:


- Dentro do que eu queria, achei esse o mais barato. Não entendo por que tudo está tão caro.


A Positivo já tem 5,6% de participação no mercado. A companhia, explica Norberto Maraschin Filho, vice-presidente de Mobilidade, conta com duas apostas. Há a Quantum, que tem as marcas Fly e Müv, com valores entre R$ 849 e R$ 1.449, memória interna de até 32 giga e câmera com resolução de até 16 MB. Além disso, há a própria marca Positivo com as linhas Selfie, Twist e Next - com preços entre R$ 399 e R$ 699. Nesse caso, a resolução da câmera é em média de 5 MB.


- Todos os modelos são com o sistema operacional Android, do Google. O mercado amadureceu e o consumidor quer inovação e boa relação custo benefício. Em 2017, a Quantum terá muitas novidades. Na linha Positivo, vamos reformular toda a linha - disse Maraschin.


Outra que ganha espaço no varejo é a Alcatel, da chinesa TCL. Em 2015, a empresa apostou nas marcas Pixie e Pop, com preço médio de R$ 800, e Idol, de R$ 1.500. A Idol, que já está em sua quarta geração, traz óculos de realidade virtual. A companhia tem 7,5% de participação de mercado. Fernando Pezzotti, presidente da Alcatel, ressaltou que a companhia concentra sua atuação hoje nas redes varejistas, com 80% das vendas.


- Quem usa Android começou a buscar novas opções. Por que vou comprar algo de R$ 3,5 mil se um aparelho de R$ 1,5 mil vai entregar algo bacana? A receita dobrou este ano - diz Pezzotti.


A taiwanesa Asus fez sua estreia no segmento de smartphones no fim de 2014 com a marca Zenfone. Desde o ano passado, a empresa vem lançando modelos com diferentes faixas de preços, com opções de R$ 899, com 16 giga de memória interna, a R$ 4,6 mil, com 256 giga de armazenamento interno.


- Vamos fechar o ano de 2016 com o dobro de smartphones vendidos em relação a 2015. O Brasil é o segundo país que mais vende o Zenfone 3, atrás de Taiwan - disse Yuri Franco, principal executivo da área de marketing da Asus.


Fabricantes como Alcatel e Asus vêm apostando no varejo para impulsionar suas vendas, já que o setor deve ter queda de 10% no volume de vendas neste ano em relação ao ano anterior. Segundo a IDC, da base instalada, 65% das linhas ativas no Brasil já utilizam um smartphone.


No varejo, a Vibe também chama a atenção do consumidor. A marca pertence à Lenovo, que também comanda a Motorola, uma das mais populares no Brasil, ao lado de Apple, Samsung e LG.


- Nos últimos 12 meses, lançamos quatro modelos. E agora, entre os meses de dezembro e janeiro de 2017, chegam mais dois produtos ao mercado, Vibes K6 e K6 Plus, que contam com sensor de impressão digital. Cumprimos o objetivo proposto que era alcançar 30% do nosso faturamento com os modelos da marca - diz Sérgio Buniac, presidente para América Latina.


De olho nessa demanda, o varejo também vem investindo no canal. Mariano Teixeira, gerente de operações comerciais mobile da Via Varejo, responsável pela administração de Casas Bahia e Pontofrio, lembra que a rede já conta com lojas que só vendem celulares. Em algumas regiões, as lojas que passaram a ter o novo conceito registraram melhora nas vendas de até 52,7%.



- A categoria de smartphones é uma das mais importantes da Via Varejo, tanto no ecommerce, como nas lojas físicas. São dez lojas mobile. No Rio, usamos a marca Ponto Frio. Agora, passamos a oferecer a venda de plano de forma mais rápida, pois integramos o sistema da rede com o das teles - diz Mariano Teixeira, gerente de operações mobile da Via Varejo.


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