Para a CDLCDL-BH, a medida do governo federal pode reduzir a inadimplência e reaquecer o consumo

A decisão do presidente da República, Michel Temer, em liberar o saque de contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), inativas até dezembro de 2015, e de reduzir os juros do cartão de crédito foi comemorada pelo comércio da Capital. Com as duas medidas colocadas em prática, o setor acredita que haverá queda na inadimplência e, consequentemente, o reaquecimento do consumo de bens e serviços.

Presidente da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH), Bruno FalciBruno Falci avalia a ação do governo federal como uma oportunidade para o varejo se recuperar da recessão econômica que vem afetando o País nos últimos dois anos. O dirigente ressalta que o elevado número de consumidores sem crédito é ruim e tem influência direta na redução das vendas.

"Agora, com a possibilidade de o trabalhador utilizar seu FGTS para quitar dívidas e realizar compras esperamos que o setor ganhe novo fôlego", avalia.

De acordo com a proposta de Temer, não haverá limite para o saque do FGTS. A inexistência de um teto, neste caso, não preocupa o governo federal, já que, segundo levantamento do Ministério do Planejamento, a maior parte das contas - cerca de 86% - não ultrapassam um saldo de um salário mínimo (R$ 880). Ao todo, a medida deve beneficiar 10,2 milhões de trabalhadores.

O governo pretende, com isso, injetar em torno de R$ 30 bilhões na economia, valor equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com os recursos disponíveis, Falci espera que haja redução da inadimplência, que tanto prejudicou o comércio em Belo Horizonte em 2016. "Somente em outubro, o número de devedores na Capital cresceu 3,15% frente ao mesmo período de 2015", disse.

Sobre o corte de juros do cartão, Temer não entrou em detalhes, mas afirmou que a redução deve ser de mais da metade já nos primeiros meses do próximo ano. Para o presidente da CDLCDL-BH, a medida é fundamental, já que as altas taxas de juros neste caso são algumas das principais causas da inadimplência.

"Os juros cobrados nas transações com cartão de crédito são os mais altos do mercado e, por isso, assumem o papel de vilão da inadimplência no País. Nosso entendimento é que o juro menor é um estímulo ao consumo que favorecerá a retomada da economia", conclui Falci.

Diário Oficial - Foi publicada na sexta-feira, 23, no Diário Oficial da União, a medida provisória que eleva a rentabilidade das contas vinculadas do trabalhador por meio da distribuição de lucros do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e dispõe sobre a possibilidade de movimentação de conta do Fundo.

Sobre o saque das contas inativas do FGTS não foi publicado um calendário, mas na quinta-feira o Ministério do Planejamento informou que as operações começarão em fevereiro e que um calendário será anunciado com base na data de nascimento de cada um. Com informações da Agência Brasil.

O setor avalia que a iniciativa é uma oportunidade para o varejo se recuperar da recessão econômica e ganhar fôlego/Alisson J. Silva