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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 23-12-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Atraso no 13º do Estado impacta vendas

Assim como nos anos anteriores, o Natal de 2016 será marcado pelos presentes de menor valor/Alisson J. Silva

O pagamento atrasado do 13º salário do funcionalismo no Estado pode impactar fortemente os resultados do comércio neste fim de ano. Apostando nas vendas de Natal para reduzir parte do prejuízo acumulado ao longo de 2016, os lojistas de Belo Horizonte afirmam que a medida anunciada pelo governo de Minas Gerais no início do mês tem, ao lado do desemprego e da insegurança quanto ao futuro do País, contribuído diretamente para a queda na comercialização de produtos referente à data.

Acostumado ao movimento de fim de ano no hipercentro da Capital, o analista de sistemas da loja de calçados e acessórios femininos Pé de Mulher, Wesley Menezes, afirma que boa parte dos consumidores da unidade localizada na avenida Afonso Pena são servidores públicos que trabalham na região. Entretanto, sem o benefício disponível, ele conta que esse grupo de clientes acabou se dispersando. O fato piorou ainda mais o quadro de retração nas vendas, que já vinham caindo devido à crise financeira nacional.

A esperança do estabelecimento em conseguir um incremento na receita neste fim de ano, portanto, transformou-se em frustração. "A nossa expectativa era de que as vendas no Natal fossem próximas ou melhorassem em relação ao ano passado. Mas, na realidade, não está sendo não. Estamos achando, inclusive, que nossas vendas vão cair em torno de 5% no Natal frente a 2015", pondera Menezes. Desde 2004 no mercado, a Pé de Mulher possui 11 lojas espalhadas em Belo Horizonte e uma em Ouro Preto, na região Central.

Sentimento semelhante tem Deni da Costa, gerente da loja da Najara Indira do Shopping Del Rey, na região Noroeste. Segundo ela, os funcionários públicos tradicionalmente garantiam uma venda melhor para a empresa de moda feminina, mas, neste ano, o atraso no pagamento do 13º salário tem barrado o consumo. O temor da população quanto ao que estar por vir na economia do Brasil também é outro fator que tem pesado muito na hora da compra, ressalta a gerente.

No último dia 7, o governo de Minas Gerais anunciou que faria o pagamento do 13º salário dos servidores públicos de forma parcelada. De acordo com a Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), independentemente do valor do vencimento, todos os funcionários receberiam 50% do benefício no dia 22 (ontem) e o restante, dependendo do salário, poderia ser pago até março. A decisão teria sido baseada na forma como vem sendo feito o pagamento do vencimento dos servidores, que, desde o início do ano, têm recebido de forma parcelada.

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Consumidores estão menos endividados

"Lembrancinhas" - Em 2016, Deni prevê que o Natal deverá ser mesmo das "lembrancinhas". O tíquete médio da loja que no ano passado era de R$ 100 por presente, desta vez não deve passar de R$ 50. A gerente destaca ainda que houve uma mudança no perfil das compras neste Natal entre suas consumidoras. De acordo com Deni, elas têm deixado de adquirir roupas para uso próprio para priorizar algum presente na data.

"A maioria dos consumidores entram aqui dizendo que não vai presentear muitas pessoas neste ano, somente algum amigo oculto ou , mesmo assim comprando a R$ 50. Roupas para uso próprio, que a gente vendia muito, ninguém está levando desta vez", ressalta.

Há 25 anos no comércio da Capital, o empresário Altair Rezende, proprietário da loja de brinquedos Brinkel, no bairro Padre Eustáquio, acredita que não fossem esses fatores, as vendas no Natal deste ano poderiam estar melhores. "A gente está conseguindo empatar com o desempenho de 2015, mas estamos fazendo um trabalho grande para isso", afirma.

Rezende afirma que a primeira quinzena de dezembro foi de fraco movimento na loja, mas, a partir daí, houve uma melhora significativa. Ele espera que até o fim do mês a situação evolua um pouco mais. "Para nós, se empatar (vendas em relação às do ano passado) já é um bom resultado. Foi um ano sofrido", lembra o empresário, que projeta uma queda de 5% nas vendas para todo o ano.

Levantamento feito pela de Belo Horizonte (-BH) divulgado no início deste mês projeta uma margem de -1,10% a 1,24% para o faturamento do comércio neste Natal, algo entre R$ 3,01 bilhões e R$ 3,08 bilhões. Mesmo com a possibilidade de crescimento, o setor se mostra pessimista e acredita que a data deve ser marcada por queda nas vendas. Ainda de acordo com números da entidade, em 2016, 75,8% dos belo-horizontinos vão presentear alguém no Natal. Em 2015, esse percentual era de 89%.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Criança
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