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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 19-12-2016 - 07:49 -   Notícia original Link para notícia
Contra a crise, óticas apostam em franquias e óculos de grau

Redes usam competitividade para atrair clientes e enfrentar retração


Grandes redes de óticas mantêm planos de expansão no país, apesar da crise que transformou em retração o crescimento de dois dígitos ao ano que o setor apresentava até 2013. Esses grupos enxergam longe: apostam em abertura de franquias - apoiada em preço competitivo e pagamento facilitado - para crescer, ganhar mercado e fortalecer o negócio para a retomada da economia.


GUITO MORETOExpansão. Franquia GrandVision by Fototica, em Jacarepaguá: rede tem duas no Rio, e a meta é abrir mais 5 em 2017


- Esperamos crescimento em vendas de quase 10% este ano. Ótica é necessidade básica. Por isso, mesmo na crise, se mantém. Nossa expansão é apoiada em escala, oferecendo preços competitivos, a partir de R$ 99 - explica Murillo Piotrovski, diretor de marketing da GrandVision by Fototica.


A paulistana Fototica foi adquirida pelo grupo holandês dono da GrandVision em 2007, junto com duas empresas do Nordeste. Em março, veio a união das marcas. Ao todo, tem 90 lojas próprias e 17 franquias.


- Lançamos as franquias este ano e já temos 17. As lojas têm as armações expostas, permitindo ao cliente experimentar os modelos. Já são duas filiais no Rio, vamos abrir mais cinco em 2017 - conta Piotrovski.


FATURAMENTO 22% MENOR


Apesar de tudo, o setor de franquias rema contra a maré. Avançou 8,3% em 2015, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF). O segmento de bijuterias, joias e óculos cresceu 11,7%, acima da média do setor.


Bento Alcoforado, presidente da Abióptica, que reúne as empresas do setor, explica que a economia modela o mercado:


- Em 2011, o faturamento das óticas cresceu 25% no Brasil. O país atraiu grandes grupos internacionais, como a Luxottica, dona da Ray-Ban. A francesa Essilor ampliou os investimentos aqui. Mas a instabilidade política dificulta a vinda de outros grupos.


O crescimento no início da década foi puxado pelo ganho de renda das classes Ce D, explica Alcoforado. De dois anos para cá, porém, a tendência se inverteu. Em 2013, a expansão no faturamento foi de 25%. No ano seguinte, desacelerou para 5%, e em 2015, encolheu 8%. Nos 12 meses acumulados até outubro, contra um ano antes, a retração bateu 22%.


- O mercado é principalmente de óticas independentes, com menos capacidade de investir em promoção e negociar preços com fornecedores. Por isso a adesão às franquias de grandes redes - conta Alcoforado.


Com as franquias, a GrandVision chegou a Alagoas, Ceará e Rio este ano. Na capital fluminense, abre hoje sua segunda filial, no Via Parque Shopping.


- Adaptamos a seleção de produtos ao perfil do brasileiro e por ponto de venda. Na Europa, a preferência é por armações mais sóbrias; aqui, o consumidor busca modelos mais coloridos - conta Piotrovski.


A recessão cortou, de início, o consumo de óculos de sol, que caiu 21% em dois anos. As compras ficaram mais restritas aos óculos de grau, ou na troca só das lentes, mantendo a armação.


PROMOÇÃO DE LENTES


Para manter o resultado positivo é preciso criatividade. A Chilli Beans, que impulsionou o consumo de óculos de sol no país, tem 700 pontos de venda no Brasil e no exterior. Abriu 88 este ano, alcançando avanço de 3,5% no faturamento - em 2014, foram 20%. O desempenho foi garantido pelo início das vendas em óticas multimarcas, com óculos de grau.


A mudança no consumo também foi percebida pela Óticas Carol, outra grande rede, que prevê encerrar 2016 com crescimento de 17%, diz o presidente Ronaldo Pereira.


- O consumo migrou de moda para saúde, e focamos as promoções em lentes de contato e oftálmicas. Mas abrimos 156 lojas, batendo 980, pouco abaixo da meta de mil - conta. - Estamos mais seletivos na escolha de novos franqueados. Este ano, só 10% da expansão vieram da conversão de óticas independentes.


Como a Fototica, a Carol aposta em diversidade de produtos e, sobretudo, facilidade de pagamento e preço competitivo.


Na outra ponta, a carioca Lunetterie volta suas atenções para o segmento premium.


- Somos a porta de entrada de novas marcas internacionais no Rio. Nossa clientela busca serviço de qualidade, com a compra motivada pelo desejo, não só pela necessidade - conta a sócia Diana Reis, afirmando ter mantido o faturamento de 2015.


O mercado, explica ela, vem se tornando cada vez mais competitivo, e é preciso ter um diferencial para se destacar e garantir bom desempenho.


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