Seja por sua localização privilegiada, seja por sua gente, capital é referência nesse segmento
Encontrar riquezas em Belo Horizonte não é uma tarefa difícil para diversos investidores - e há muito tempo é assim. Sua forte vocação comercial e a sua localização, tão próxima de tantos itens de valor, como dos minerais, conferem à capital mineira particularidades únicas. Sua gente, que prestigia os produtos locais e é capaz de torná-los essencialmente fortes no mercado, ainda dá um impulso a mais para que a cidade se destaque economicamente, conquistando os empreendedores.

É aliando muitas de suas características positivas que várias organizações conseguiram consolidar seus nomes. Em meados do século passado, por exemplo, teve início, no município, a joalheria Manoel Bernardes que, atualmente, exporta para vários países. Belo Horizonte, vizinha das minas, ofereceu muitas vantagens para a empresa e, ainda hoje, atua como uma associada do êxito.

"A cidade conta com um potencial incrível, com um povo acolhedor e trabalhador. Alguns outros fatores, como o turismo de negócios, reforça a sua posição estratégica", avalia Manoel Bernardes, presidente da empresa.

E não é para menos: só para se ter uma ideia, o comércio de bens e serviços é o responsável, há anos, por pelo menos 70% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade, como destaca Guilherme Almeida, economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG). Além disso, de acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2015, esse comércio detém 87,3 dos estabelecimentos, gerando 61,9% dos postos de trabalho do município.

"O setor funciona como porta de entrada para os profissionais, principalmente para aqueles que buscam o primeiro emprego. Os diferentes segmentos existentes possuem uma importância bastante nivelada. Há espaço para todos na capital mineira. Saliento a presença dos produtos artesanais, que oferecem a personalização, seja em artigos de uso pessoal ou em itens alimentícios", comenta o economista.

Por todos os lados. Se Belo Horizonte é terra em que em quase todo setor em que se investe dá resultados, as suas diferentes regiões revelam essa mesma realidade. Conforme destaca Bruno Falcci, presidente da Câmara dos Dirigentes LojistasCâmara dos Dirigentes Lojistas (CDLCDL), inicialmente, havia uma concentração de pontos comerciais no entorno da Praça Sete de Setembro, na região Centro-Sul da capital. No entanto, isso foi se expandindo.

"Atualmente, temos vários locais muito fortes. Podemos citar Savassi, Lourdes, Barreiro e Venda Nova como exemplo", diz ele, que revela, ainda, alguns fatores importantes para o surgimento de um cenário ainda mais sólido. "Nos últimos anos, o setor de turismo também tem se fortalecido e possui potencial para crescer ainda mais. A conquista do título de Patrimônio Cultural da Humanidade, por parte da Pampulha, que pode trazer mais pessoas à cidade, a reforma do Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) e o recebimento de shows internacionais e, ainda, o resgate do nosso Carnaval de rua, fazendo com que os moradores de Belo Horizonte permaneçam na cidade e consumam nela, são alguns dos fatores que vêm fortalecendo mais o comércio", afirma ele.

Com tanta amplitude, a escolha de muitas empresas é utilizar esse fator a seu favor. A Loja Elétrica, por exemplo, possui unidades em diferentes regiões, como nos bairros Engenho Novo, Guanabara e Sion. Conforme ressalta Wagner Mattos, diretor administrativo e financeiro do Grupo, a marca procura se estabelecer em pontos que contribuam para o oferecimento de bons serviços aos consumidores. "Belo Horizonte tem um tamanho e uma importância muito grandes. O comércio da cidade tem uma relevância bem forte para a nossa economia. É um local promissor", encerra ele.

FOTO: Uarlen Valério

"Belo Horizonte tem, muito forte, a questão da indicação. O boca a boca funciona de uma ótima maneira. Além disso, é possível ter um excelente relacionamento com os consumidores." Reginaldo Miranda, Proprietário da Celbrás

FOTO: Uarlen Valério

"Os mineiros valorizam os produtos locais, o que é bastante relevante. Os clientes gostam de marcar presença nas lojas, apreciam o fato de fazer contato pessoalmente e de conversar. Há esse lado tradicional." Camila Xavier, gerente da Emporium Store

FOTO: Uarlen Valério

"Estou há dois meses no mercado e me surpreendi positivamente com os resultados obtidos. Acho que as pessoas são bastante seletivas: o que dá certo em Belo Horizonte dá certo em qualquer lugar." Regina Prezotte, sócio-proprietária da DNA Empório