Planejamento financeiro é

essencial para evitar dívidas

(Foto: divulgação)

O ano está chegando ao fim e devido à crise econômica que acomete o país nos últimos tempos é preciso jogo de cintura para tentar fechar 2016 no azul. Uma pesquisa realizada pela Go-On Malta Cobrança, apontou que 52,4% dos brasileiros, optam por priorizar as contas de primeira necessidade (água, luz, aluguel etc).

Para o economista da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, a alta na taxa de desemprego é um dos fatores que levam as pessoas a se organizarem dessa forma. "Hoje, as famílias estão com o orçamento apertado. Tem a inflação, que corta o poder de compra, a taxa de juros elevadas, que torna o crédito restrito, além do desemprego. Todos temem perder a renda mensal num futuro próximo, devido a toda essa instabilidade. Por causa disso, as pessoas tem priorizado os itens de primeira necessidade, como água, alimentação, medicamentos etc".

O estudo revelou ainda que o cartão de crédito é o 4° item na ordem de pagamento dos consumidores. Algumas pessoas, em conversa com o Edição do Brasil, relataram deixar a fatura para o próximo mês, ou pagar o mínimo, se o orçamento estiver apertado. Porém, o economista alerta que essa estratégia pode fazer com que as famílias paguem 5 vezes mais do que devem. "Essa rotina faz com que a pessoa caia no crédito rotativo, que tem os juros girando em torno de 450% ao ano. O cartão de crédito não é um vilão, mas pode se tornar um se não usado corretamente. Pode haver um descontrole, acarretando em uma dívida muito maior e difícil de ser quitada".

Para ter controle de suas contas, o vendedor Humberto Rodrigues tem cautela no momento de utilizar o cartão de crédito. "Tenho uma família de adultos e priorizo as contas que pago todos os meses. Meu cartão de crédito é usado para contingências. Tento gastar o mínimo possível e saldar sempre o valor total da fatura para não acumular".

Adeus ano velho, feliz ano novo

Com o fim de 2016, muitas famílias estão correndo contra o tempo para fechar o ano livre das dívidas. "Esse é o melhor momento para a negociação com o credor. Muitas vezes os débitos são até reduzidos", instrui o economista.

Uma pesquisa feita pela Câmara dos Dirigentes LojistasCâmara dos Dirigentes Lojistas (CDLCDL/BH), mostra que, na capital, o número de consumidores que quitaram suas dívidas cresceu 3,06% em outubro. Esse índice já é maior do que o do ano passado, cujo resultado foi de 2,98% no mesmo mês.

Com 2017 batendo na porta, a palavra-chave para não se endividar é: planejamento. O especialista da Fecomércio MG diz que o correto é anotar tudo em uma planilha, ou até mesmo em um caderno. "Isso auxilia a família a ter um controle dos gastos fixos e extras. Sempre ter na ponta do lápis todo o orçamento a fim de direcionar e adequar seu comportamento de consumo a sua realidade financeira".

Almeida acrescenta ainda que é interessante que as famílias, se possível, separem um montante proveniente do 13° salário para pagar as contas extras com o início do ano. "O ano começa com IPVA, IPTU, material escolar e matriculas. É preciso se organizar para conseguir quitar todas essas despesas da melhor maneira", conclui.