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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 08-12-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Lojistas estão pessimistas para o Natal

A instabilidade política enfrentada pelo País prejudica o consumo, avalia a -BH/Alisson J. Silva

O Natal na capital mineira deve ser marcado por queda nas vendas do varejo. Apesar do levantamento feito pela de Belo Horizonte (-BH) projetar uma margem de -1,10% a 1,24% na variação do faturamento do comércio no período, algo entre R$ 3,01 bilhões e R$ 3,08 bilhões, o próprio presidente da entidade, , afirma que o setor pende para a expectativa por uma redução no consumo neste fim de ano. O motivo seria o cenário macroeconômico e político adverso, que vem cada vez mais desestimulando os consumidores a irem às compras.

"Tem uma chance de ainda ser melhor do que o ano passado? Tem, mas nós estamos em um momento de instabilidade profunda, principalmente política. A política está interferindo violentamente na parte econômica e influenciando negativamente", pondera Falci. Em dezembro de 2015, as vendas apresentaram recuo de 3,81%, fechando em cerca de R$ 3,04 bilhões.

Neste ano, de acordo com outra pesquisa da entidade, 75,8% dos belo-horizontinos vão presentear alguém no Natal. Em 2015, esse percentual era de 89%, uma redução considerável e que alimenta o pessimismo dos comerciantes. Para piorar a situação, o plano de pagamento do 13º salário anunciado ontem pelo governo de Minas Gerais acabou sendo um balde de água fria para o segmento no município, que contava com a injeção dos recursos para aquecer as vendas.

De acordo com a programação do Estado, a primeira parcela do benefício - equivalente a 50% - só será depositada no próximo dia 22. Dependendo do valor de cada salário, o restante pode ser dividido até março.

"Belo Horizonte tem um número de funcionários públicos muito alto, então a receita desse setor é muito importante. O ideal era que o Estado pagasse os servidores no início de dezembro para que esses tivessem tempo para fazer suas compras. Com certeza o atraso pode prejudicar as vendas. Se o 13º viesse antes, melhoraria tanto a inadimplência como o volume de vendas agora no Natal", destaca Falci.

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Perdas estão acima do nível histórico

Tíquete médio - Apesar da menor intenção de consumo neste Natal, os belo-horizontinos que presentearão na data se mostraram dispostos a gastarem um pouco mais. De acordo com o levantamento da -BH, o tíquete médio apurado para a data é de R$ 120,84, contra R$ 89,53 no ano passado. Entretanto, os consumidores relataram que, desta vez, o número de pessoas que serão agraciadas com mimos será menor.

Entre os produtos considerados ideais pelos moradores da Capital para presentear, as roupas aparecem em primeiro lugar, com a preferência de 32,4%. Os brinquedos vêm logo atrás (20,0%), seguidos de cosméticos/perfumes (18,5%) e calçados (16,7%). A escolha dos consumidores vai ao encontro do que esperam os empresários, que também apontaram os quatro itens, em ordem diferente, em suas projeções: roupas (38,6%), calçados (16,2%), brinquedos (6,6%) e cosméticos/perfumes (5,1%).

"Quem manda é o consumidor. O empresário não coloca o preço que ele quer, nem o produto que ele quer. Ele tem de ver o que o mercado está demandando para colocar à venda. O sucesso do empresário é isso: conseguir perceber o que o consumidor quer e quanto ele está disposto a pagar. Então, o empresário tem de, cada vez mais, conhecer o seu cliente para ter sucesso", explica o presidente da -BH.

A maior parte dos belo-horizontinos pretende pagar os presentes em dinheiro (47,7%), o que pode ser resultado da restrição do acesso ao crédito ou da inadimplência, que tem sido alta em 2016. Fatores como preço (47,5%), promoções e sorteios (13,8%) e bom atendimento (12,1%) serão fundamentais segundo os consumidores.

Para 2016, o comércio varejista prevê uma queda de 2,97% no faturamento como um todo. O valor é um pouco menor do que o recuo observado no ano passado, quando o setor amargou retração de 4,34%. Sobre 2017, Falci afirma que o cenário é nebuloso, sendo difícil arriscar qualquer projeção.

"Está uma incógnita, porque já mudamos presidente da República, presidente da Câmara dos Deputados e quase mudou o do Senado. Tudo isso impactando negativamente na economia. Tem várias tendências. No caso do PIB, tem tendência de crescimento de 1,8%, tem tendência de crescimento de 0,5%, então eles ainda estão falando em tendências de crescimento. E qualquer cenário de crescimento já é bem melhor do que um cenário negativo como o que estamos vendo pelo segundo ano consecutivo", pondera.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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