Em 2016, governo triplicou ICMS de itens de papelaria, o que salgou os preços
A primeira parcela do 13º foi paga nessa quarta-feira (30) e boa parte já está indo direto para as papelarias. É que, como não dá para escapar dos reajustes, os pais estão ávidos por bons descontos. O proprietário da Conhecer, Leonardo Alves Fantauzzi, estima que os preços do material escolar terão aumento de até 20%, o dobro do ano passado. "Normalmente, só com a reposição da inflação, a alta fica em torno de 10%. Mas neste ano temos o impacto do ICMS para os itens da papelaria, que subiu de 6% para 12%. Dos custos maiores, a gente ainda tenta segurar, mas imposto não tem como não repassar", explica. Alguns produtos já subiram. Outros itens, como uniformes, serão reajustados até meados de dezembro.

O presidente da Câmara Setorial de Papelarias da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL-BH), Adriano Boscatte, explica que, por mais que o lojista reduza sua margem de lucro, não é possível deixar de repassar o ICMS maior, pois imposto é um custo fixo, que não dá para ser cortado.

Com menos dinheiro circulando, Fantauzzi sabe que o consumidor vai pechinchar ainda mais. Por isso, a melhor estratégia é tentar cobrir os preços da concorrência. No ano passado, a psicóloga Keli Silva comprou o material dos dois filhos em três lojas diferentes e preferiu parcelar. "Agora optei pelo desconto à vista. Consegui 15% em uma loja, falei com outra, que me deu 16%", comemora a cliente, que economizou R$ 415. "O que temos tentado aqui é cobrir os preços", afirma dono da Conhecer.

Boscatte, que é dono da Mixpel, disse que das últimas 20 vendas, apenas quatro pessoas preferiram pagar a prazo. Outra estratégia usada pelo setor para se adequar à nova realidade econômica é reduzir a participação de marcas líderes e investir em marcas mais baratas. "Muita gente já chega aqui e pede o mais barato", conta Boscatte. "No ano passado, eu comprei 600 caixas de lápis de cor da marca líder. Para este ano, reduzi para 300 e comprei de outros fornecedores", diz Fantauzzi.

FOTO: Queila Ariadne

Lojas ampliaram participação de marcas mais baratas no mix

13º injetará R$ 16,6 bi em Minas

O 13º salário, que começou a ser pago ontem, deve injetar cerca de R$ 16,61 bilhões na economia de Minas Gerais, 3,1% a mais do que a previsão feita para 2015. A estimativa foi feita pela área de Estudos Econômicos da Federação do Comércio (Fecomércio MG), com base em dados do Ministério do Trabalho, da Previdência Social e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda parcela deve ser paga até o dia 20 de dezembro.

Segundo levantamento da Fecomércio, 39,3% das pessoas usarão o dinheiro extra para pagar dívidas.