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Portal Hoje em Dia (MG) ( Primeiro Plano ) - MG - Brasil - 01-12-2016 - 10:20 -   Notícia original Link para notícia
PIB recua 2,9% no 3º trimestre; país só está à frente de Venezuela e Equador

O Brasil está entre os países da América Latina com maiores recuos do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016. A queda da economia brasileira só é menor que as da Venezuela e Equador.


No terceiro trimestre, o PIB brasileiro voltou a recuar 2,9% frente ao mesmo período de 2015, conforme divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).


Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a queda foi de 0,8% e, em doze meses, de 4,4%. Essa é a sétima queda consecutiva do PIB brasileiro e reflete um desempenho ruim de praticamente todos os setores.


"Em 2014, a gente tinha a indústria em queda, mas os serviços e a agropecuária ainda subindo. O consumo das famílias também crescia, que tem papel relevante na formação do PIB. Em 2015, a queda se disseminou na economia, e apenas a agropecuária continuou em crescimento. Agora, em 2016, todas as grandes atividades econômicas, da agropecuária à indústria, estão em queda", afirma a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis.


Perspectiva
Com esse cenário, o mercado aposta em queda de 3,49% no PIB brasileiro neste ano, segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Fora Venezuela e Equador, todos os demais países da América Latina deverão fechar o exercício em melhores condições que o Brasil.


Para o diretor de economia da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Andrew Storfer, o Brasil está colhendo os frutos das crises política e econômica e do descontrole das contas públicas. "Países como Chile, Colômbia e Peru possuem uma política mais adequada de gastos que o Brasil. Até a Argentina correu atrás do prejuízo antes que a gente, por isso vai sofrer menos", afirma.


Investimentos
O que torna o quadro ainda pior no Brasil é o baixo investimento. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que são os investimentos na base de produção. No terceiro trimestre a queda foi de 8,4% frente ao mesmo período do ano passado. É a décima vez seguida que o indicador apresenta redução.


"O governo investe pouco. O aporte maior vem das empresas por meio dos lucros. Mas, com desempenho negativo, não há investimento", explica Storfer.



Indústria apenas voltará a investir quando 'governo fizer sua parte'


Os grandes setores da economia (agropecuária, indústria e serviços) apresentaram queda de produção no terceiro trimestre frente a idêntico intervalo de 2015. No campo, a redução foi de 6%; na indústria, de 2,9%; e nos serviços, de 2,2%.


Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, o setor sofre os reflexos do que ele chama de "desorganização do país". "Estamos torcendo para que esse governo dê certo. Mas estamos esperando ele fazer sua parte para que possamos voltar a investir", afirmou.


A indústria de transformação sofreu queda de 3,5% no terceiro trimestre frente o mesmo de 2015, e a de construção civil, 4,9%.


Da mesma forma, o presidente da de Belo Horizonte (-BH), , acredita que são necessárias mudanças para que o país volte a crescer.


"É preciso que o país volte a ter credibilidade junto aos investidores, inclusive os internacionais. Só assim, voltaremos a ter emprego e renda", disse. O comércio teve uma queda de 4,41% no terceiro trimestre frente a 2015.


Temer e Meirelles
Diante de mais um resultado negativo, o presidente Michel Temer, disse que é preciso ter "serenidade e paciência para fazer a travessia" até que as medidas do governo surtam o efeito desejado.


Segundo ele, o governo acredita na recuperação da economia em 2017, com crescimento de 1%, mas sua equipe não descarta que no último trimestre de 2016 e no primeiro do ano que vem ainda sejam registradas retrações.


O presidente acredita que a demora para o retorno do crescimento reflete a falta de confiança na economia. "Não podemos ignorar, primeiro, que o fator político das últimas semanas atrapalhou e tem impacto na economia", afirmou em referência às especulações sobre a delação da empreiteira Odebrecht, que pode afetar ministros e aliados de seu governo, e à crise provocada pelo ex-ministro Marcelo Calero (Cultura), que resultou na demissão de Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo.


Já o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acredita que os resultados mostram que a crise de crédito era mais grave do que o previsto. "Estamos vivendo as consequências da maior recessão da história. Não é brincadeira, é real", disse.
(Com agências)



Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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