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Estado de Minas Online ( Gerais ) - MG - Brasil - 29-11-2016 - 09:25 -   Notícia original Link para notícia
Crimes em sequência na Savassi

Dois casos em 4 horas levam comerciantes a cobrar segurança. De manhã, homem fez reféns em loja e roubou 31 celulares. À tarde, populares dominaram suspeito de furtar comércio



Loja de celulares na Praça Diogo de Vasconcelos ficou fechada temporariamente após assalto. Perto dali, suspeito de furtar outra loja (foto abaixo) foi detido por frequentadores



O medo voltou a imperar ontem na Savassi, importante região cultural e comercial de Belo Horizonte. Duas ocorrências policiais num intervalo de quatro horas, ambas na Praça Diogo de Vasconcelos, fizeram moradores, visitantes e lojistas sentirem, como em outras vezes, sensação de insegurança num dos bairros cuja fama é conhecida fora das divisas do estado. Ressuscitaram também o receio de que, a qualquer momento, qualquer um pode ser a próxima vítima.

A primeira ocorrência tem enredo de filme americano. No início da manhã, um homem com terno e óculos escuros entrou na loja da operadora de telefonia Oi, na Praça Diogo de Vasconcelos, e anunciou o assalto. Armado, rendeu funcionários e clientes. Levou todos para o segundo pavimento, trancou-os no banheiro e recolheu 31 aparelhos. O prejuízo estimado é de R$ 40 mil. Até o fechamento desta edição, ele não havia sido localizado. A companhia telefônica não comentou o caso.

A segunda ocorrência chamou atenção pelo fato de cidadãos terem feito o papel da polícia. Por volta das 13h30, um rapaz furtou um alicate na Gujoreba Presentes, na Rua Antônio de Albuquerque. Foi perseguido e dominado por populares na Diogo de Vasconcelos. Ficou detido em torno de 15 minutos até a chegada de dois militares, que o encaminharam à Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan) 2, no Bairro Floresta, Região Leste.

Às 15h, outra cena despertou curiosidade e receio de quem passava pelo quarteirão fechado da Antônio de Albuquerque entre Cristóvão Colombo e Alagoas. Um garoto com aproximadamente 13 anos e que ganha a vida vendendo balas empunhava, irritado, um pedaço de garrafa quebrada em direção a um adolescente com cerca de 15 anos. "Eles estão discutindo. Jesus, o menor vai apanhar do grandão se não parar", disse uma mulher que passava pelo local.

As ocorrências que atormentam moradores, lojistas e visitantes na região não são de hoje. Na madrugada do último sábado, dois jovens armados assaltaram a clientela de um tradicional estabelecimento de alimentos (veja vídeo no em.com.br). A dupla sacou as armas e ameaçou consumidores e funcionários. Um deles puxou a bolsa de uma garota, jogando-a ao chão.

"Fica difícil trabalhar desta forma. Parece que a Savassi está jogada às baratas", lamentou o empresário, que preferiu não se identificar. Ele não é o único comerciante a reclamar da criminalidade na área. "A segurança está péssima. Nossa loja foi arrombada há dois meses. O sistema de vídeo mostrou uma pessoa entrando por volta das 4h", lamentou Leandro Henrique Messiano, do Depósito Savassi.

Foi a dois quarteirões da loja que o pesquisador Marcos Vinícius França, de 21, foi abordado por dois ladrões há algumas semanas. Era uma noite de domingo. O relógio, conta ele, não havia marcado 21h quando ouviu da dupla: "Passa o celular". Receoso de que algo pior pudesse ocorrer, o pesquisador entregou o aparelho.

OLHO VIVO Uma das medidas contra a violência na região pode ser o aumento das câmeras de vídeo nas ruas e avenidas, defende Alessandro Runcini, diretor do Conselho da Savassi, um dos braços da da capital (-BH). "É uma ferramenta fundamental para a polícia. O custo é menor do que o necessário para aumentar o efetivo da corporação", justificou.

Mas, com base em anos anteriores, o empresário está otimista com o aumento de militares na região nas próximas semanas, devido à proximidade das festas de fim de ano. As forças policiais reforçam o patrulhamento na capital em dezembro para impedir crimes como roubos, furtos e, sobretudo, os conhecidos como saidinhas de bancos.

 PM diz que violência
 na região diminuiu


A Polícia Militar refuta análises de que a Savassi tenha se tornado refém da violência. Segundo o major Eduardo, subcomandante do 1º Batalhão da PM, responsável pela vigilância na área, houve uma redução em torno de 13% dos chamados crimes violentos (roubo, extorsão, sequestro etc) entre 2016 e 2015.

"A região da Savassi/Lourdes apresenta redução de crimes violentos, especialmente nos roubos, mês a mês, desde maio deste ano. Em outubro, a região apresentou redução de 22,97% nos crimes de roubo em relação ao mesmo período de 2015. Já no acumulado deste ano, de 1º de janeiro a 31 de outubro, a região tem redução nos crimes de roubo de 11,62% em relação a igual período do ano anterior" disse. Segundo ele, até 27 de novembro a redução acumulada foi de 11,76% em relação a 2015. Os dados não foram melhores, argumenta, devido ao Carnaval, que representou piora nos indicadores de violência.

Ontem, por coincidência, ocorreu uma reunião entre , PM, Polícia Civil e Guarda Municipal para discutir, entre outros assuntos, realização de evento na região. Encontros dessa natureza não são incomuns. "Fizemos uma reunião para termos maior sinergia. A Civil, de forma pró-ativa, está começando a fazer rondas noturnas. A Guarda, desde que começou a andar armada, ajuda no reforço da segurança", disse Alessandro Runcini, conselheiro da -BH.



Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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