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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 26-11-2016 - 06:00 -   Notícia original Link para notícia
Black Friday esquenta vendas

Lojas da internet chegam a faturar até 15 vezes mais do que em uma sexta normal. Alta frente a 2015 pode atingir 30%. Clientes que monitoraram preços fizeram boa economia
A Black Friday no Brasil ainda está longe de ser um espelho de sua inspiração norte-americana, em que as lojas que queimam seus estoques após o Dia de Ação de Graças ficam realmente abarrotadas de compradores. Mas muitos dos comerciantes que apostaram na estratégia conseguiram colher bons resultados. Consumidores que não dispensam uma boa pesquisa de preços também. Tanto que, segundo levantamento feito pelo Ebit, empresa de dados sobre o comércio eletrônico brasileiro, até as 14h de ontem, as vendas da Black Friday pela internet já tinham movimentado R$ 1 bilhão. A expectativa era de que atingissem R$ 2,1 bi até a meia-noite, com alta de 30% frente ao registrado no ano passado.

"O ritmo deste ano foi muito forte", afirma o Ceo do Ebit, Pedro Guasti. Na comparação com uma sexta-feira normal, o faturamento de algumas redes chegou a ser 15 vezes superior. Para se ter uma noção da movimentação de negócios em apenas 24 horas, a expectativa do Ebit em relação às compras feitas pela internet para o Natal é de que gerem um faturamento de R$ 8 bilhões entre 15 de novembro e 24 de dezembro. "Mas em apenas um dia, o faturamento é de 25% do total. Já é muita coisa", reforça.

Segundo Guasti, os produtos mais procurados pelos consumidores da Black Friday foram smartfones, TVs, computadores, além de eletrodomésticos, como geladeiras e máquinas de lavar roupa. "As pessoas que estão aprendendo a esperar a data para comprar os itens mais caros. Mas também há os que compram produtos mais em conta, como cafeteiras, perfumes e livros", observa. Segundo ele, a maioria dos descontos variava de 10% a 50%. "As pessoas estão monitorando. E, se não estiver realmente barato, não compram", reforça.

A personal trainer Sam Ribeiro é exemplo de consumidora que fez um bom negócio durante a Black Friday. Ela chegou a economizar cerca de R$ 800 na compra de duas TVs Samsung pelo aplicativo das Lojas Americanas. "Eram 1h e o site estava travando. Compramos pelo aplicativo. A de 50 polegadas saiu por R$ 2.899 e a de 32 polegadas, por R$ 1.099. Estava monitorando os preços há três meses", conta.

O empresário Marco Martins também aproveitou duas boas promoções da Black Friday. Na primeira, ele comprou pneus para o carro de sua mãe, no Walmart. Ele já estava pesquisando há mais de uma semana e conseguiu um desconto de R$ 100 em cada um, com frete grátis. "Os meus, tinha trocado há 15 dias... Devia ter esperado que economizava mais R$ 400", conta. O leite em pó Enfagrow que compra para o seu filho João Renato, também estava bem mais barato no site da Drogaria Araujo. "Pago todo mês R$ 46. E encontrei por R$ 31. Comprei logo 12", conta, satisfeito.

O vice-presidente da de Belo Horizonte (/BH), Marco Antônio Gaspar, observa que não dá para fazer um balanço da Black Friday nas lojas físicas. No entanto, ele acredita que algumas delas registraram movimento até quatro vezes maior em relação a um dia normal. Foi o que ocorreu, por exemplo, no Centro da cidade. Na Rua Curitiba, lojas especializadas em eletrodomésticos e eletroeletrônicos ficaram lotadas. "Aqueles que trabalharam bem a data com os fornecedores e a decoração, conseguiram sucesso", afirma. Mas ele reforça que isso não ocorre em lojas que oferecem descontos fictícios. "Quem oferece preço que é metade do dobro não pega o consumidor", afirma. "O cliente está atento e acompanha os valores por meses antes da data para garantir uma boa compra", complementa. Segundo ele, os descontos reais mais comuns são entre 20% e 30%.

Vários dos supermercados da capital também aderiram à Black Friday. A Associação Mineira de Supermercados (Amis) informa que a ação contribuiu para elevar o movimento nas lojas participantes. E há caso de redes que vão estender a ação até amanhã. É esperada uma demanda maior nas seções de bazar (utilidades, roupas, etc); bebidas e de eletroeletrônicos.

No Norte de Minas, até posto entrou na onda

Montes Claros - A Black Friday também foi uma estratégia adotada no interior de Minas, com redução nos preços de produtos dos mais diferentes segmentos. Em Montes Claros (Norte do estado), um dos estabelecimentos que aderiu à promoção foi um posto de gasolina. E a iniciativa deu certo: durante todo o dia foram formadas longas filas de carros para o abastecimento.

O preço do litro de gasolina na cidade está sendo vendido, em média, a R$ 3,85. O posto que aderiu à Black Friday, na Avenida Mestra Fininha, entre os bairros São Luiz e Funcionários (área de classe média), resolveu vender o combustível a R$ 3,444 o litro, com um desconto 10,5%. E o movimento já aumentou logo pela manhã. O produtor cultural Adriano Lelis foi exemplo de consumidor que enfrentou a fila para encher o tanque. "Achei muito válida essa iniciativa. Acho o preço da gasolina no Brasil abusivo", afirmou. A liquidação do preço do combustível também agradou a auxiliar administrativa Denise Souza. "Normalmente, abasteço o carro de 15 em 15 dias. Resolvi diminuir esse intervalo para aproveitar essa promoção. Isso precisa acontecer mais vezes", disse.

Já o estudante Hermes Oliveira afirmou que foi "pego de surpresa". "Eu nem sabia que estava tendo essa liquidação. Ao passar em frente ao posto, vi a fila e o preço mais barato. Aí, entrei na fila para comprar um pouco de combustível", afirmou o estudante. "Para mim, isso é uma novidade. Nunca tinha visto promoção de gasolina", acrescentou Hermes.

Os responsáveis pelo posto não informaram a quantidade de gasolina oferecida com valor reduzido. Mas as vendas no preço estabelecido foram feitas até as 20h. Cada motorista podia encher o tanque, sem limitações.

O presidente da () de Montes Claros, Gilberto Eleutério disse que não tinha um balanço da Black Friday na cidade, mas acredita que as empresas que aderiram à megaliquidação conseguiram um aumento da ordem de 20% a 30% nas vendas. Sua perspectiva é de que a Black Friday cresça cada vez mais na região. "A nossa impressão é de que o brasileiro está começando compreender porque os americanos criaram a liquidação e estão aproveitando mais as ofertas", comentou.

Ainda segundo Gilberto, além de lojas de confecções e do posto de combustíveis, a iniciativa contou com a adesão de comerciantes de diferentes setores como informática, revenda de veículos e até lojas de material de construção, madeira e de portas e janelas, ramo que ele atua.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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