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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 19-11-2016 - 08:08 -   Notícia original Link para notícia
Black Friday: previsão de vendas 34% maiores que no ano passado

Com descontos, lojas virtuais pretendem antecipar compras natalinas


Na contramão do varejo tradicional, que amarga quedas consecutivas nas vendas e tem poucas perspectivas de recuperação no Natal, as lojas virtuais e os braços de ecommerce das grandes redes apostam alto na Black Friday e prometem uma guerra de promoções e descontos para incentivar a antecipação das compras natalinas.


De acordo com a Ebit, que mapeia o comércio virtual no país, mesmo com a crise, a expectativa para a próxima sexta-feira, dia 25, data da Black Friday este ano, é de vendas 34% maiores na comparação com a mesma data de 2015. Nas contas da Ebit, o faturamento das lojas virtuais deve chegar a R$ 2,1 bilhões em um só dia.


- O comércio eletrônico vive uma dinâmica diferente do tradicional. O e-commerce é uma alternativa muito interessante na crise, sobretudo pela facilidade de buscar o melhor preço. E a Black Friday se consolidou como uma data de ofertas com bons descontos para produtos de tíquete médio alto - disse Pedro Guasti, presidente da Ebit.


DE TRÊS A QUATRO ITENS


Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) confirma o otimismo da Ebit. Neste ano, segundo o levantamento, 69% dos consumidores planejam comprar na Black Friday. E entre os que já compraram algo no ano passado, 45% dizem que vão aumentar a cesta de produtos este ano, e 42%, que vão gastar mais. O motivo nos dois casos é o baixo preço dos produtos.


Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC, diz ainda que a pesquisa mostra que os consumidores devem comprar entre três e quatro itens e gastar cerca de R$ 1.426,13 na Black Friday deste ano.


- É um aumento real nos gastos de 31% em relação a 2015, quando as compras foram de R$ 1.007, na média - afirmou.


Ideia importada do mercado americano, a Black Friday estreou no Brasil há cinco anos e tem se consolidado a cada edição. O sucesso, porém, diz Guasti, da Ebit, depende da disposição dos lojistas virtuais de oferecerem bons descontos. A pesquisa do SPC mostra que 42% dos consumidores consultados esperam encontrar descontos entre 20% e 40%, enquanto outros 42% apostam em reduções de preço acima de 40% - a média geral de desconto esperado ficou em 36%.


A varejista C&A, por exemplo, promete cortes de preços em seu site de 30% a 70%. As drogarias Pacheco e São Paulo garantem que os preços poderão ser até 80% menores.


'CASA E DECORAÇÃO' NO TOPO


No ano passado, no site Mercado Livre, que reúne milhares de marcas e lojas, o crescimento das vendas com as promoções da Black Friday chegou a 244% em relação a 2014, conta Leandro Soares, diretor de Market Place do portal. As categorias que mais se destacaram foram "casa e decoração" (conjuntos para sala de jantar, estofados, jogos de panelas) e "saúde e beleza" (perfumes, produtos para cabelo e maquiagem, entre outros). Já os smartphones e os eletrônicos - que sempre foram os principais atrativos da data - ficaram em terceiro e quarto lugares no ranking, respectivamente.


- Essa é uma data muito importante para o comércio online, e estamos bem otimistas para o resultado das vendas da Black Friday neste ano - afirmou Soares, explicando que o Mercado Livre não divulga projeções de resultados.


Outra pesquisa, feita pela Google em parceria com o Ibope, aponta que, na próxima sexta-feira, 64% dos internautas dizem que vão comprar produtos eletrônicos e eletrodomésticos ,e 48%, roupas, calçados e acessórios. Na categoria "eletrônicos", de acordo com a sondagem da Google, o smartphone é o campeão nas intenções de compra, com 38%. Mesmo percentual têm as roupas, que lideram na categoria "roupas e calçados".


Outro movimento identificado pela pesquisa é a tendência de aumento no número de compras feitas via celular: no ano passado, 12% compraram pelo smartphone, percentual que deve subir a 20% agora.


Gerson Rolim, consultor do Comitê de Varejo On-line da Camara-e, confirma que o e-commerce tem mesmo um comportamento anticíclico em momentos de crise. E cita os sucessivos aumentos do tíquete médio das compras da Black Friday ano após ano. Em 2013, por exemplo, o gasto médio foi de R$ 396. Em 2014, saltou para R$ 522 e, em 2015, chegou a R$ 580. Para este ano, a expectativa é de nova alta.


- Desde a crise de 2008, o comércio eletrônico cresce dois dígitos por ano. O brasileiro já percebeu que consegue fazer compras mais econômicas pela internet, principalmente pela ferramenta de comparação de preços - reforçou.


Apesar dos dados de crescimento forte do e-commerce ,o segmento representa apenas 5% do varejo total, na estimativa de Rolim. Dados do IBGE, divulgados em agosto, mostram que, em 2014, o faturamento do e-commerce representava 2,2% do faturamento total varejista. Mas os números do IBGE também confirmam o crescimento forte, na contramão das lojas físicas: entre 2007 e 2014, o faturamento do comércio saltou 290%, de R$ 7,7 bilhões para R$ 30,2 bilhões.


CUIDADO COM OS GASTOS


A especialista em economia comportamental Carol Franceschini, sócia da consultoria InBehavior Lab, alerta que, durante a Black Friday, é preciso estar atento ao risco de comprar itens que, embora sejam desejados, não são fundamentais e podem desequilibrar os gastos familiares:


- Em outras palavras, compramos coisas que não precisamos ou que não teríamos comprado fora desse contexto tão intenso de propagandas. Sabemos que as tentações aparecerão, então, ter uma noção do que realmente é necessário pode ser uma referência importante para não desviar demais do orçamento.


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