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Isto é Dinheiro online ( Negócios ) - SP - Brasil - 11-11-2016 - 10:42 -   Notícia original Link para notícia
A corrida pelo consumidor

Montadoras mostram seus trunfos no Salão do Automóvel e aceleram lançamentos para a retomada do mercado em 2017





Acelera: estande da Renault, no Salão do Automóvel, em São Paulo ( foto: Jorge Araújo/Folhapress)





Dizem as más línguas que o brasileiro gosta de carro, sexo e futebol. Para o primeiro item do ditado, o Salão do Automóvel deste ano, em São Paulo, pode suprir as necessidades dos aficionados pelos possantes veículos. Mas a sensação que se tem, ao percorrer os 90 mil metros quadrados da exposição, é que já existiram dias melhores. O ar condicionado e as ruas largas da São Paulo Expo, para onde migrou o evento depois de 23 exposições no Parque Anhembi, dão uma sensação de amplidão combinada com a austeridade de uma fase de vacas magras na indústria automotiva.





O Brasil já chegou a produzir 3,5 milhões de automóveis. Neste ano, a produção deve ser um pouco superior a 2 milhões de veículos. "Existe um hiato hoje entre a capacidade produtiva da indústria, perto de cinco milhões de veículos, e uma demanda de menos da metade disto", afirma Ana Theresa Borsari, diretora geral da Peugeot do Brasil. Mas esse clima melancólico parece que vai ficar para trás. Não se pode dizer que os bons tempos vão voltar, mas a indústria automobilística começa a ver os primeiros sinais de melhora.





A previsão da Anfavea, entidade que representa as principais montadoras, é de que as vendas cresçam mais de 5% em 2017. Não se trata de um grande número, mas é um primeiro alívio depois de três anos consecutivos de queda nas vendas. O governo federal deve dar um empurrão para a retomada do mercado. Um programa de renovação da frota deve sair do papel até o fim do primeiro semestre do ano que vem, informou o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços , Marcos Pereira, em visita ao Salão, na quinta 10 (leia entrevista aqui).





A medida, que receberá o nome de Programa de Sustentabilidade Veicular, tem o objetivo de fazer com que os brasileiros troquem veículos antigos por novos, mais seguros e menos poluentes. A meta é que, quando estiver em vigor, ocorra a substituição de algo entre 800 mil e 1 milhão de veículos por ano. Quem visitar o Salão, que estará aberto ao público até o dia 20 de novembro, perceberá uma tentativa de remodelar o guarda-roupa para conquistar o consumidor. A Chevrolet, por exemplo, trouxe o modelo Cruze Sport 6 e o Tracker, carros para um segmento médio. A Fiat anunciou o novo Mobi, com motor novo de três cilindros.





A alemã Volkswagen mostrou ao público as séries especiais do Gol, Up! e Fox. A Renault anunciou a produção, em 2017, do Kwid, com preço estimado em R$ 38 mil, para brigar com o Up! e o Mobi. Um detalhe visível é que os veículos utilitários, os chamados SUV, caíram no gosto do brasileiro. A Honda, por exemplo, mostrou o WRV, um minicrossover que será fabricado no Brasil no segundo semestre de 2017. A Hyundai anunciou que produzirá o crossover compacto Creta a partir de janeiro do ano que vem. "Nossas novidades influenciam fortemente o mercado brasileiro de automóveis", diz William Lee, presidente da Hyundai. Um segmento que tem reagido melhor à crise é o de luxo.





O CEO da Toyota e da Lexus para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, diz que mesmo com o mercado de luxo negativo em 30% no Brasil, suas vendas aumentaram em 10% este ano. Segundo ele, o País é o segundo do ranking da Lexus, atrás apenas dos Estados Unidos, no quesito crescimento. A alemã Porsche foi uma das poucas que apostaram no nicho de motores sustentáveis, como o Cayenne S e-Hybrid, que será vendido por R$ 432 mil no Brasil. O presidente da subsidiária brasileira da montadora, Matthias Brück, acredita que uma saída para a crise é fazer com que o Brasil se abra mais para o mundo. "O que faz sentido é abrir as importações para os produtos que nunca serão produzidos no Brasil", diz Brück.


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