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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 11-11-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Comércio recua 0,3% em Minas

O orçamento das famílias continua apertado, pressionado pelo desemprego, mas a redução dos juros e da inflação já aponta para uma recuperação/Alisson J. Silva

Reflexo do comportamento mais contido do consumidor, que tem evitado se comprometer com muitos gastos, o comércio em Minas Gerais registrou recuo de 0,3% em setembro, na comparação com igual período de 2015. Apesar da variação negativa, o percentual apresentado pelo Estado foi o segundo melhor entre as 27 unidades federativas do Brasil, atrás somente de Roraima. O Estado da região Norte foi o único que teve crescimento nas vendas do varejo, calculado em 9,1%.

De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as principais contribuições para a retração em Minas vieram dos segmentos tecidos, vestuário e calçados (-14,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (-13,4%) e móveis (-10,7%), que tiveram os piores desempenhos no intervalo. A supervisora de pesquisa econômica do IBGE Minas Cláudia Pinelli ressalta, no entanto, que as vendas nesses grupos já vêm acumulando quedas sucessivas há um bom tempo.

Frente a agosto, o Estado repetiu o mesmo resultado, amargando uma redução de 0,3% na atividade. Enquanto isso, a média do País observou uma variação negativa de 1,0%. De janeiro a setembro, o comércio encolheu um pouco mais em Minas (-1,0%), na comparação com igual intervalo no ano passado. Já nos últimos 12 meses, o recuo foi de 1,2%, evidenciando a perda de dinamismo da atividade.

Apesar dos indicadores desfavoráveis para o setor, o Estado ainda mostra uma melhor condição quando confrontado com boa parte das unidades federativas do País. Para Cláudia Pinelli, isso pode ter relação com a inflação da região.

"Minas tem apresentado menores taxas de inflação frente a outros estados, pode ser a influência também da questão da renda, do acesso ao crédito, mas para afirmar ao certo porque Minas está tendo este desempenho teríamos de olhar essas outras questões. Agora, acredito que seja mesmo pela questão do preço, da inflação", explica.

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Belo Horizonte - A de Belo Horizonte (-BH) mediu o desempenho do comércio da capital mineira. De acordo com levantamento feito pela entidade, em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2015, as vendas do varejo no município caíram 2,01%. Contribuíram para isso os segmentos veículos e peças (novos e usados) (-3,45%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-3,32%); papelarias e livrarias (-1,55%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-1,05%) e ferragens, material elétrico e de construção (-0,74%).

Uma das razões citadas pelo presidente da -BH, , para a queda do comércio na região é a dificuldade em se obter crédito. "Importante destacar que as taxas de juros ainda em patamares elevados também vêm prejudicando o desempenho do setor, pois o acesso ao crédito fica mais escasso", destaca.

Em relação a agosto, o varejo belo-horizontino teve queda de 1,20%. Falci destaca, porém, que este mês representa uma base forte de comparação, devido às vendas do Dia dos Pais, tornando setembro uma base fraca. No acumulado do ano até setembro, a retração foi de 1,80%. Apesar do desempenho ruim ao longo dos nove meses, a entidade chama atenção para o fato de que a desaceleração do comércio da Capital vem perdendo força. No mesmo período do ano anterior, esse percentual era de -3,29%.

"O orçamento das famílias continua pressionado, principalmente pelo aumento do desemprego. Mas a economia e o varejo começam, aos poucos, a dar sinais de recuperação. Afinal a inflação vem cedendo e as taxas de juros sinalizando queda", afirma Falci.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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