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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 06-11-2016 - 11:24 -   Notícia original Link para notícia
SPFW n42 celebra a diversidade


Amir Slama

Entre os dias 23 e 28 de outubro, uma tenda montada no Parque do Ibirapuera, ao lado do Museu Afro, em São Paulo, assim como vários outros locais como o Teatro São Pedro, Teatro Oficina e a Estação Pinacoteca, entre outros, receberam desfiles da SPFW - São Paulo Fashion Week, número 42, que nessa temporada teve como tema a palavra Trans, no sentido de transcender. Menor que as demais, esta edição trouxe como estreantes a LAB, dos irmãos Emicida e Evandro Fiotti; Memo E , em parceria com Lolitta; Just Kids, resultado da sociedade entre Juliana Jabour e Karen Fuchs, e Experimento Nohda, um projeto colaborativo que reuniu os mineiros Pat Bo, Lucas Magalhães e Apartamento 03.




Entre todos os desfiles, o mais impactante foi, sem dúvida, o de Ronaldo Fraga. O mineiro utiliza a moda como ponto de partida para reflexões profundas e desta vez não foi diferente: trouxe para o palco do histórico Teatro São Pedro um casting composto exclusivamente de modelos trans, representando uma parcela da população brasileira que é vitimada pelo preconceito - a vida média delas é de 35 anos apenas, morrendo violentamente, assassinadas, por suicídio e por tratamentos de fundo de quintal. "A importância do desfile não está nas roupas, mas em quem as veste; vocês verão uma coleção composta exclusivamente pelo mesmo vestido", falou. E assim foi: compenetradas, as modelos mostraram vestidos de modelagem reta, em que o que dava a forma era o próprio corpo, a história particular de cada uma. Ao final, fecharam-se as cortinas para serem abertas logo a seguir, com todo o casting em lingerie, dançando aos pares. Emocionante. Fraga mostra que a moda pode ir bem além das roupas. Que a moda pode ser utilizada como instrumento de denúncia, como ato político.

Multiplicidade de estilos Nesta edição, o que se viu na passarela foi uma variedade imensa de estilos e de peças, desde as de verão (adotadas por aquelas marcas que optaram pelo sistema (see now, buy now) até roupas de inverno (Vitorino Campos e Glória Coelho), moda praia (Amir Slama, Lollita, Vix) e festa (Reinaldo Lourenço, Samuel Cirnansck e Gloria Coelho). Fernanda Yamamoto buscou no questionamento do tempo da era globalizada inspiração e, ao contrário do movimento, veio com figurinos costurados a mão, desconstruídos. Linda a pelerine em crinol com bordado de arruelas de metal formando flores.



O estilo streetwear esteve presente em várias passarelas, com muita influência esportiva. Foi o caso de Alexandre Herchcovitch (À La Garçonne), Just Kids, Coca Cola Jeans e a estreante Lab, sob a batuta de João Pimenta, que também se inspirou nas ruas em sua marca homônima.



Samuel Cirnansck inaugurou uma segunda marca, a SCK, que veio com uma proposta comercial com muitos jeans, masculinos e femininos, em modelagens e lavagens variadas. Camisas, shorts e jaquetas complementaram a coleção paralela à homônima, que veio com muitos bordados em cristais, renda e transparências.



Os anos 80 retornaram trazendo calças clochard (em Lilly Sartti, Helô Rocha e Animale, que desenvolveu também saias e shorts com esse detalhe). As tonalidades néon da década estiveram presentes em Lolitta. As frases de efeito em letras garrafais, na Lab e Just Kids, nos remeteram aos punks. Cotton Project também se inspirou na época de ouro das discotecas. Na moda praia, Amir Slama trouxe maiôs com cavas muito amplas nas pernas e biquínis asa delta.

Conforto e sedução Predominaram peças de modelagem bem ampla em quase todas as coleções. Na Osklen, vieram em calças; em pantacourt na Coca Cola Jean, nas calças da A. Brand e no masculino da Ratier, LAB e João Pimenta. Vale mencionar a pantalona bordada e o vestido matelassado da Experimento Nohda, os maxitricôs em A. Brand e Coca Cola Jeans.



Além dessa pegada mais confortável devido à amplidão da modelagem podemos citar a fluidez e ares sedutores dos vestidos leves como em Helô Rocha, Lilly Sarti, Animale e À La Garçonne, como também nas peças de veludo molhado da Iódice. Patricia Viera trouxe delicadeza nas peças de couro, com bordados em cristal, inserção de tachas formando desenhos. Maravilhoso o vestido de alças com saia godê, mídi. A transparência sutil veio em Gloria Coelho, Lolitta e nos vestidos de lurex de Vitorino Campos.


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