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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 05-11-2016 - 08:21 -   Notícia original Link para notícia
Supermercados que operam no atacado ampliam vendas e crescem no Rio

'Atacarejo' oferece preços até 30% menores que o varejo tradicional


"O atacado de autosserviço é um modelo de negócio que veio para ficar" Marco Quintarelli Consultor de varejo


Assaí inaugura 14ª loja no estado (foto). Pão de Açúcar quer vender Via Varejo para se concentrar em alimentos Pilares é, desde ontem, endereço da sexta unidade Assaí, atacado de autosserviço do Grupo Pão de Açúcar, na Zona Norte. É a 14ª no estado do Rio, segundo maior mercado para a marca no país, atrás de São Paulo. A unidade ocupa o espaço que foi de uma filial do Extra, adaptado para o novo canal, com investimento de R$ 22 milhões. No Brasil, são mais de cem filiais, num modelo conhecido também como "atacarejo". Até setembro, as vendas do Assaí subiram quase 40% sobre igual período de 2015. O mercado fluminense cresce acima desse ritmo, afirma Belmiro Gomes, presidente da rede.


PABLO JACOBExpansão. O Assaí, do Grupo Pão de Açúcar, abriu loja em Pilares: é a sexta unidade na Zona Norte e a 14ª do estado


- A Região Metropolitana do Rio e arredores são prioridade em expansão para a rede. No início deste ano, abrimos uma loja em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Agora, veio a unidade de Pilares. Temos outros quatro projetos que devem virar loja entre 2017 e 2018 - conta Gomes. - O estado vem sofrendo com a recessão, a crise nos setores naval e de óleo e gás. Mas a expansão vem efetivamente pelo aumento no fluxo de clientes, entre comerciantes, utilizadores (entidades que compram para uso próprio, como igrejas e escolas) e consumidores finais.


OPERAÇÃO DE CUSTO REDUZIDO


O segredo para garantir o preço reduzido tem duas explicações: a escala do negócio e a operação de custo reduzido.


- O custo operacional é 10% menor que no varejo tradicional. Ele já elimina a etapa de logística, com um modelo de loja que garante estocagem direta. Não há serviços, mas desde 2012 temos filiais com ar-condicionado - diz Gomes.


Num grupo com diferentes marcas no segmento alimentar, como o Pão de Açúcar, a conversão de lojas é outra vantagem. Transformar um Extra em Assaí custa 40% menos que construir uma loja nova. A previsão é converter de 15 a 20 lojas em 2017.


No atacado de autosserviço, o cliente pode escolher entre duas opções de preço, uma para a compra em varejo e outra para atacado. Daí ser procurado sobretudo por pequenos empresários, que adquirem itens para revender ou para serem utilizados como insumo no comércio. O consumidor também vem descobrindo as vantagens de comprar no "atacarejo".


- O consumidor escolhe o canal de compras dependendo do que quer comprar. Se é abastecimento para o lar, opta por "atacarejo" ou hipermercado. Quando o foco é preço, escolhe o primeiro, se for sortimento, fica com o segundo - diz Christine Pereira, diretora de negócios e marketing da Kantar Worldpanel.


CRESCIMENTO DE 30% AO ANO


O brasileiro, continua ela, utiliza, em média, sete diferentes canais de compras regularmente, como feira livre, açougue, mercado e outros. As escolhas na hora de comprar são feitas também para acomodar da melhor forma o orçamento doméstico.


- O segmento já apresentava crescimento de 30% ao ano em 2012/2013. Não se pode desconsiderar a crise, mas faltava esse modelo de negócio em diversas regiões - pondera o presidente do Assaí, que deve encerrar este ano com 13 novas lojas abertas no país, contra 11 em 2015.


Para o consumidor final, diz o consultor de varejo Marco Quintarelli, a vantagem é a economia:


- O atacado de autosserviço tem um modelo híbrido, com preços até 30% menores que no varejo. Traz maior economia com maior volume em compras. Na crise, as pessoas podem fazer compra coletiva. É um modelo de negócio que veio para ficar.


O preço menor vem do tamanho da operação. Multinacionais como Makro, do grupo holandês SHV, e Atacadão, do Carrefour, também atuam no segmento no país. Este último já tem 129 lojas no Brasil. Abriu quatro até outubro deste ano, ante 12 em 2015.


- No Costazul, o cliente tem também a opção de comprar pelo preço de atacado. Mas o foco principal é o varejo direto. Para atuar no atacado de autosserviço, é preciso volume para brigar com as grandes redes nacionais e multinacionais. No varejo, é preciso se diferenciar pelo serviço e o mix de produtos oferecidos - explica Genival Beserra, presidente do Costazul Multimercado, que foi executivo do Prezunic antes da venda do grupo à chilena Cencosud.



O Costazul iniciou as operações em 2014, com loja em Itaboraí e modelo de "atacarejo". Em 2015, abriu em São Gonçalo e, este ano, em Campo Grande, São Pedro da Aldeia e, ontem, Curicica. Mas ajustou o modelo prioritariamente para o varejo. Em 2017, abrirá em Nova Iguaçu.


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