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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 05-11-2016 - 08:17 -   Notícia original Link para notícia
Dois grupos estariam na disputa para comprar Via Varejo

Pão de Açúcar quer vender Casas Bahia e Ponto Frio. Lojas Americanas e alemã Steinhoff têm interesse


Pelo menos dois grupos do varejo já teriam manifestado interesse em negociar a compra da Via Varejo, braço de comércio de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), dono das redes Ponto Frio e Casas Bahia: a empresa alemã Steinhoff e a brasileira Lojas Americanas. Negociações que devem se intensificar agora, depois que o Conselho de Administração do GPA autorizou os executivos do grupo a "dar início a um processo de avaliação de alternativas estratégicas envolvendo o seu investimento na Via Varejo". A decisão foi comunicada ao mercado na noite de quinta-feira em fato relevante divulgado pelo Pão de Açúcar.


FERNANDO QUEVEDO/26-6-2015Foco. Loja do Ponto Frio no Shopping da Gávea: para analista, sair do varejo pode ser muito positivo para o GPA


- A Via Varejo é dona de marcas fortes (Casas Bahia e Ponto Frio), mas tem um desempenho e eficiência operacional baixos. Essas condições são o foco de desejo da 3G Capital, que tem grande knowhow em eficiência e trabalha muito bem com itens "commoditizados", como os eletroeletrônicos - diz Ana Paula Tozzi, presidente da GS&AGR Consultores, referindo-se à empresa de private equity dos investidores brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que são controladores da Lojas Americanas e, à frente da 3G, comandam empresas globais como AB InBev, Craft Foods e Burger King.


DISPUTA ENTRE OS SÓCIOS


Dona de uma rede de 970 lojas, a Via Varejo registrou receita líquida de R$ 13,8 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, uma queda de 4,7% em relação ao mesmo período de 2015, acumulando prejuízo de R$ 170 milhões (contra lucro líquido de R$ 184 milhões na mesma comparação). Com essa negociação, a GPA se concentrará no mercado de alimentos.


O Pão de Açúcar, controlado pelo grupo francês Casino, detém 62,6% do capital da Via Varejo - fatia avaliada em R$ 4 bilhões. Outros 27,3% das ações da empresa pertencem a Michael Klein, cuja família fundou e administrou a Casas Bahia até 2009, quando a rede foi incorporada pelo GPA, à época ainda controlado pelo empresário Abilio Diniz. O restante do capital é negociado na BM&F Bovespa.


Klein, cujas relações com o sócio não são das melhores, esteve em Paris esta semana para conversar com o presidente do Casino, Jean-Charles Naouri. No mês passado, circularam no mercado rumores de que Klein estaria negociando sua fatia na Via Varejo com os alemães da Steinhoff. Ele negou tais conversas. De qualquer forma, as notícias sobre a movimentação seriam uma estratégia para pressionar o Casino a se posicionar sobre a venda. O que aconteceu agora.


- Foi um sinal que (Klein) deu ao Casino: quero esse movimento - avalia uma fonte.


Há alguns anos, divergências sobre a gestão dos negócios levaram Michael Klein a se movimentar para comprar o controle da Via Varejo do Casino. Hoje, seu foco são investimentos em aviação executiva, mercado imobiliário e concessionárias de automóveis Mercedes-Benz.


Uma eventual venda da operação da Via Varejo pelo GPA, que seria feita por meio de uma oferta pública de aquisição de ações (OPA), daria a Klein e aos demais minoritários o direito de se desfazer de seus papéis nas mesmas condições (mecanismo chamado de tag along).


O fato de o Casino ter concordado em tornar público a disposição de sair da Via Varejo, segundo um executivo, indicaria que o grupo já teria negociações em andamento nessa direção. Uma saída do varejo de eletroeletrônicos seria muito positiva para o GPA, na visão de Ana Paula Tozzi:


- Isso traria foco ao GPA, que tem muito trabalho a fazer.


Michael Klein, GPA e Lojas Americanas disseram que não iriam se pronunciar.


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