Mais de 90% dos empresários de BH não vão empregar
Pesquisa da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH) divulgada nessa quinta-feira (3) mostra que, neste fim de ano, deverão ser abertas na capital mineira 1.538 vagas temporárias a menos que no fim do ano passado. O número representa 42,9% dos 3.586 postos de trabalho gerados em 2015. De acordo com 199 empresários entrevistados, a expectativa para este Natal é que 2.048 vagas temporárias sejam criadas no comércio.

Os dados da CDLCDL-BH indicam, também, uma quantidade de temporários mais de três vezes menor que a projetada em outra pesquisa, da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), publicada por O TEMPO no último dia 21, que esperava 7.240 novas vagas. A Fecomércio, no entanto, entrevistou 270 empresários.

A relação entre o número de vagas que devem ser abertas e o número de empresários ouvidos também é bem diferente: 26,8 na Fecomércio e 10,3 pela CDLCDL.

Por outro lado, ambas as pesquisas convergem no percentual de empresas que não vão empregar temporariamente: 90,5% (CDLCDL) e 88% (Fecomércio).

De acordo com o levantamento da CDLCDL-BH, mais da metade (56,7%) da contratação de temporários será por lojas com até quatro funcionários. "São empresas com um menor faturamento e que possuem menores condições de absorver os impactos da economia", afirma o presidente da CDLCDL-BH, Bruno FalciBruno Falci.

A perspectiva de vendas menores neste Natal é o motivo para a diminuição nas contratações temporárias, explica Falci. No entanto, ele espera que a data mantenha a tradição de um bom número de vendas. "Os belo-horizontinos podem até comprar presentes de menor valor agregado, mas dificilmente deixarão a data passar em branco", finaliza.

Otimismo Pequenas empresas voltam a abrir vagas

São Paulo. Há um ano e meio, o Brasil mais fecha do que abre vagas com carteira assinada. Essa trajetória, porém, dá sinais de reversão entre as micro e pequenas empresas. Em agosto e setembro, os negócios de menor porte (com receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões) registraram saldo positivo de 6.645 novos postos, de acordo com análise feita pelo Sebrae dos dados do Caged, do Ministério do Trabalho. Já as médias e grandes companhias encerraram mais de 75 mil empregos.

O número é tímido diante do encolhimento total do trabalho formal (de janeiro a setembro, foram fechadas, no total, 683,6 mil vagas no país), mas pode sinalizar os primeiros sinais de otimismo do empresariado com os rumos da economia. Os pequenos negócios concentram a maior parte dos trabalhadores. Em 2015 (dado mais recente), 54% dos empregados com carteira trabalhavam em empresas desse porte.