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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Política ) - MG - Brasil - 21-10-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
João Leite e Kalil apresentam propostas

Alexandre Kalil e João Leite falaram sobre educação, saúde e mobilidade/Divulgação

Faltando poucos dias para a realização do segundo turno das eleições municipais, empresários belo-horizontinos tiveram a oportunidade de conhecer de perto as propostas dos candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS). Representantes de entidades de classe de diversos setores da economia aproveitaram o encontro para reivindicar mais espaço na futura gestão da capital mineira.

O encontro, realizado na sede da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), abordou temas gerais como educação, saúde, mobilidade urbana e segurança pública e específicos da classe empresarial, como revitalização do hipercentro e simplificação tributária como fator de melhoria do ambiente de negócios.

O presidente da ACMinas, Lindolfo Paoliello, ressaltou que o objetivo do evento - uma realização do Grupo dos 11, formado pela /BH, Ciemg, Faemg, FCDL-MG, Fecomércio-MG, Federaminas, Fetcemg, Fiemg, Ocemg e Sebrae-MG, além da própria ACMinas -, era contribuir para a futura gestão da Capital, por meio da exposição dos anseios da classe nas mais diversas áreas de atuação.

"A ideia era que os candidatos conhecessem os pensamentos do empresariado mineiro e ficassem cientes que estamos preparados para contribuir com o planejamento e o desenvolvimento da cidade", afirmou.

De maneira complementar, o presidente do Conselho de Política Econômica Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes, destacou que os empresários anseiam por um modelo participativo para a nova gestão da PBH.

"A indústria e os setores empresariais querem participar efetivamente dos governos, não se limitando simplesmente ao pagamento de contas. Queremos discutir processos, metodologias e investimentos que promovam o desenvolvimento do município", resumiu.

O mote da campanha de Alexandre Kalil segue a linha "antipolítica", com o slogan "Chega de político". Personagem novo do cenário político, Kalil é empresário da construção civil e foi presidente do Clube Atlético Mineiro. O candidato defende a continuidade de programas e projetos que deram certo na atual gestão da PBH. "Vivemos uma grande crise no Brasil, que além de econômica, é política. O Estado intervém muito e faz os negócios andarem para trás. Precisamos mudar essa situação".

João Leite foi eleito por duas vezes vereador em Belo Horizonte e está no sexto mandato de deputado estadual. O tucano tenta a eleição para prefeito pela terceira vez e foi secretário de Estado de Desenvolvimento e Esportes no governo de Aécio Neves. Ele propõe ser "o prefeito de todos" e enfatiza os projetos na área de segurança pública. "Vivemos um momento grave na história brasileira, que reflete no nosso Estado a na nossa cidade. São 170 milhões de desempregados em Belo Horizonte e só será possível reverter este cenário com muita política e diálogo".

Eis as principais propostas dos dois candidatos:

Educação

João Leite - "Reconhecemos a importância da formação das nossas crianças e adolescentes, mas precisamos transportá-las para o mundo real que vivemos. Para isso, vamos adotar equipamentos tecnológicos nas escolas, capacitar os professores e preparar os jovens para o futuro, com noções sobre empreendedorismo. Há ainda o projeto de criar 17 mil vagas para crianças na educação infantil.

Alexandre Kalil - "A PBH é responsável por creches, escola infantil e fundamental. O grande problema da nossa educação hoje está, justamente, na escola fundamental. Não podemos aceitar mais que os jovens saiam da escola sem saber ler ou escrever. Neste sentido, estamos copiando o que deu certo e vamos manter estes pré-adolescentes e as crianças em tempo integral nas escolas".

Mobilidade urbana

João Leite - "Nós temos um plano pra mobilidade urbana efetivo, que inclui a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), com vetores de ligação de bairro a bairro. Faremos um diagnóstico e colocaremos linhas com ônibus de pequeno porte para fazer essas ligações. Depois, é claro, vamos buscar os recursos para o metrô, junto ao governo federal. Em relação ao Anel Rodoviário, nossa primeira medida será a construção de uma rampa de escape no trecho de descida do bairro Betânia até o Olhos d'Água para salvar vidas".

Alexandre Kalil - "Belo Horizonte perdeu uma grande oportunidade de resolver parte de seu problema com mobilidade urbana nos preparativos para a Copa do Mundo. Projetos como estes se faz com muito dinheiro e com projetos federais bem feitos, e o que conseguimos quando a oportunidade chegou foram corredores que não levam a lugar nenhum. Vamos trocar os atuais ônibus por outros melhores. Além disso, vamos exigir que a BHTrans abra a caixa preta e saia das mãos dos donos das empresas de transportes".

Segurança pública

João Leite - "Este é um tema que acompanho desde . Segurança pública é sinônimo de farda na rua. Criminoso vê a farda e fica inibido, enquanto homens e mulheres de bem veem a farda e se sentem seguros. Vamos armar e capacitar a Guarda Municipal, ação que custará 0,07% do orçamento total da PBH. Também vamos trabalhar a prevenção e criar vilas olímpicas nas vilas da Capital".

Alexandre Kalil - "A violência está bem definida em Belo Horizonte. Hoje são nove áreas da cidade que têm hora e lugar certos para a violência. Não podemos pensar em segurança sem poda de árvore e iluminação. E é aí que entra o código de posturas absurdo que temos nesta cidade, que proíbe o comerciante de iluminar suas placas, que ajuda a iluminar as ruas. Ninguém vai fazer segurança pública numa cidade de 2,5 milhões de habitantes somente com Guarda Municipal, temos que aumentar o contingente e armar os militares gradativamente. Precisamos também defender a polícia, porque a violência está chegando muito perto de nós".

Saúde

João Leite - "Temos três eixos importantes na nossa campanha e a saúde é um deles. Vamos mudar uma cultura que existe em Belo Horizonte, onde se gasta praticamente 58% do orçamento em tratamentos e cirurgia e apenas 4,8% em prevenção. Os recursos da União e do Estado também precisam chegar para que os projetos avancem, pois o município não consegue executar tudo sozinho. Além disso, há o passivo de recursos de impostos como IPTU e ISSQN, que são revertidos para saúde e educação. Se não pagar os impostos, vai faltar dinheiro na saúde e, se o prefeito não tiver postura firme com o governo federal, vai faltar também".

Alexandre Kalil - "Enquanto os grandes partidos ambicionarem as pastas de saúde, não haverá solução. Em Belo Horizonte, por exemplo, o orçamento para a saúde neste ano é de R$ 2,4 bilhões, R$ 400 milhões a menos que no ano passado e, até julho, apenas 33% deste total tinha sido executado. Esta montanha de dinheiro tem que chegar ao destino final. E pelo o que tenho visto, não está chegando aos postos de saúde nem aos hospitais".

Internacionalização de BH

João Leite - "Vou criar a agência digital de atração de investimentos. Queremos atrair empresas, mas também queremos simplificar a vida de quem já está em BH. Precisamos de um diálogo numa mesa da prefeitura com empresários. Depois, pensando na vocação de turismo de negócios da cidade, iremos criar um novo centro de convenções. Além disso, apostaremos nos circuitos turísticos, criando novas rotas a partir da Capital".

Alexandre Kalil - "A internacionalização de Belo Horizonte precisa de um ambiente de negócios propício, pois temos na cidade várias startups, laboratórios e cabeças pensantes, que precisam ser melhor aproveitados. Se São Paulo é Nova York e o Rio de Janeiro é Miami, Belo Horizonte pode se tornar San Francisco. Mas para isso precisamos criar um ambiente sem burocracia e sem impostos abusivos".

Revitalização do hipercentro

João Leite - "Dentro da proposta de criação de circuitos turísticos, teremos dois que passarão pelo centro da cidade, resgatando o há de melhor do passado na região, como o Palácio da Liberdade e seu entorno, com o conjunto das secretarias. Além disso, vamos criar um circuito que reative o bonde da cidade, atravessando o viaduto Santa Tereza, passando pela rua Sapucaí e descendo o viaduto da Floresta".

Alexandre Kalil - "Temos que tirar os usuários de drogas que estão no centro de Belo Horizonte. Precisamos revitalizar o hipercentro e voltar ao que sempre foi, uma região muito bonita, ornada, onde o cidadão andava tranquilamente. Vamos nos reunir com associações de praças e feiras e tentar achar solução para os problemas de camelôs, que estão voltando. Mas tudo isso vai depender de ações que envolvam humanidade, comando e autoridade. O hipercentro não tem que ter nada de novo, ele só precisa voltar a ser o que foi no passado".

Simplificação tributária

João Leite - "Vamos ter uma agência digital de investimentos e tudo aquilo que estiver afetando a vida de quem gera empregos na Capital terá minha atenção. Escolhi ser um gestor público, mas entendo que o gestor privado precisa de concorrência e lucro, e eu quero mais que ele tenha, porque assim, aumentará o recolhimento de impostos da cidade. Para isso, estamos buscando inspirações em cidades brasileiras que estão dando certo, como Maringá (PR)".

Alexandre Kalil - "As questões tributárias estão hoje disseminadas em cima do comerciante e do setor empresarial, formando uma indústria de arrecadação e uma desordem geral. Temos que simplificar, trazer os empresários para discutir e avisar a fiscalização que as coisas não vão ser mais como antes. A reclamação é geral. Temos que acabar com o esmagamento que o poder público faz com o empresariado".

Considerações finais

João Leite - "Sendo eleito, BH terá um prefeito nascido nesta cidade. Alguém que vive aqui há praticamente 61 anos. Homem de honra, que já teve nove eleições. Sempre auditadas, fiscalizadas, todas aprovadas. Fui da Comissão de Direitos Humanos e dei minha vida a este Estado. Eu não defendo bandido, eu defendo as pessoas".

Alexandre Kalil - "Acredito que o segmento responsável pelo enriquecimento de Belo Horizonte deva fazer parte da gestão da cidade. Os agentes públicos precisam intervir menos e ouvir mais. Os setores da economia belo-horizontina já estão vivendo uma crise amplamente séria, assim como todo o Brasil, e não precisam que o Executivo municipal piore a situação. Vivemos o maior desemprego dos últimos anos e cabe ao poder público, seja por meio de um olhar humano para a população ou mais parceiro do setor produtivo, ajudar a cidade a se recuperar".


Palavras Chave Encontradas: CDL, Criança
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