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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 18-10-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Com menos dinheiro entrando, famílias de BH reduzem dívidas

Número de belo-horizontinos endividados caiu de 48% para 38% em três anos, diz Fecomércio-SP
Há pelo menos um ano, a fiscal de caixa Raquel Ferreira, 32, abandonou as dívidas. Ela e o marido João César da Costa, 32, pararam de comprar a prazo. A fotógrafa Eliane Sales, 35, também não deve mais. E já nem se lembra há quanto tempo não entra em uma loja. Eles fazem parte das estatísticas que mostram que, de 2013 até junho de 2016, o total de famílias endividadas caiu em Belo Horizonte caiu de 48% para 38%. Em todo o Brasil, 9,06 milhões de famílias estão endividadas - sendo 9% na capital minera -, mas cerca de 400 mil conseguiram parar de dever. No entanto, por trás dessa queda, está a retração das compras.

"Muitos acreditam que a redução é devido ao planejamento, mas o principal é a queda do consumo, o que pode ser comprovado com a retração do PIB e das vendas do varejo", explica o economista da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) Guilherme Almeida.

Os dados são da pesquisa Radiografia do Crédito e Endividamento das Famílias Brasileiras, divulgada ontem pela Fecomércio-SP. Segundo o estudo, Belo Horizonte é a capital do Sudeste com o menor percentual de endividamento. Na opinião do presidente da (-BH), , as pessoas estão devendo menos porque estão gastando menos. E, no caso da capital mineira, a explicação está na cultura. "O mineiro e mais cauteloso. Quando vê que existe alguma expectativa de perder o emprego, já para de comprar. Se não consome, não gera inadimplência", comenta Falci.

Em Belo Horizonte, a taxa de inadimplência subiu 15%, em 2013, para 16%, neste ano. No entanto, na comparação com o ano passado, a taxa caiu, pois era de 18%. "É um índice que mostra o percentual das famílias que têm alguma dívida que não conseguirão pagar. O ideal é que essa taxa caia, pois só assim o consumidor conseguirá acesso ao crédito para voltar a comprar", analisa Almeida.

Sem sobras. Se a maioria não deve, é porque já não sobra mais dinheiro para fazer as dívidas. A fotógrafa Eliane Sales não tem dívidas pendentes, mas conta que parou de fazer suas compras costumeiras. "Até o ano passado, eu costumava comprometer cerca de 30% da minha renda com prestações, sem considerar as despesas fixas. Agora, já não faço mais isso e também abandonei o cartão de crédito", afirma Eliane.

De acordo com o estudo da Fecomércio-SP, atualmente o percentual de comprometimento da renda do belo-horizontino está em 31%. "Esse é um comprometimento considerado saudável", explica Almeida. Em média, cada belo-horizontino com pendências deve R$ 2.068. A média nacional é de R$ 1.569.

Metodologia

Base. A análise sobre o endividamento contempla dados do fim de 2013 ao primeiro semestre de 2016 com base em dados d Banco Central,IBGE e da Confederação Nacional do Comércio.

Crédito restrito Juros sobem e empréstimo cai

De 2013 para 2016, os brasileiros pegaram 11% a menos de empréstimo. Nos últimos três anos, o volume caiu de R$ 905 bilhões para R$ 804 bilhões. O crédito ficou mais difícil porque os juros, que eram de 42,7% ao ano, subiram para 54,1% ao ano.

"O crédito encarecido prejudica o consumo de bens que precisam ser financiados", afirma o economista da Fecomércio-MG, Guilherme Almeida.

13º salário em xeque. O presidente da (-BH), , afirma as incertezas sobre o pagamento do 13º salário aos servidores públicos estaduais pode agravar ainda mais a retração das vendas do comércio. O governo mineiro ainda não anunciou quando pagará o benefício aos cerca de 632 mil servidores. "Normalmente, os consumidores usam a primeira parcela para pagar dívidas, e com a segunda ele compra presentes. É muito importante que seja pago antes do Natal", afirma Falci. No ano, as vendas do comércio acumulam queda de 1,67% em Belo Horizonte, segundo a -BH. (QA)


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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