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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 11-10-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Concorrência e obras fazem preço do estacionamento cair

Valor da hora no hipercentro de BH chega a R$ 4; 15 min valem R$ 1,50 no entorno do Oiapoque
A concorrência e uma obra na avenida do Contorno, que faz parte da ampliação do Complexo da Lagoinha, fizeram o valor da hora nos estacionamentos do entorno do shopping Oiapoque, na região central de Belo Horizonte, despencar. Vários estabelecimentos, principalmente na rua São Paulo, estão cobrando R$ 7, R$ 6 e até R$ 4 pelo período. Há cerca de seis meses, esses valores eram R$ 12, R$ 10 e R$ 8.

"Com a obra, os carros não passam mais aqui. Eles precisam dar uma volta enorme e no meio do caminho tem muito estacionamento, por isso caiu o preço aqui", afirma o funcionário de um estacionamento na rua São Paulo, Marlon Peter Lopes. Há cerca de três meses, segundo Marlon, o valor da hora no local era de R$ 8; hoje está R$ 6. No estacionamento ao lado, onde a hora está R$ 4 e já foi R$ 8, a história se repete. "É melhor pingar do que secar. Mas a redução do preço foi muita, caiu pela metade. Tudo por causa da obra, não passa carro aqui mais. Prejudica muito o comércio", avalia a funcionária Deiziely Nunes dos Santos. "A prefeitura falou que a obra ia durar três meses, mas já tem mais tempo que começou e não está perto de acabar. Acho que antes do fim do ano não acaba", afirma. Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, a previsão para finalização da obra é o segundo semestre de 2016.

Quem ganha são os clientes que precisam estacionar na região central, considerada uma das mais caras da cidade, e onde praticamente não existe opção de parar na rua. "Não sabia que existia estacionamento com esse preço no centro. Alguns quarteirões acima, não sai por menos de R$ 12", diz a empresária Dalva Silva, 72.

Concorrência. Além da obra, a inauguração do estacionamento próprio do shopping Oiapoque, com entrada pela rua Rio de Janeiro, há cerca de quatro meses, também ajudou a baixar o preço dos estacionamentos da região. "Quando abriu o estacionamento do Oiapoque, tivemos que baixar o preço", diz Vânia Maria de Lecena, responsável por um estacionamento na rua Guaicurus, que baixou o valor da hora de R$ 10 para R$ 8 há dois meses.

O shopping oferece 30 minutos de estacionamento gratuito e não é necessário apresentar comprovante de compra para utilizar o benefício. Após esse período, o preço da hora é R$ 6, e a fração de 15 minutos sai por R$ 1,50. Para Vânia, a crise também influenciou para que os preços caíssem. "Tivemos uma queda no fluxo de pessoas de cerca de 30% em 2016. Não foi só a abertura dos estacionamentos, a crise econômica também afetou", opina.

Natal. Segundo os funcionários dos estacionamentos do centro, os valores menores são "promocionais" e devem subir quando o fluxo de clientes aumentar, o que é esperado para a época do Natal.

Hábito Vale rodar mais e achar preço melhor

Para os clientes dos estacionamentos da região central, pesquisar e rodar mais vale a pena para garantir um valor menor. "Nos outros estacionamentos que pesquisei estava mais caro. O preço aqui estava melhor, por isso escolhi. Qualquer desconto está valendo a pena, diante do aumento dos preços de tudo", diz a cabeleireira Durcilene Maria de Souza, 35, que parou o carro em um estacionamento da rua São Paulo por R$ 6 a hora.

O advogado Leandro César Barbosa Jardim também comemora a queda do preço. "Tudo que puder baixar é melhor para o cliente, porque a crise deixou todo mundo mais apertado", opina.

Para ele, porém, a confiança é importante. "Tenho o hábito de parar aqui e achei bom estar mais barato, mas não trocaria por causa do preço, pois tenho confiança", afirma. O estacionamento utilizado por Leandro baixou de R$ 12 para R$ 8 o valor da hora.

Boa surpresa

"Não sabia que existia estacionamento com esse preço no centro. Confesso que fiquei surpresa. Alguns quarteirões acima, não sai por menos de R$ 12"

Dalva Silva, 72

Empresária

Vaga garantida

"Estaciono duas vezes por semana e é ótima a queda dos preços. Os funcionários já me conhecem e, para não perder cliente, sempre me arrumam uma vaga"

Sebastião Leal, 62

Motorista

Avaliação Comércio lida com menos clientes e compras menores

A queda do fluxo de compradores foi percebida pelos comerciantes do shopping Oiapoque. As vendas para o Dia das Crianças em 2016 estão menores e os presentes, mais baratos, na comparação com o ano passado. "O fluxo de clientes e o faturamento caíram muito. Hoje não tem um terço de gente comprando em relação ao que tinha dois anos atrás", afirma um lojista de brinquedos que não quis se identificar. A expectativa, porém, é que no Natal o movimento melhore. "Para o Natal vamos ampliar e pegar uma segunda loja. Acredito que vai vender mais", afirma.

Outra reclamação dos comerciantes é com relação ao valor gasto por cliente. Segundo lojistas, a média de gasto tem sido de R$ 25 a R$ 45. "Caiu o valor. Em outras épocas os pais gastavam mais. Espero que melhore no Natal", afirma outro lojista. Pesquisa realizada pela de Belo Horizonte (/BH) aponta que a expectativa dos empresários é de queda de 10,22% para o valor médio dos presentes neste ano, em comparação com o ano passado.

Já o índice de confiança dos empresários de pequenos e médios negócios para o quarto trimestre de 2016 atingiu 65,17 pontos, alta de 8% frente ao terceiro trimestre, de acordo com pesquisa do Insper/Santander. Na divisão por setores, os serviços tiveram avanço de 9,2%, indústria subiu 8,1% e o comércio subiu 7,3%. (LP com agências)


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL, Criança
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