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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 04-09-2016 - 11:21 -   Notícia original Link para notícia
Criando exclusividade


A primeira coleção em impressora 3D

A roupa sonhada para o dia, mas que ainda não está no guarda-roupa. A liberação da bagagem ao obter a peça que quiser no destino. O sapato exclusivo sem a menor chance de outra pessoa ter algo semelhante. O desejo de criar roupas e sapatos como em um passe de mágica, sob medida e sem sair de casa, pode se concretizar com a aplicação de uma tecnologia que promete revolucionar a moda. Trata-se da impressão em 3D, dispositivo empregado nos Estados Unidos, Alemanha e China e que começa a ser introduzido na cadeia produtiva da moda brasileira.




Como funciona e as aplicações da impressão 3D no mundo foram apresentados pelo consultor Martin Bernhar na palestra para o conselho empresarial de moda da Associação Comercial. "A impressão 3D revoluciona toda a cadeia, desde o ensino da moda até o produto final. É uma realidade no mundo, mas é uma tecnologia incipiente no Brasil", afirma a presidente do conselho, Gabriela Ladeira Ferreira.



A tecnologia permite a impressão de objetos em três dimensões - largura, comprimento e profundidade, como se estivesse esculpindo o objeto camada por camada. O emprego da tecnologia em diferentes áreas - da moda à construção civil, passando pela segurança - é visto como ação estratégica por potências mundiais, conforme destacou o consultor. O uso estratégico da impressão 3D foi apresentado para a primeira-ministra da Alemanha, Ângela Merkel, por comissão de peritos em pesquisa de inovação. O consultor acredita que, com tempo, a tecnologia deverá se popularizar. As impressoras mais baratas custam cerca de US$2,5 mil. "Todo mundo poderá ser designer e imprimir as peças em casa", afirma.



A primeira impressora foi desenvolvida por Charles Hull nos Estados Unidos, em 1986, mas foi, em 2008, que a companhia Makerbot iniciou a fabricação industrial da plataforma de impressão 3D. Para a impressão das peças é preciso ter um computador (com sistema operacional Windows 10) que tenha instalado o programa específico de design e uma impressora tridimensional. As companhias que usam a tecnologia desenvolvem diferentes substratos para que as peças sejam impressas. Já existem cerca de 1 mil materiais distintos, incluindo plásticos, metais, alumínio e até carbono para sintetizar diamantes. "Em Berlim, há lugares que as pessoas imprimem até a comida no formato que desejam", diz Martin. O consultor destaca que a tecnologia mudará toda a cadeia produtiva da moda. "É necessário ser preciso. O que for desenhado é o que será impresso", alerta. A programação precisa ser precisa.



Se antes além de tecidos e aviamentos era preciso um profissional que faria a modelagem e a costura, que poderia ser um alfaiate ou uma costureira, com a impressão 3D bastam o computador e a impressora para que a peça se materialize. Algumas empresas de sapatos já usam a tecnologia. O cliente envia fotos com as dimensões dos pés, escolhe o modelo e aguarda a impressão para que o calçado se materialize. Vestidos, lingerie, chapéus, flores e gravatas são peças produzidas com a nova tecnologia e apresentadas nas passarelas de cidades como Nova York. A tecnologia permite construir tecidos e também fazer toda a peça. Dependendo do tamanho da impressora, a peça pode ser feita por inteiro sem a necessidade de costuras. A impressora age como se estivesse fazendo uma escultura. A Feetz (www.feetz.com) oferece esse serviço de impressão em 3D de sapatos, que pode custar de US$ 150 a US$ 250. Em lojas na Coreia do Sul, o consumidor já pode escolher um modelo, escanear os pés, et voilá!, os sapatos são impressos sob medida.



O tempo para impressão vai depender da complexidade do produto. Pode ser algo rápido, entorno de 3 horas, até processo mais demorados, com 300 horas de trabalho da impressora. Em algumas cidades do mundo, o serviço de impressão 3D é oferecido em fablabs, laboratórios que funcionam como fábricas. Em Minas, há FabLab na Universidade Fumec para que os alunos de moda possam experimentar tecidos e peças com design único. "O FabLab foi implantado há um ano na Fumec. O aluno leva o arquivo 3D e vê o produto saindo. É uma experimentação e não só para a criação de produtos finais. Os alunos também fazem pesquisa de material, buscando mais conforto", diz a professora Andrea Salvan. A impressão 3D muda o design, marketing, produção e distribuição da moda. O consultor ressalta que não basta apenas comprar a impressora, é preciso implementar novas formas de gestão.


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