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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 01-09-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Perspectiva é que país demore a se reerguer

Saída de Dilma não será capaz de impedir a recessão
Com a troca definitiva do comando do país, a perspectiva de especialistas é de melhora da economia. Entretanto, a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República não será capaz de impedir a queda do Produto Interno Bruto (PIB). "Este ano está perdido, não há tempo para qualquer mudança substancial, ainda mais que é um ano de eleições municipais", diz o coordenador do curso de economia do Ibmec/MG, Márcio Salvato.

Para ele, com o objetivo de se reeleger, o governo da presidente Dilma adotou medidas equivocadas que, hoje, têm impactos negativos na economia, entre elas, ter segurado o aumento de preços do setor elétrico. A consequência, conforme Salvato, foi o desmantelamento do segmento. "Ela deveria ter tomado as medidas necessárias", critica.

O caminho para o presidente Michel Temer não será dos mais fáceis, conforme o professor, já que ele terá que tratar de destravar pautas bombas como as reformas trabalhista e da previdência. "São medidas impopulares. Só que não há outro jeito. No caso da aposentadoria, vale lembrar que a população está envelhecendo e não há gente na ativa suficiente para sustentar os aposentados, que estão crescendo", observa.

Salvato argumenta que medidas precisam ser tomadas para que o país não passe por problemas parecidos com os da Grécia.

A Grécia gastou bem mais do que podia na última década, pedindo empréstimos pesados e deixando sua economia refém da crescente dívida. Nesse período, os gastos públicos foram às alturas, e os salários do funcionalismo praticamente dobraram. Enquanto os cofres públicos eram esvaziados pelos gastos, a receita era atingida pela evasão de impostos.

Confiança. Embora a melhora não seja imediata com a saída definitiva da presidente Dilma, o coordenador do curso de ciências econômicas do Centro Universitário Newton Paiva, Leonardo Bastos Ávila, afirma que é necessária para que se restabeleça a confiança na economia.

Com Temer em definitivo na presidência, ele ressalta que a intervenção do Estado na economia será menor e haverá um fortalecimento das agências reguladoras, que ajudará a trazer investimentos. "As agências reguladoras não devem ter uso político, devem ser comandadas por técnicos", diz.

Para o presidente da de Belo Horizonte (-BH), , o impeachment é traumático para o país. "Estamos pagando um preço alto por isso, com números ruins da economia. Com a saída da Dilma, não haverá melhora imediata. Só que é necessária uma mudança".

Já o professor de economia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Cláudio Gontijo, diz acreditar que a saída de Dilma Rousseff será pior para a economia. E critica a proposta de ajuste fiscal. "Isso só é bom para os banqueiros", frisa Gontijo.

Trabalhadores podem pagar o pato

FOTO: Ayrton Vignola/Fiesp

Símbolo da Fiesp nos protestos, pato representa o peso do Estado

Enquanto setores como comércio e indústria têm boas perspectivas em relação ao governo de Michel Temer, existe receio de que os trabalhadores possam "pagar o pato" com uma reforma trabalhista. "Tudo vai depender do que o governo conseguir aprovar. Se for na linha da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o que o governo já divulgou, até o momento, a situação pode piorar para o trabalhador", diz o professor de direito do trabalho do Ibmec/MG Flávio Carvalho Monteiro de Andrade.

Para ele, os problemas não são resolvidos com uma simples canetada. "O trabalhador tem baixa produtividade. Só que o problema é a educação ruim", argumenta.

O professor de direito do trabalho da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap) Edison Araújo Mei alerta que o projeto de terceirização do jeito que está contribui para aumentar a precarização do trabalho sem oferecer a contrapartida de aumento de vagas. (JG)

Frases

"O país estava parado por causa do impeachment. Nessa história não há vencidos, nem vencedores. Temos que buscar a união do país"

Rubens Menin

PRESIDENTE DA ABRAINC

"O processo terminou. É hora de virar a página, deixar as diferenças para trás, arregaçar as mangas, e, de braços dados, reconstruir o Brasil"

Paulo Skaf

PRESIDENTE DA FIESP

"Baseado na opinião dos meus clientes, a economia brasileira vai melhorar. O que estava faltando era a estabilidade política"

Lúcio Costa

FUNDADOR DA SUGGAR

"O governo precisa tomar iniciativas para criar um ambiente favorável aos negócios, além de reduzir os gastos públicos"

Olavo Machado

PRESIDENTE DA FIEMG

"A atual situação financeira e econômica que o país atravessa é consequência da má administração dos últimos tempos"

Buno Falci

PRESIDENTE DA -BH

"Com a saída definitiva de Dilma Rousseff, a economia vai piorar muito. O novo governo não tem credibilidade e legitimidade para atrair investimentos"

Cláudio Gontijo

PROFESSOR DE ECONOMIA DA UFSJ

"Seja qual for o partido político na presidência, o que queremos é que seja viabilizada uma política industrial"

Regiane Nascimento

GERENTE DA ABIMAQ-MG

"Duas palavras são fundamentais: tolerância e urgência, para tomar as medidas necessárias para que o país saia da crise"

Sérgio Rial

PRESIDENTE SANTANDER


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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