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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Política ) - MG - Brasil - 01-09-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Empresariado reivindica medidas estruturantes

Olavo Machado cobra "respostas imediatas" de Temer/Alisson J. Silva

O afastamento definitivo da, agora, ex-presidente Dilma Rousseff trouxe esperanças para as entidades de classe de Minas Gerais ligadas à indústria, ao comércio e aos serviços. É unanimidade que a definição do quadro político nacional, pelo menos no tocante ao impeachment, e a posse do novo presidente Michel Temer pode trazer de volta a confiança do empresariado na economia do País.

No entanto, o momento, conforme as entidades consultadas pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, não é só de comemoração. A adoção de medidas estruturantes, e não somente as de caráter emergencial, é vista como primordial para a retomada do crescimento econômico. Entre elas, a implantação de uma política industrial e as tão aguardadas reformas políticas, previdenciária, trabalhista e tributária.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, cobrou "respostas imediatas" do novo presidente. "Agora acabou o caráter interino. Temer precisa entrar firme na questão econômica e ser capaz de assegurar um ambiente favorável para gerar renda e emprego de qualidade", destacou.

O dirigente também defendeu a adoção de medidas de simplificação". "Algumas coisas atrapalham a vida do empresário e têm soluções simples. A burocracia precisa ser superada. São normas, portarias, decretos, medidas e uma iniciativa nesse sentido de simplifica teria efeito na legislação tributária e até na trabalhista", afirmou.

Olavo Machado também alertou sobre a necessidade de controlar a inflação e baixar os juros, o que, segundo ele, onera a capacidade de tomada de crédito por parte do parque industrial não só de Minas, mas de todo o Brasil. Além disso, a implantação de uma política industrial de Estado e não de governo deve ser instalada, na avaliação dele.

Para a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), setor que representa os fabricantes de máquinas, equipamentos e bens de capital, a definição do quadro político nacional de nada vai adiantar se o novo governo na adotar uma política industrial através da adoção de medidas estruturantes.

"A expectativa e o desejo da Abimaq é que o novo governo adote medidas que não sejam só pontuais. Mas não se trata só de expectativas positivas, mas de um cenário melhor. Para isso, é preciso construir uma política industrial. Não é um erro do último governo, mas o Brasil nunca se preocupou em construir uma política industrial capaz de tornar o crescimento da indústria algo sustentável", afirmou a gerente executiva da entidade no Estado, Regiane Nascimento.

Entre essas medidas de caráter estruturante, Regiane Nascimento citou a simplificação na carga tributária, a redução da taxa de juros, e iniciativas que incentivam a melhoria do parque industrial, o que vai proporcionar ganhos de competitividade para as empresas nacionais também no exterior.

Mesmo assim, a gerente executiva da Abimaq em Minas alertou que o setor tem seus resultados baseados em bens sob encomendas e, assim, demora de seis meses a dois anos entre um pedido, a fabricação do bem, a entrega e o faturamento do negócio. "Então, por mais que várias medidas sejam tomadas nesse momento, ainda vai demorar um tempo para a retomada do setor", disse.

O mercado de capitais, que também viu seu volume de negócios nos últimos anos, também viu com bons olhos o afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República. "Essa definição dará novamente ao mercado a possibilidade de trabalhar com visão de médio e longo prazos", pontuou o presidente daAssociação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de Minas Gerais (Apimec-MG), Juliano Lima Pinheiro.

Lima explicou que, no mercado de capitais, a instabilidade política faz com que projetos importantes sejam adiados. "Projetos que antes estavam na gaveta vão sair e provavelmente nos próximos meses voltaremos a ver investimentos ajudando a economia a girar", projetou.

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Tratamento igual - Na avaliação do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, a definição do quadro político era esperada "ansiosamente". "A esperança de que o novo presidente tome atitudes que precisam ser tomadas para o Brasil voltar a crescer é grande. Essa definição abriu novas oportunidades e esperamos que o governo seja capaz de retomar o caminho para fazer as reformas que precisam ser feitas para o País voltar a crescer", disse.

Simões também cobrou um tratamento "igual" por parte do novo governo ao agronegócio nacional. "Tem que tirar o caráter ideológico de tratamento do setor. Sabemos que não dá para fazer tudo de uma vez, mas vontade política para fazer as reformas que precisam ser feitas e colocar a iniciativa privada dentro dos projetos de infraestrutura é fundamental para o agronegócio deslanchar", alertou.

Em nota, o presidente da de Belo Horizonte (/BH), , afirmou que o presidente Michel Temer "terá que executar alguns trabalhos quase impossíveis. Entre eles está a construção de um governo de coalizão nacional".

Falci também defendeu a urgência de colocar ações em prática, como a redução dos gastos, o aumento dos investimentos, as reformas tributária, política e trabalhista, além de combater a inflação para diminuir as taxas de juros e investir em educação de qualidade.

"É preciso que o novo governo recupere a confiança dos investidores, dos empresários e da população na política econômica do governo. Não podemos esquecer que a atual situação financeira e econômica pelo qual o país atravessa é consequência da má administração dos últimos tempos", destacou.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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