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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 26-08-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Indústria começa a contratar

No rastro de uma retomada gradual, trabalhadores de fim de ano já estão sendo chamados
Pelos índices de desemprego, que continuam batendo marcas negativas, as expectativas para o fim do ano não são muito otimistas. Entretanto, pesquisas de sondagem com o empresariado - que é quem gera os empregos - apontam que há sim uma esperança, mesmo que tímida, para o segundo semestre. Mesmo sem saber o quanto a situação vai melhorar, a indústria já começa a fazer suas contratações temporárias.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) da Fundação Getúlio Vargas subiu pela quinta vez ao variar 6,9 pontos, em relação a junho, atingindo o maior nível desde março de 2014 (89,2 pontos). O pesquisador de economia aplicada da FGV/IBRE, Fernando de Holanda Barbosa Filho, explica que o resultado retrata que existe um otimismo para o futuro por parte da indústria e também do comércio. Mas sem alardes. "Não significa que haverá uma recuperação forte, pois ela ainda está aquém dos níveis anteriores, mas indica que o futuro está sendo visto com bons olhos e existe uma possibilidade de contratações", analisa.

Aos poucos, essa possibilidade começa a virar realidade. A indústria da Pif Paf em Patrocínio, na região do Alto Paranaíba, vai começar as contratações temporárias em setembro. Serão contratadas 30 pessoas para reforçar o quadro de 800 trabalhadores. "Apesar da conjuntura, nós estamos acreditando na melhora e vamos reforçar com o mesmo volume de temporários que contratamos no ano passado. Se o cenário de melhora que está se desenhando for confirmado, esperamos efetivar essas pessoas", destaca o gerente comercial da empresa, Claudio Faria.

De olho no aumento da demanda de Natal, a Cacau Show já chamou 103 colaboradores em agosto e, em setembro, começarão mais 232. Em novembro serão chamados outros 81. O volume será 20% maior do que o de 2015.

Outro indicador da FGV, desta vez para o comércio, mostrou que há esperança. O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) avançou 7,2 pontos em agosto de 2016. "O setor apresenta um grau de otimismo em relação ao futuro, que se aproxima da neutralidade. Mas continua enfrentando grandes dificuldades no dia a dia", afirma o superintendente de Produção de Bens Públicos do FGV/IBRE, Aloisio Campelo Jr.

Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) recuou pelo segundo mês consecutivo. Segundo Barbosa Filho, isso indica que os trabalhadores não estão tão otimistas em relação ao aumento da oferta de vagas.

O economista da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Guilherme Velloso Leão, afirma que ainda não dá para prever se o Natal será melhor ou pior. "Temos que esperar até outubro, mesmo porque, nessa época, as indústrias que mais contratam são as de bens de consumo como alimentos e vestuário e calçados. Esses setores não têm um ciclo longo de produção e podem contratar mais para a frente", analisa.

Alguns sinais

Perspectivas boas:

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu 4,2 pontos em agosto;

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 1% em agosto. É a quarta alta consecutiva.

Ruins:

A Pnad Contínua indica taxa de desocupação de 11,3% no 2º trimestre;

O Caged mostra que 1,7 milhão de vagas formais foram fechadas em 12 meses.

Fiesp

Indústria eleva aportes em pesquisa

São Paulo. A indústria brasileira deve aumentar em 4,9% os aportes em pesquisa e desenvolvimento, mas cortar em 8,6% os desembolsos em inovação neste ano, conforme revela uma pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre a intenção de investimentos das empresas.

O estudo mostra ainda que os recursos do setor empregados em gestão devem crescer 5,6% em 2016. Em pesquisa e desenvolvimento, os investimentos, conforme os planos da indústria, vão chegar a R$ 6,8 bilhões, R$ 300 milhões a mais do que no ano passado.

Contas atrasadas

Dívida empresarial bate recorde

O volume de dívidas das empresas mineiras cresceu em um ritmo duas vezes e meia maior do que o dos consumidores. Segundo levantamento da (-BH), com base em dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), enquanto o total de débitos das pessoas físicas cresceu 6,5%, o das pessoas jurídicas subiu 16,7% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O crescimento é o maior desde 2013.

Para o presidente da -BH, , a explicação está no efeito dominó acionado pela atual conjuntura econômica, que tem impactado diretamente o fluxo de caixa das empresas. "A alta da inflação está pressionando o orçamento das famílias. Não bastasse isso, os juros elevados estão desestimulando a aquisição de bens de maior valor agregado, que na maioria das vezes demanda crédito", justifica o empresário.

Segundo Falci, a combinação desses fatores acaba resultando em queda nas vendas e nos faturamentos. "Com isso, a capacidade dos empresários em honrar seus compromissos fica comprometida", ressalta.

Considerando apenas o último mês, o número de dívidas em atraso registrou alta de 1,29%. "Com a combinação da piora do cenário macroeconômico, do aumento dos custos e da queda nas receitas, muitos empresários sentiram dificuldade em quitar seus débitos", disse Falci.

Para as empresas, a taxa de inadimplência - que considera o número dos devedores, independentemente do total das dívidas de cada um - cresceu 14,42% em relação ao ano passado. Já para os consumidores finais, cresceu 5,54%. (QA)

Perfil

Consumidores. A maioria das dívidas (34,37%) está na faixa etária superior a 65 anos. O presidente da -BH, , explica que tem relação com a redução da renda após a aposentadoria.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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