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Portal O Tempo ( Interessa ) - MG - Brasil - 22-08-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Bandidos compram, e vítimas do crime pagam as contas

Servidora está com nome sujo e tem mais de dez dívidas em seu nome, mas não fez nenhuma
Em tempos de dados cada vez mais acessíveis pela internet, é possível ter a identidade roubada sem ter perdido qualquer documento. Foi o que aconteceu com a servidora pública Fernanda Turchetti, 40. Ela está há dois anos recebendo cobranças indevidas por causa de documentos fraudados em seu nome. São cerca de dez compras em grandes redes de varejo e financiamentos que ela não fez. O maior deles, de R$ 40 mil, é do financiamento de um carro que não é dela, mas que já acumula quatro multas - todas em seu nome.

"Começou há dois anos, com umas ligações de cobrança. O ápice foi o financiamento do carro. Não perdi documentos, provavelmente conseguiram meus dados na internet. Eles têm meu nome, números da carteira de identidade, do CPF, do telefone e meu endereço", relata a servidora.

E Fernanda não está sozinha. No caso da dona de casa Marilene França, uma carteira de identidade perdida transformou-se em um cartão de crédito com cobranças indevidas, quatro anos depois da perda. "Quando a cobrança de um cartão que eu não tinha feito chegou, busquei o Procon e consegui, além de não pagar a conta, receber uma indenização por danos", conta Marilene. "O banco não deveria ter feito o cartão sem minha presença. Hoje, até por telefone você consegue um cartão, fica fácil fraudar", diz.

Para Fernanda Turchetti, o Procon não foi suficiente. Ela entrou na Justiça contra a financiadora do automóvel, a BV Financeira, e aguarda uma decisão. "Tenho custos com advogado e cartórios para provar que a cobrança é indevida. Não consegui financiar um apartamento por causa de uma dívida que não é minha", reclama. A BV Financeira foi procurada, mas não respondeu a reportagem.

Prevenção. Segundo a de Belo Horizonte (-BH), o SOS Cidadão, serviço para evitar que o consumidor tenha os seus documentos usados indevidamente no comércio, teve média de 397 registros por mês de janeiro a julho deste ano - um a cada duas horas. O consumidor deve acionar o SOS Cidadão em caso de roubo ou perda de documentos, cartões, cheques, ou quando percebe que documentos foram forjados com seu nome. É preciso levar o Boletim de Ocorrência (BO).

No papel

Assinatura falsa. O Instituto de Criminalística de Minas Gerais faz, em média, mil perícias em assinaturas por ano. Nos últimos dois anos, foram 855 ocorrências por fraude em documentos no Estado.

Roubo não visa só dinheiro

A blogueira de moda Victoria Blacher, 17, teve sua conta do Instagram roubada e perdeu, em março deste ano, 65 mil seguidores. "A pessoa pediu o número do meu celular. Com isso, conseguiu clonar o meu chip, trocou minhas senhas de e-mail e redes sociais e chegou a postar na minha conta do Instagram", relata.

Segundo Victoria, ela precisou criar uma nova conta na rede de fotos. "Felizmente, as pessoas se mobilizaram na internet quando souberam o que aconteceu comigo. Hoje eu tenho 145 mil seguidores, mais que o dobro do que eu tinha quando a conta foi roubada", conta Victoria. A blogueira não quis tentar recuperar o perfil antigo porque a suspeita também era menor de idade. (LP)

Sites maliciosos Vítima entrega os dados sem saber

A evolução da tecnologia contra fraudes faz com que as próprias instituições financeiras evitem o problema. Quando o cartão de crédito da analista de recursos humanos Ângela Neubaner, 44, foi clonado, o próprio banco identificou. "Ligaram perguntando se eu tinha feito duas compras em São Paulo. Como eu neguei, já cancelaram as compras, e nem precisou estornar", afirma Ângela.

Segundo o engenheiro de segurança da Norton Nelson Barbosa, o investimento em segurança nas empresas de e-commerce tem crescido, mas a maioria das fraudes ocorre quando o próprio usuário entrega os dados ao cibercriminoso em e-mails ou sites maliciosos.

Ângela relata que viu, no Facebook, o anúncio de um celular que estava pela metade do preço. Mas desconfiou quando estava preenchendo os dados e não terminou a compra. "O usuário deve ter muito cuidado nessa hora", ensina Barbosa. (LP)


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