Tradição em vestir a casaSegmento de cama, mesa e banho espera crescimento de até 10% nos negócios este ano. Otimistas, empresários já falam em investir e revelam estratégias para atrair a clientela

Augusto Pio

Publicação: 21/08/2016 04:00

Para Adolpho Netto Júnior, sócio nas lojas Lealtex, mercado tem tudo para voltar a fluir bem

A despeito das incertezas que rondam a economia do país, o setor de cama, mesa e banho acena com a possibilidade de expansão de até 10% nos negócios, incluindo aí as vendas para o mercado externo, segundo acreditam os fabricantes. Alguns empresários contam que já começam a sentir sinais de melhora nos últimos meses, enquanto outros ainda esperam sair da crise somente a partir do ano que vem. Levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) aponta que o crescimento do setor, que movimenta R$ 8,5 bilhões por ano, deve girar em torno de 0,5% na produção.

Para Adolpho Oliveira Netto Júnior, sócio com mais dois irmãos nas lojas Lealtex, o mercado realmente já vem acenando para uma retomada do crescimento. "Começamos a renovar as esperanças com a troca de governo", justifica o empresário. Fundada há 60 anos, a Lealtex tem 15 lojas, sendo duas em Sete Lagoas e as outras distribuídas em Contagem e Betim, na Grande Beagá, e na capital, contando com cerca de 250 colaboradores. "Estamos passando pela pior crise que a minha geração já viu, mas acreditamos que o mercado vá melhorar daqui pra frente, até atingir a normalidade, sem essa dificuldade pela qual passa."

A Lealtex oferece completa linha de cama, mesa, banho, tapetes, cortinas e decorações, sendo os artigos de cama o carro-chefe. "Temos muita tradição e uma enorme gama de produtos, além de proporcionar atendimento personalizado e contar com ótimo material humano", revela o empresário, que está há 25 anos no ramo. Para ele, nesta, como em qualquer outra área de negócios, é preciso muita persistência, gostar da profissão, conhecer profundamente os produtos e amar e investir nos colaboradores. "Estamos neste barco há muito tempo, mas não sei se seria viável iniciar um negócio deste tipo nos dias de hoje", diz, se referindo à crise.

"Nossa 'vaidade' é ver a empresa saudável e crescendo sempre, mesmo que tenhamos que remar contra a maré", afirma, lamentando a falta de parceria dos governos, o que, segundo ele, acarreta ainda mais dificuldades. "Empreender no Brasil é uma tarefa hercúlea", conclui. Para este ano, o foco da empresa é reverter a situação de desaquecimento e crescer. "É verdade que os últimos tempos foram meio sombrios, infelizmente. Mas acredito que o mercado melhore daqui pra frente." Para tanto, ele e os sócios estão adotando algumas estratégias, como investir na qualidade dos produtos e, principalmente, do atendimento, da capacidade do pessoal e também nos pontos de vendas, tornando-os mais agradáveis e confortáveis.

CAMPANHA Também apostando na retomada do crescimento, Magda Morandi, gerente de uma das duas unidades em Belo Horizonte da franquia First Class, confirma que o mercado está dando sinais de melhora e revela que o faturamento está bom. "Neste ramo é preciso muita persistência e buscar sempre inovações. Pensamos sempre em ampliar e já instalamos serviço de telemarketing, que está alavancando ainda mais as vendas. Por outro lado, também procuramos oferecer atendimento diferenciado, o que ajuda muito a conquistar clientes", ressalta Magda. Com o aquecimento do mercado, ela espera crescimento de até 50% para este ano em relação a 2015.

Segundo a gerente, na loja onde atua, na Região da Savassi, são quatro funcionários, que prezam pelo atendimento diferenciado. "Temos tudo para cama, mesa e banho. O cliente que entra na loja sai feliz com a qualidade e o preço dos produtos."

Sócia-proprietária da Enxovais Estação da Casa, Míriam Rodrigues Lacerda acredita que vale a pena investir no ramo e que, mesmo neste tempo de crise, o faturamento ainda é satisfatório. Fundada há 21 anos, a empresa tem seis lojas na cidade e emprega 35 colaboradores, número que deve crescer, já que a empresária revela que tem a intenção de continuar ampliando o negócio, "assim que conseguir driblar a crise". Para isso, a empresa procura atrair clientes fazendo campanhas internas e em redes sociais.

"Acredito que o nosso diferencial para com os concorrentes esteja na qualidade dos nossos produtos e no atendimento personalizado que fazemos questão de oferecer" afirma a sócia da Enxovais Estação da Casa, cujo carro-chefe são os artigos de banho.