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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 10-08-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Varejo tem queda de 7% no primeiro semestre de 2016

Investimentos, não o consumo, podem salvar a economia, diz especialista
O varejo amargou resultados negativos no primeiro semestre na comparação com igual período do ano anterior. É o que mostram os levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da de Belo Horizonte (-BH), divulgados ontem. No país, a queda nas vendas foi de 7%. Foi o terceiro semestre consecutivo com taxas negativas e o maior recuo da série histórica, iniciada em 2001. Na capital, a retração foi de 1,52%.

Conforme o IBGE, a queda de 6,7% no acumulado dos últimos 12 meses também foi o maior já registrada. O varejo opera 11,9% abaixo do pico de vendas registrado em novembro de 2014. E o varejo ampliado - que inclui veículos e material de construção - trabalha 19,7% abaixo do pico registrado em agosto de 2012.

Logo, diante dos resultados acumulados do ano e dos 12 meses, a gerente da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Isabella Nunes, acha precipitado falar em recuperação, apesar de o volume vendido pelo varejo ter tido ligeira alta de 0,1% em junho ante maio, após a queda de 0,9% registrada no mês anterior.

O resultado de junho frente maio foi o melhor dos últimos três anos para o período. Para Isabella, a chegada de um inverno mais rigoroso que nos anos anteriores e a troca de presentes estimulada pelo Dia dos Namorados beneficiaram alguns setores do comércio varejista em junho, como foi o caso da comercialização de tecidos, vestuário e calçados, que tiveram alta de 0,7% em junho ante maio. O mesmo aconteceu com o setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento, que avançou 0,8%.

"Não houve melhora substancial ainda. Na margem, a gente vê redução no ritmo de queda, um recuo menor do que nos meses anteriores. Mas os indicadores acumulados, que dão a tendência, ainda têm recorde de queda", observa a gerente do IBGE.

O economista Maurício Schwartsman, da Schwartsman & Associados, afirma que a contração em 2016 é um resultado concreto, a despeito do que ocorra na segunda metade do ano.

Na avaliação da economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour, a atividade do comércio varejista segue fraca, limitada pela renda das famílias, pelo mercado de trabalho e pelo crédito. "O processo de retomada da economia não será liderado pelo consumo. Isso se dará pelos investimentos", aponta. Ela projeta uma redução de 7% para o varejo brasileiro.

Ainda conforme o IBGE, a queda de 5,3% em junho ante igual mês do ano passado foi a 15ª taxa negativa consecutiva, mas menos intensa do que as registradas nos meses anteriores. "Isso é um resultado bom para quem estava em trajetória descendente. Ele dá uma parada nessa trajetória, forma um quadro mais próximo à estabilidade", analisa a gerente do IBGE. (Com agências)

Em BH Alguns setores caíram 30%

Dependendo do ramo de atividade, a queda nas vendas pode ser ainda maior que a média verificada pelas pesquisas. O proprietário da Belo Móveis, Francisco Xavier Augusto dos Santos, conta que a retração nas vendas no primeiro semestre ficou na casa dos 30% frente igual período de 2015. "Os impactos são diferentes no varejo, variam de acordo com o tipo de negócio", diz.

Ele observa que seu ramo de atividade trabalha com produtos de maior valor agregado. Logo, precisam de financiamento. "Em torno de 70% das vendas são parceladas. E as pessoas estão com receio de comprometer o orçamento", observa. Diante do atual cenário, o empresário descarta qualquer possibilidade de reação. "Melhora só em 2017", diz.

A proprietária da butique Flower Power, Viviane Marla de Souza Oliveira, conta que a queda no primeiro semestre foi de quase 2%, bem próxima do recuo verificado pela de Belo Horizonte(-BH), que foi de 1,52%. Para ela, ainda é possível reverter o resultado, já que em agosto já começou uma reação. "Também deve ajudar uma campanha de descontos que está sendo feita com os lojistas do bairro Floresta", diz.

Ainda segundo levantamento da -BH, as vendas de junho tiveram recuo de 1,30% frente igual mês de 2015. (JG)

Consumidor está mais inadimplente

São Paulo. A inadimplência do consumidor subiu 4,9% em julho ante junho, segundo dados dessazonalizados da Boa Vista SCPC. Na comparação com julho do ano passado, houve baixa de 4,3%. E nos sete primeiros meses do ano frente igual intervalo de 2015, houve alta de 2,5%.

Ontem, a Serasa Experian divulgou pesquisa que mostrou queda anual recorde das vendas do comércio de de 7,1% em julho.

Feriado

Lojas abertas. A de BH (/BH) informa que, conforme Convenção Coletiva 2016/2017,o comércio da capital poderá funcionar normalmente no feriado de 15 de agosto (Assunção de Nossa Senhora).


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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