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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Negócios ) - MG - Brasil - 09-08-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Olimpíadas frustra donos de bares, restaurantes e hotéis

Movimento de turistas em BH tem sido inexpressivo; alguns estabelecimentos registraram queda de 30% nas vendas/ME/Portal da Copa/Nitro Imagens

As Olimpíadas Rio 2016 não embalaram os negócios na capital mineira. Ao contrário do que ocorreu na Copa do Mundo, há dois anos, o movimento de turistas em Belo Horizonte, até o momento, tem sido inexpressivo, frustrando as expectativas de empresários do setor hoteleiro e do segmento de bares e restaurantes. Em alguns estabelecimentos, houve queda de 30% nas atividades, afetadas também pela redução do horário de expediente nas repartições públicas estaduais em dias de jogos no Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão. O comércio de rua e os shoppings, por sua vez, estão otimistas para as próximas semanas.

Além do Rio de Janeiro, sede das cerimônias de abertura e de encerramento dos Jogos Olímpicos e da maioria das competições, Belo Horizonte, ao lado de Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo, integra o grupo de cidades escolhidas para receber partidas de futebol. Ao todo, serão realizados 10 jogos, seis de futebol feminino e quatro de masculino. Até o momento, já disputaram partidas na Capital as seleções dos Estados Unidos, da Nova Zelândia, da Colômbia e da França. Amanhã, jogam as seleções masculinas da Argélia e de Portugal, e da Alemanha contra Fiji.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG), a taxa de ocupação na primeira semana de agosto se manteve praticamente estável em relação ao mesmo período do ano passado, em torno de 50%. Segundo ela, o evento, que tem alcance mundial, trouxe poucas alterações para o setor hoteleiro na Capital. "Até hoje (segunda-feira), a taxa de ocupação está em 50%, praticamente a mesma registrada em período idêntico de 2015. De maneira geral, não houve impacto, é como se estivesse acontecendo um congresso, por exemplo. A menos que as quartas de final sejam disputadas por seleções de grande destaque, mais relevantes, não sentiremos nenhum reflexo dessas Olimpíadas", avalia.

Entre os bares e restaurantes da Capital, não bastasse o movimento fraco, que frustrou as expectativas dos empresários do setor, houve prejuízo em alguns estabelecimentos. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Ricardo Rodrigues, a entidade vinha trabalhando com uma expectativa de 15% de aumento - em dias de jogos - no número de clientes, sobretudo nos estabelecimentos localizados no entorno do Mineirão e na região da Savassi, na Zona Sul de BH, mas que não se concretizou. "O que vimos foram campos vazios e pouco turista. O que esperávamos não aconteceu e em alguns casos houve retração. De maneira geral, o foco não tem sido o turista estrangeiro, mas o brasileiro, que está gastando menos", ressalta.

Proprietário da Liberdade Padaria e Gastronomia, que tem unidades nos bairros de Lourdes e Funcionários, ambos na região Centro-Sul da Capital, o empresário Eduardo Pereira Costa vem amargando prejuízo desde o início dos Jogos, no último dia 3. Segundo ele, a mudança no horário de funcionamento dos órgãos do Estado impactou ainda mais nos resultados do negócio. "Estamos em uma época em que ninguém pode parar de trabalhar. E nós moramos em uma cidade em que maior parte do PIB não vem da indústria, mas do comércio. Tenho tido prejuízo nos dias de jogos, pela falta de turista, e não posso fechar as portas em função do movimento", detalha.

Por causa das Olimpíadas, os órgãos estaduais situados em Belo Horizonte tiveram o horário de funcionamento alterado. A mudança seguiu uma recomendação da Comissão Estadual de Segurança Pública e Defesa Civil para os Jogos Rio 2016. Nos dias de partidas realizadas à noite no Mineirão, o horário de funcionamento será das 8 horas às 13 horas. Já nos dias em que os jogos acontecerem durante o dia, o funcionamento será facultativo. Até ontem, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não havia deliberado sobre mudanças no expediente, conforme informou a assessoria de comunicação.

Comércio - O presidente da de Belo Horizonte (-BH), Anderson Rocha, tem opinião diferente dos representantes do trade turístico. Segundo ele, as expectativas para o setor são positivas, com reflexos, principalmente, nas atividades do Mercado Central, do comércio localizado na região da Savassi e nos shopping centers.

"É difícil mensurar números, devido à diversidade da atividade em Belo Horizonte, muito pulverizada. Mas considerando o trabalho que viemos fazendo, de incentivar que o turista venha assistir aos jogos olímpicos na cidade, nossa expectativa é muito boa. Soma-se a isso o título recente conquistado pela Pampulha, de Patrimônio Cultural da Humanidade, um motivo a mais para a visitação e incremento da atividade comercial", avalia.

Uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), em parceria com a Abrasel-MG, Sindicomércio Juiz de Fora e Sindicomércio Uberlândia, mostrou que quase 20% dos empresários dos dois municípios e de Belo Horizonte acreditavam que os Jogos Olímpicos trariam impactos positivos aos negócios dos segmentos avaliados.

Aumento do fluxo de turistas, das vendas e da prestação de serviços foram os principais benefícios apontados, com 40%, 32% e 11% das respostas, respectivamente. Segundo os empresários consultados, as principais formas de incrementar os negócios eram oferecendo atendimento diferenciado (41,3%) e preço competitivo (38,7%). Já os preços elevados dos produtos (26,7%), a percepção de insegurança (20%) e o desconhecimento de outros idiomas (17,3%) apareceram na lista dos principais entraves ao bom desempenho relacionado às Olimpíadas.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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