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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 06-08-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Jogos prejudicam bares e não impactam comércio

Expectativa de aumento de 15% nas vendas de restaurantes foi frustrada
A expectativa de aumento de vendas na capital mineira em função dos jogos de futebol das Olimpíadas existia, mas foi vencida pela realidade. A regional mineira da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel-MG) esperava um aumento de público em torno de 15% pelo menos nos estabelecimentos próximos do Mineirão, na Pampulha, mas o que aconteceu na última quarta-feira, quando dois jogos de futebol feminino ocorreram no estádio, foi uma queda de público, que chegou até a 30%. "Tínhamos essa expectativa de crescimento, mas o que vimos foi queda de público. Nos bares e restaurantes próximos da Arena, as ruas foram interditadas e ninguém conseguia chegar. Nos demais estabelecimentos, em função da liberação dos servidores públicos que não trabalharam no dia, o almoço foi muito prejudicado e alguns estabelecimentos tiveram 30% de queda de público", conta Ricardo Rodrigues, presidente da Abrasel-MG.

Se para o segmento de bares e restaurantes o resultado foi negativo, para o comércio, não houve nenhuma melhoria. "Eu recebo muitos estrangeiros na loja e não vi nenhum impacto positivo em função dos jogos", afirma Rosana Alkmin de Miranda, a proprietária da loja Chinelô, na praça da Savassi, que comercializa, entre outras marcas, as Havaianas. "Temos inclusive o produto Olimpíadas, lançado pelas Havaianas, mas que ainda não teve grande procura", afirma.

Essa também é a percepção do proprietário da relojoaria Tic Tac, Yonel Hofman. "Vi um inglês passando por aqui porque eles estão treinando no Minas Tênis Clube, mas venda, ou aumento de procura, não aumentou, continua a mesma coisa na comparação com o ano passado", diz Hofman.

Segundo o comerciante, seu faturamento de julho deste ano foi igual ao do mesmo mês de 2015. "A inflação a gente não conseguiu acompanhar, tivemos essa perda", lamenta. Há 38 anos no mesmo ponto, Hofman relata que para sobreviver à crise do comércio diminuiu o número de funcionários e trabalhando "com o mínimo" no estoque.

Para a de Belo Horizonte (-BH), não é possível ainda mensurar se o evento esportivo impactou o comércio da capital. "O comércio da cidade é muito pulverizado, mas momentaneamente, esse crescimento, quando percebido, acontece no Mercado Central e nos Shoppings", conta o vice-presidente da -BH, Anderson Rocha. Ele ressalta, porém, a importância dos eventos para a cidade. "Em termos de visibilidade da cidade, esses eventos esportivos são importantes. No longo prazo eles trazem pessoas e isso é positivo para o comércio", explica.

Maurício Reis, dono da loja Miragem, situada em uma galeria da Savassi, percebeu um crescimento de 60% no público na última quinta-feira durante a feira de artesanato que promove. "Acho que os jogos ajudaram porque divulgamos a feira nos hotéis e quem vem de fora sempre quer levar uma lembrança", avalia.

Pampulha

Turismo. Para o vice-presidente da -BH, Anderson Rocha, a definição do complexo da Pampulha como patrimônio da humanidade é uma boa notícia para o comércio porque dá visibilidade para a cidade.

Ocupação em hotéis cresce, mas não empolga

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG) mensurou um aumento de 13% na ocupação dos hotéis da capital mineira na semana em que ocorreram jogos olímpicos na cidade em comparação com o mesmo período do ano passado. "É uma ocupação satisfatória, mas outros eventos, como congressos médicos, têm um impacto maior", conta a presidente da Abih-MG, Patrícia Coutinho. Além disso, ela ressalta que não foi apenas os jogos que aumentaram a procura pelos hotéis. "Outros eventos que estavam acontecendo na cidade também ajudaram a aumentar essa procura", afirma.

Segundo a Abih, seis hotéis que receberam delegações internacionais e por isso tiveram uma ocupação entre 70% e 80%. (LP)


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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