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Isto é Dinheiro online ( Economia ) - SP - Brasil - 30-07-2016 - 11:37 -   Notícia original Link para notícia
Aplicativos vão às compras

Adeus, filas: o Supermercado Now, de Marco Zolet, receberá aporte de R$ 2 milhões ( foto: JOÃO CASTELLANO/AG.ISTOÉ)


O celular se transformou em um autêntico carrinho de compras, que vai modificar o negócio dos supermercados como conhecemos hoje. Aplicativos para smartphones e tablets já possibilitam abastecer a dispensa sem que o consumidor enfrente o congestionamento nas ruas e as filas no caixa. E, pelo menos, um desses novos sistemas, o Home Refill, permite a realização das compras do mês fazendo a intermediação direta entre clientes e a indústria, tirando os supermercados totalmente fora da jogada.


"O que o supermercado vai oferecer no futuro não vai ser mais um produto, mas uma experiência, como ensinar a cozinhar", diz Guilherme Aere dos Santos, CEO da Home Refill, que recebeu aporte de R$ 10 milhões e, em seis meses, conseguiu 2,4 mil clientes. Não há dados sobre compras online de supermercados e, segundo o E-bit, o e-commerce no País representa 4% do varejo e o setor de alimentos e bebidas, 1%. Mas a tendência é de crescimento. Nos Estados Unidos, esse índice é de 14% e crescem empresas como Instacart e Amazon Fresh, que ligam o consumidor aos supermercados.


Na semana passada, a americana Good Eggs, de compras online de produtos orgânicos , captou US$ 15 milhões. Com a expectativa de fechar o ano com 30 mil clientes só em São Paulo, e planos para faturar R$ 11 milhões até o fim do ano, a Home Refill nasceu com o objetivo de incentivar o consumo consciente. Por meio do aplicativo, o consumidor pode planejar a aquisição de dois mil itens, exceto frutas e congelados, conseguindo agendar a entrega. Produtos de limpeza, higiene e alimentos saem com preço 15% menor que no supermercado tradicional, segundo a empresa.


O frete é gratuito, uma vez que a logística reúne as compras de forma a encher o caminhão para levar os produtos para áreas próximas de uma só vez. O lado negativo é que a entrega é feita em sete dias. "Temos esse prazo para que as pessoas comprem com consciência, sem impulso", explica Santos. "A ideia é que a casa das pessoas tenha uma rotina de reposição." Outro ganho desse sistema é que a indústria terá detalhes do perfil de consumo de seus clientes, podendo aprimorar seus produtos.


Nos Estados Unidos, por exemplo, homens que realizavam compras de artigos de limpeza por meio da Amazon Fresh levaram a Unilever a desenvolver um detergente líquido específico para solteiros. "A indústria ganha com a redução do desperdício de produção, sem intermediário", diz Santos. Esse ponto é tão crucial que Hercules Maimone, líder de varejo e consumo no Brasil da consultoria PricewaterhoseCoopers (PwC), vê grandes indústrias interessadas em financiar startups para ter acesso a esses dados.


"Elas têm uma fome muito grande de se aproximarem do consumidor. Vemos interesse dessas empresas em investir em startups para ler esse comportamento", afirma. E o varejo, o que acha disso? A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) foi procurada, mas não respondeu aos pedidos de entrevista da DINHEIRO. As grandes redes estão atentas. O Carrefour anunciou, na semana passada, planos para vender alimentos pela web no próximo ano. Nas redes menores, a revolução também começou. Em São Paulo, o empório de orgânicos Origen e o Emporium São Paulo, com sete lojas, fecharam negócio com o aplicativo Supermercado Now.


A startup está prestes a captar R$ 2 milhões e tem ambição de chegar a seis capitais em três anos. Marco Zolet, sócio do aplicativo, diz que julho fechará com mais de 200 entregas, e vai chegar a 1.500 em dezembro. "Não queremos concorrer com os supermercados, mas oferecer um canal a mais", diz Zolet, que ganha 15% do valor de cada venda. Seus dois mil clientes escolhem no aplicativo os produtos, incluindo alimentos perecíveis, que são comprados por terceiros, chamados de "shoppers". Para Maimone, da PwC, esse novo canal não significa a morte do supermercado, mas um alerta para alterar a loja física. "Estou disposto a ajudar a reinventar a loja física também", provoca Santos, da Home Refill.


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