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Portal Hoje em Dia (MG) ( Opinião ) - MG - Brasil - 21-07-2016 - 08:58 -   Notícia original Link para notícia
Editorial - Retomada começando ou apenas otimismo

Há cerca de dois anos, pesquisa do Instituto Gallup World Poll apontou o brasileiro como o povo mais otimista do mundo, com nota 8,8, numa escala de zero a 10. "Ninguém vê o futuro com tanto otimismo quanto o brasileiro", afirmou na época o então ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri. Tudo bem que a crise econômica ainda não tinha chegado nem perto do ponto em que estamos, mas o momento já não era tão bom como anos atrás.


As mais recentes pesquisas, estudos ou previsões de institutos renomados e órgãos de classe já identificam uma certa retomada de alguns setores da economia e certa esperança de empresários do varejo - que foram atingidos em cheio com a queda do poder de compra da população - de que haverá ganho nas vendas nos próximos meses. É o caso da maioria dos comerciantes que, segundo a -BH, prevê um bom desempenho do setor no próximo Dia dos Pais.


Como já apontamos recentemente, outro setor usado como termômetro para antecipar crises e apontar retomadas é a indústria de base, principalmente de aço, matéria prima de vários produtos. Se há aumento de encomendas, como aponta pesquisa do setor, é porque tem gente pensando em produzir mais.


Primeiramente, pode ser um sinal de que o fundo do poço foi atingido e que podemos, enfim, começar a nos reerguer. Em segundo lugar, prova que o povo brasileiro, apesar de tudo, não perdeu a esperança em relação ao país e que pode estar convencido de que a situação crítica é passageira. Em último, os bons números podem apontar um componente psicológico na crise econômica. Ou seja, faltava, além de dinheiro, confiança.


Não há ainda pesquisas que identificam essa relação com precisão, até mesmo porque trata-se de alguns indícios de retomada. Mas é inevitável a comparação entre as ações do atual governo interino do comportamento da gestão que está afastada. As medidas anunciadas, mesmo que ainda não colocadas em prática, mostram, pelo menos, movimentação e discussão de propostas. Ao se falar em déficit, queda do PIB e reformas, as cartas são colocadas na mesa.


Talvez tenha faltado à gestão afastada maior clareza em mostrar a situação em que economia se encontrava, por fatores internos e externos, e apresentar ao setor produtivo e à população em geral, de maneira clara, quais seriam as propostas para se contornar os problemas de maneira a reduzir os impactos.


Vamos aguardar a publicação de outros índices para saber se essa retomada é, sim, verdadeira e sustentável ou se trata-se apenas do otimismo característico do brasileiro, aquele que sofre há décadas com a economia, mas não desiste nunca.


Palavras Chave Encontradas: CDL
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