Leitura de notícia
Diário do Comércio online - BH (MG) ( Especial ) - MG - Brasil - 13-07-2016 - 10:08 -   Notícia original Link para notícia
"Educação e Valores Humanos" na pauta do próximo "Diálogos"

Isaac Gomes, 19 anos, aprendiz da Rede Cidadã/


A próxima edição do "Diálogos do Prêmio José Costa", um desdobramento do último debate, que se debruçou sobre o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 4, será realizada no dia 2 de agosto e terá como tema Educação e Valores Humanos. O evento, organizado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO em parceria com a ArcelorMittal, tem como objetivo central resgatar assuntos de relevância e debatê-los com as diferentes esferas da sociedade, como forma de compartilhar experiências e agregar valores.

Realizado na primeira terça-feira de cada mês, o "Diálogos" terá 12 edições, fundamentadas no documento Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. A ideia dos ODS é criar uma agenda para ser implementada por todos os países do mundo, até 2030. Os assuntos debatidos no "Diálogos" são definidos por um comitê editorial composto por instituições da sociedade envolvidas com o Prêmio José Costa, ao qual cabe, ainda, a indicação dos debatedores.

A edição de estreia aconteceu em maio e foi baseada no 16º ODS - Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. O tema debatido foi a corresponsabilidade institucional. Participaram da mesa representantes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Minas Gerais (OAB-MG). O debate principal foi realizado por representantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da ArcelorMittal e da ONG Transparência Internacional. A conversa foi mediada pelo professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC) Cláudio Boechat.

A edição seguinte aconteceu no dia 7 de junho, ancorada pelo tema Perfil e papel da liderança para a construção da sociedade que queremos e contou com a participação do presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 3ª Região, desembargador Júlio Bernardo do Carmo; do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior; da consultora, psicóloga e mestre em administração de empresas, Edina Bom Sucesso; e da intraempreendedora social, gestora do Yunus Negócios Sociais em Minas Gerais e curadora do Global Shapers BH, Gabriela Reis. A mediação ficou a cargo do diretor do Instituto Orior, Raimundo Soares.

"Ficou visível aqui que todos precisam ser ouvidos. E, hoje, não se escuta ninguém. Sem empatia, que é a arte de escutar o outro, nós não vamos romper as barreiras sobre as quais discutimos. As empresas querem jovens protagonistas, empreendedores, pessoas que fazem do trabalho uma carreira, que não sejam só empregadas. A questão central é: qual é a sua atitude no trabalho? Outro ponto que me chama a atenção é essa questão da tendência à generalização. Por obra de um racista, contamina-se toda a sociedade. Eu me inspiro nas palavras do 'Guilherme' - Guilherme Luiz Teixeira Gonzaga, 11 anos - para dizer que não tenho dúvidas de que a grande economia é feita de pessoas boas, do bem, que muitas vezes apenas não sabem por onde começar. Sugiro que a gente saia desse debate das generalizações e invista no diálogo, que a gente saiba com quem está conversando e que, ao citar contextos, revele as circunstâncias e nomeie." (Fernando Alves)


"Os desafios são muitos, mas vejo que os caminhos estão sendo trilhados. No momento em que conseguirmos realmente universalizar o atendimento à educação e ter todos, de 4 a 17 anos, dentro de sala de aula - e isso é um desafio -, nós ganharemos uma escola bacana, correta e justa. Nós precisamos vencer a questão do preconceito, ele existe, está aí, mas é velado. Na rede municipal são 200 mil alunos. Se conseguirmos continuar o trabalho, que não é de agora, mas um processo, nós vamos fazer essa alfabetização digital." (Sueli Baliza Dias)









"Eu acho que a gente tem que ter propósito em tudo o que faz. E 80, 90 anos é um tempo muito curto. Acho que todas as pessoas que chegaram lá falam: como o tempo passou rápido. Então eu quero fazer diferença nesse mundo, na vida, eu tenho pressa, tenho urgência. Podemos celebrar algumas coisas extraordinárias que fazemos, mas prefiro fazer dessa fala curta um espaço para a gente perceber o que não estamos fazendo. Vou pedir licença para ser um pouco contundente e, talvez, polemizar. Nós somos uma sociedade que, por razões da nossa formação católica, negra, portuguesa, de acreditar no estado provedor, forma pessoas para conseguir emprego. Nós não formamos pessoas para criar valor. E incutimos isso em toda trajetória de formação do jovem, no ensino fundamental, no ensino médio e no ensino superior." (Fábio Veras)



"Venho de uma família simples, cresci em um lugar em que todo mundo falava que eu seria o pior tipo de pessoa, pela condição dos meus pais, que vieram do interior, e isso não ouvia na rua, escutava da própria família, da escola. Mas, desde pequeno, meus pais, que não têm ensino médio completo, diziam que eu tinha que estudar. E eu tinha esse sentimento, sabia que era importante estudar, mesmo não convivendo com muitas pessoas que tinham estudado. E aí você vai crescendo e criando uma certa ilusão de que aquele é o caminho que vai te salvar e resolver todos os problemas. O Embaixadores de Minas é um projeto de emancipação, falamos que não queremos ensinar as pessoas a pescar, queremos sim revolucionar a indústria da pesca." (Guilherme Menezes)




"Eu sou um pouco como a sociedade, que reage àquilo que a incomoda. E tenho que reagir porque não sei se sou negro, não sei se sou branco. A gente vive em uma sociedade que tem incorporação do europeu, do índio, do americano e também do africano. Por outro lado, eu sou de um bairro de classe média baixa, formado em escola pública, e consegui ascender. A gente tem que tomar muitos cuidados quando assume alguns paradigmas difíceis de transpor enquanto sociedade. É preciso conhecer, identificar o que precisa aplicar e fazer essa construção coletiva. Se está ruim, insiste. Porque não é fácil, a disputa é constante, os filtros ao longo da vida são os mais diversos possíveis, e muitas vezes a gente fica ao longo do caminho porque é mais fácil." (Anderson Rocha, vice-presidente da -BH e presidente do BH Convention & Visitors Bureau)




"Venho aqui como adolescente, como jovem, dizer que nas nossas escolas, e acabei de me formar, não vemos protagonismo, a gente não tem protagonismo, não tem voz. Eu conheci essa palavra depois que eu fui para a Rede, quando entrei no mercado de trabalho. Então gostaria de dar uma sugestão para todos, de implementar isso na juventude, porque nós sabemos o que é protagonismo. Gostaria que as pessoas falassem: você precisa ser alguém na vida. Porque nós não temos isso. Hoje eu tenho impulsos de que posso ser alguém na vida, mas muitos da minha comunidade não têm." (Milena Auana, 18 anos, aprendiz da Rede Cidadã)







"Não poderia haver um momento mais oportuno para falar sobre o protagonismo da juventude, um tema que está sempre presente e é foco nessa sociedade que buscamos e que queremos. A gente acaba repetindo os jargões, e eu os respeito muito porque são 90% verdade, senão não citaríamos. A de hoje é o adulto de amanhã, é quem vai comandar esse País, a sociedade. Então nós temos que cuidar muito delas. Nada mais oportuno do que falar sobre a juventude e pensar sobre como ela pode ter realmente autonomia, pode ter capacidade de exercer esse protagonismo como um direito que tem de participar e opinar em todos os processos que envolvem sua vida, de seus amigos, da sociedade." (Márcio Rogério de Oliveira)






"A educação já foi mais respeitada, hoje em dia a sociedade é elitizada. É difícil falar que o racismo não existe. Os grandes empresários ainda são 'brancos', então a gente tem essa dificuldade. Esse preconceito racista, essa cultura que represa as pessoas, não só os negros, mas as pessoas da periferia, ainda existe. E aí eu penso: será que só a população deve ser conscientizada ou será que os grandes empreendedores e donos de negócios também devem?" (Isaac Gomes, 19 anos, aprendiz da Rede Cidadã)





Palavras Chave Encontradas: CDL, Criança
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.