Isto é Dinheiro online ( Economia ) - SP - Brasil | - 25-06-2016 - 10:43 - | Notícia original | Link para notícia |
Produção em série contra a crise |
Linha de montagem: nova fábrica da Mercedes-Benz foi construída em Iracemápolis A farmacêutica nacional Libbs vai produzir no Brasil medicamentos biológicos para combate ao câncer e a doenças autoimunes. Para isso, uma planta de biotecnologia foi construída em Embu das Artes, na Grande São Paulo. Na hora de definir o Estado que receberia o investimento de R$ 500 milhões, incluindo obras e pesquisas, a direção da empresa não teve dúvidas. "A mão de obra qualificada foi o fator decisivo", diz Márcia Bueno, diretora de Relações Institucionais da Libbs, que vai protocolar em 2017 o pedido de registro dos medicamentos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "São Paulo tem grandes universidades e centros de pesquisas." Assim como a Libbs, diversas empresas têm escolhido a maior economia do País para aportar seus recursos. Com um PIB de US$ 568 bilhões, quase o triplo da economia argentina, o Estado de São Paulo contabiliza onze projetos anunciados desde o início do ano, totalizando R$ 1,8 bilhão em novos investimentos. São indústrias como a AGC, líder mundial na fabricação de vidros, a Mercedez-Benz e a Hyundai-Rotem que estão investindo em Guaratinguetá, Iracemápolis e Araraquara, respectivamente. Há ainda 50 projetos em processo de implantação e outros 62 em negociação, somando quase R$ 60 bilhões. "Há muito interesse do setor privado nos setores de celulose, petróleo, gás, etanol, energia e fármaco, entre outros", diz à DINHEIRO o vice-governador paulista Márcio França (PSB), que acumula o cargo de secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação. Em seu gabinete, no Palácio dos Bandeirantes, o vice-governador recebe comitivas de empresários que buscam oportunidades em São Paulo. A atração de investimentos virou prioridade na agenda de França durante a crise econômica, que provocou uma queda na arrecadação de impostos. O presidente da agência Investe São Paulo, Juan Quirós, participa das reuniões na capital paulista e promove road shows internacionais para divulgar a competitividade e a imagem do Estado. "Metade do volume de investimentos em carteira é de empresas voltadas para a exportação", diz Quirós. "A nossa infraestrutura dá competitividade para as empresas exportadoras", lembra França. Outra companhia que anunciou investimento em São Paulo é a Serasa Experian, que presta serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas. Serão destinados R$ 30 milhões na construção de um centro de tecnologia em São Carlos, que vai englobar áreas de captação de dados, tecnologia da informação e finanças. Estão sendo contratadas 500 pessoas, mas haverá capacidade para até 1,5 mil empregados. O processo de definição do local durou um ano e avaliou 50 municípios. "A escolha de São Carlos ratifica a estratégia da Experian em criar centros especializados com alta tecnologia e inovadores, como já fez em outras regiões do mundo", afirma o CEO José Luiz Rossi. O governo de São Paulo garante que não pratica guerra fiscal para atrair as empresas, fato confirmado pela Serasa Experian. Segundo a companhia, os fatores determinantes para a escolha do local foram o Índice de Desenvolvimento Humano, a segurança, rede educacional e de saúde, proximidade dos grandes centros urbanos, universidades e disponibilidade de profissionais qualificados. Segundo estudo da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), há um professor doutor para cada 180 habitantes da cidade, índice superior ao de muitos países europeus. Outro ponto destacado pelos investidores que buscam oportunidades em território paulista é a previsibilidade institucional. Nas palavras do vice Márcio França, a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é como as listras da bandeira de São Paulo, "reta, igual, repetida, sem surpresas", e tem como uma de suas principais características a "austeridade fiscal". O controle das finanças públicas é um item caro aos investidores, pois quanto mais equilibrado estiver o caixa de um Estado, maior a chance de execução de obras de infraestrutura. Na terça-feira 21, um relatório da Unctad mostrou que o volume de investimento estrangeiro direto no mundo cresceu 38% em 2015, totalizando US$ 1,76 trilhão. No Brasil, no entanto, houve queda de 11,5%, para US$ 64,6 bilhões. Significa, na prática, que os Estados disputam fatias de um bolo que encolheu. Porém, ao superar a atual crise, o País voltará a atrair recursos. "A trajetória macroeconômica do Brasil será retomada a partir do ano que vem", diz Maurício Godoi, economista e professor da Saint Paul Escola de Negócios. "Nesse contexto, as regiões Sul e Sudeste levam vantagem, com São Paulo à frente." Colaborou Carlos Eduardo Valim MARTELO BATIDO AGC (indústria de vidros) Libbs (indústria farmacêutica) Equinix (serviços de data Center interconexão) Canadian Solar (energia renovável) Chem Trend (setor químico) Scomi (bens de capital) Johnson Electric (autopeças) Serasa Experian (serviços) Nenhuma palavra chave encontrada. |
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