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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Negócios ) - MG - Brasil - 23-06-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Frio renderá fôlego ao comércio

Os agasalhos passaram a fazer parte da rotina dos belo-horizontinos/Charles Silva Duarte

O inverno mais rigoroso da última década em Minas Gerais, que oficialmente chegou às 19h34 de segunda-feira, dia 20 de junho, horário oficial de Brasília, aumentou o otimismo no comércio varejista e das confecções de roupas de frio. Vendas acima da média e pedidos de última hora se tornaram uma marca da estação. Do outro lado, consumidores da Capital já notaram algumas vitrines e prateleiras vazias.

De acordo com o presidente do Conselho da do Barro Preto ( Barro Preto), Fausto Izac, o frio é o grande motivador dos bons resultados alcançados pelas lojas do polo. "Esse frio todo veio em boa hora. Conversei com os lojistas e os agasalhos mais pesados estão realmente em falta. Os empreendedores estão fazendo pedidos e recompondo os estoques ao longo da estação. Acredito que isso esteja acontecendo também com outros itens, como cobertores, por exemplo", explica Izac.

O polo da moda do Barro Preto é um dos principais distribuidores de roupas do Estado. Lá são abastecidas lojas e revendedoras autônomas de todo o País durante o ano todo. Apesar da "correria" em busca da moda inverno, a estrutura da cadeia produtiva garante que ninguém vai passar frio por falta de produtos para a venda.

"A cadeia produtiva é extremamente profissionalizada e como não temos problemas com a matéria-prima, não corremos o risco de desabastecimento. O consumidor pode ficar tranquilo que também teremos as tradicionais liquidações no fim da temporada", destaca o presidente do Conselho da Barro Preto.

Na ponta produtora da cadeia, o Sul de Minas se destaca e comemora os ventos frios que atingem o território mineiro desde o início do mês. Em Jacutinga, nacionalmente conhecido pela confecção de malhas e crochê, as máquinas não param. Segundo o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Jacutinga (Acija), Dennys Bandeira, algumas empresas chegam a trabalhar 24 horas para atender os pedidos.

"Nos últimos 30 dias, as empresas aumentaram entre 40% e 50% a produção em relação ao mesmo período do passado. As malharias estão a todo vapor. Muitos lojistas não estavam preparados para uma queda tão forte das temperaturas. Todos estavam com receio quanto as vendas e, por isso, não fizeram um bom estoque. Essa, para nós, é uma grande notícia", avalia Bandeira.

Feira de malhas - Enquanto boa parte dos setores amarga resultados decepcionantes e demitem, Jacutinga vive uma fase de pleno emprego e se vale das horas extras para dar conta dos pedidos. Realizada entre 25 de maio e 12 de junho, a tradicional Festmalhas, recebeu mais de 200 mil visitantes. Foram negociados volumes entre 30% e 50% maiores do que na edição anterior.

"Além do frio, outros fatores que nos ajudaram foi a desvalorização do real, que trouxe de volta compradores que estavam preferindo importar produtos da China, e o nosso investimento em qualidade e promoção do polo. Temos recebido, com orgulho, a visita de compradores da Argentina e do Paraguai, que vem atrás da nossa qualidade e bons preços. São de 30 a 40 lojistas de cada país por semana aqui", revela o presidente da Acija.

Na vizinha Monte Sião, também no Sul de Minas, o cenário é parecido. Para o presidente da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviço de Monte Sião (Acims), Tadeu Machado, o frio chegou na hora exata. A 41ª edição da Feira Nacional do Tricô (Fenat), realizada de 26 de maio a 12 de junho, apresentou resultados 25% maiores do que o evento de 2015.

"Desde 2009 não tínhamos um inverno assim. Logo na primeira semana de junho sentimos o impacto nas vendas. Estamos produzindo para entregar imediatamente. Sentimos que os empresários seguraram um pouco as compras com medo da crise, mas já tiveram que fazer novos pedidos, garantindo que essa seja uma temporada de pleno emprego na região. Não geramos novos postos de trabalho, mas a renda média do trabalhador cresceu em função das horas extras", comemora Machado.

A volta dos grandes magazines ao mercado nacional, motivada pela desvalorização do real, também é comemorada pelo dirigente. A diminuição da presença das malharias do Sul do Brasil também ajudou nos bons resultados obtidos por Monte Sião. "Depois de cinco anos, os grandes varejistas voltaram a comprar internamente. Chegamos a perder 70% das nossas vendas tradicionais para esses compradores devido à concorrência chinesa. Já recuperamos 50% desse total. Outro ponto importante é que muitas empresas do Sul, que tinham porte maior do que as nossas, fecharam e conseguimos captar parte dos clientes delas. Agora é torcer para que o frio não vá embora tão cedo", avalia o presidente da Acims.

Na Capital, os termômetros podem marcar abaixo de 13,1 graus durante as madrugadas, que é a média histórica. Em agosto, a mínima pode ser inferior a 14,4 graus. Já em setembro, o calor vai aumentar um pouco com a aproximação da primavera e a mínima deve ficar em torno ou abaixo da média para o mês, que é de 16,2 graus.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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