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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 15-06-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Vendas recuam 2,93% na Capital

O segmento que mais influenciou a retração das vendas foi o de veículos novos, usados e peças, com retração superior a 6%/Alisson J. Silva

O comércio da capital mineira segue acumulando resultados negativos em 2016. Acompanhando a tendência de queda verificada ao longo do ano, os números de abril para o varejo não foram diferentes. A pesquisa "Termômetro de Vendas" divulgada ontem pela de Belo Horizonte (-BH) mostra que, no mês, o setor registrou desempenho ruim em todas as bases de comparação. O pior indicador foi o do confronto entre abril com o mesmo período de 2015, que apontou queda de 2,93% na atividade.

Fatores como a alta taxa de desemprego no País e a inflação elevada mais uma vez contribuíram para puxar o índice para baixo. De acordo com o presidente da -BH, , a falta de confiança na política nacional, no entanto, exerce hoje papel fundamental para o desestímulo ao consumo em todo o País. Descrente em uma melhoria no cenário atual, o consumidor tem priorizado cada vez mais a contenção de despesas.

"A falta de credibilidade do governo tem impactado muito nas vendas, porque o consumidor que está empregado hoje, vendo a demissão de um amigo ou parente, acaba optando por fazer o 'pé de meia' para se prevenir. E para juntar dinheiro, é necessário diminuir os gastos. O mesmo acontece com os empresários, que percebendo que as atitudes do governo não geram credibilidade, colocam o 'pé no freio' nos investimentos. Isso ajuda a deprimir o que já está deprimido", avalia Falci.

Os segmentos que influenciaram para a retração das vendas no período foram principalmente os que envolvem o consumo de bens de maior valor agregado, como veículos novos e usados - peças (-6,12%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-5,55%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-3,22%); e ferragens, material elétrico e de construção (-1,65%). Já os setores que apresentaram aumento na comercialização foram: artigos diversos - acessórios em couro, brinquedos, óticas, caça, pesca, material esportivo, material fotográfico, computadores e periféricos e artefatos de borracha ( 3,56%); supermercados e produtos alimentícios ( 2,01%); drogarias, perfumes e cosméticos ( 1,06%) e papelarias e livrarias ( 0,98%).

"Em momento de retração, pessimismo, as pessoas dão prioridade para a compra do essencial. Então, não escapam do consumo de itens como os de alimentação e drogaria. Por outro lado, vemos que a maior queda ocorre na parte que abrange produtos de maior valor agregado, que muitas vezes precisam de financiamento para ser adquiridos. E o financiamento vem sendo cada vez mais restrito e mais caro", explica o presidente da -BH.

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Inflação - Em relação a março, as vendas do comércio varejista da Capital em abril apresentaram redução de 1,92%. Falci interpreta que, nesse caso, o desempenho negativo foi motivado pelo aumento da inflação no período, corroendo ainda mais o poder de compra das famílias. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,61%, contra elevação de 0,43% em março. Os segmentos com queda nesta base se repetiram: veículos novos e usados - peças (-6,18%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (-4,71%); tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-2,07%); e ferragens, material elétrico e de construção (-1,34%).

No acumulado do ano, o varejo indicou retração de 1,80% frente ao primeiro quadrimestre de 2015. Os únicos setores que tiveram alta nas vendas no período foram o de supermercados e produtos alimentícios ( 1,17%) e de artigos diversos ( 0,79%).

De acordo com o presidente da -BH, inicialmente, a expectativa é de que a queda no setor se mantenha nos próximos meses. Falci destaca que para a retomada do crescimento é preciso geração de credibilidade por parte do poder público. "O Brasil é um país muito rico e versátil. Se o poder público demonstrar seriedade e as pessoas perceberem que o Brasil mudou, ou seja, se o governo conseguir gerar credibilidade, pode ter certeza de que vai voltar a entrar dinheiro. Isso acontecendo, o cenário muda com rapidez. A base do desenvolvimento é a confiança", argumentou.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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