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Portal O Tempo ( Cidades ) - MG - Brasil - 03-06-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Experiência ruim leva temor a comerciantes no Barro Preto

Na Savassi, reforma que era esperança para melhorar vendas se transformou em aluguel caro
Levar o belo-horizontino para as ruas e fazer com que ele volte para casa com sacolas de compras é um dos principais desafios do comércio de rua da capital. A concorrência com os shoppings tem causado o fechamento de lojas, um problema não só para a economia, mas que afeta diretamente a vivência da cidade. O modelo de enfrentamento adotado pela prefeitura é a requalificação de áreas comerciais, com melhoria de calçadas, criação de quarteirões fechados e troca de mobiliário urbano. A próxima a ser executada é no Barro Preto, polo da moda de BH, onde lojistas temem ter os mesmos resultados dos colegas da Savassi, que já passou pela reforma.

Em 2012, a Savassi teve quatro quarteirões requalificados. Porém, a inauguração da obra trouxe um aumento repentino do aluguel das lojas, que em alguns casos superou os 100%. O diretor do Conselho Regional da () Savassi, Alessandro Runcini, destaca que uma "visão míope" dos proprietários dos imóveis ajudou a inviabilizar a retomada do comércio de rua da região.

"Do ponto de vista arquitetônico, é notória a melhoria das condições do comércio, mas o aumento abusivo do aluguel inviabilizou algumas lojas que já haviam sofrido com a obra. Esse é um erro, porque a requalificação valoriza o imóvel residencial, e ela depende do sucesso do comércio. Quanto menor o número de lojas, pior para a região", disse.

Patrícia Vilas trabalha há 22 anos na Savassi. Ela viu a região em seu auge e agora lamenta o que caracteriza como uma perda do costume dos clientes de frequentarem o local. "A obra demorou muito, e as pessoas se acostumaram com o shopping. Qualquer obstáculo ao comércio de rua, elas optam pelo shopping", avaliou.

Esperança. Desde o início das obras, 52 lojas fecharam, mas a região ainda tem 1.200 estabelecimentos que mantêm a esperança de reversão dessa tendência, o que depende ainda da melhora da economia do país.

Hoje no Barro Preto, a comerciante Isabel Cristina, 34, teme que tenha que fechar a loja mais uma vez. Ela está no quarteirão da rua Mato Grosso, que vai passar pela reforma. Em 2011, ela trabalhava na Savassi, não conseguiu se recuperar e teve que mudar de ponto em função dos prejuízos. "Na Savassi, a situação não melhorou após a obra, e foi um sofrimento passar por tudo aquilo. Agora, em um momento de crise, vai ser mais difícil sobreviver a outra obra", lamentou Isabel.

Se no comércio em geral a requalificação não ajudou, na gastronomia não há reclamação. Os quarteirões fechados se transformaram em um polo gastronômico, sempre com bom movimento. "Na gastronomia, a Savassi talvez só esteja atrás do bairro de Lourdes. E isso foi propiciado pela reforma, além de ser uma esperança para a região, porque atrai pessoas que poderão virar clientes", pontuou Runcini.

Saiba mais

Obra. Uma das principais queixas dos comerciantes da Savassi é a forma como a obra foi conduzida. Os quatro quarteirões foram fechados de uma só vez, mas, na reconstrução, os trabalhos ficaram concentrados em apenas um deles, o que atrasou a reforma e aumentou o prejuízo dos lojistas.

Redução. Com medo de um impacto muito grande nas vendas, os lojistas do Barro Preto conseguiram reduzir a extensão das obras de 20 para quatro quarteirões. Se a reforma der certo, ela poderá ser estendida aos demais.


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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