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O Globo Online (RJ) ( Boa Chance ) - RJ - Brasil - 29-05-2016 - 12:59 -   Notícia original Link para notícia
Brechós online facilitam acesso a marcas de luxo

Crise e opção por consumo consciente são motivos para revender artigos de grife


Omercado de luxo - destinado a poucos, por definição - tem se tornado mais acessível. O motivo são as lojas online que oferecem peças de segunda mão de grandes marcas, alimentando um segmento que cresce no país.


FOTOS DE DIVULGAÇÃOVariedade. Loja tem oito mil peças, com preços deR$55a R$ 51 mil (!), que passam por rigorosa autenticação


Uma das plataformas é a Etiqueta Única. Criado em 2013, o site viu seu faturamento dobrar no ano passado, alcançando R$ 3 milhões.


Patricia Sardenberg, fundadora da loja, acredita que há uma relação entre o resultado e a crise econômica vivida pelo país.


- A mulher não vai querer se ver livre do luxo, o que vai mudar é o valor que ela paga - avalia.


Mas não é só por motivos financeiros que os chamados "brechós de luxo" são defendidos: Patricia diz que esta também é uma maneira de repensar os hábitos de consumo.


A fundadora, de 29 anos, afirma que havia no Brasil um preconceito contra usar roupas de segunda mão, mas isto está sendo superado.


- Vendendo peças que estão paradas, você pode renovar seu armário - sugere.


A ideia para a loja veio depois que Patricia, formada em design de moda, trabalhou durante quatro anos na Daslu. Lá, percebeu que havia espaço para a revenda de artigos de luxo.


Por isso, organizou um bazar, na garagem dos seus sogros, com roupas suas, de amigas e de clientes.


INVESTIMENTO PESADO


A iniciativa deu certo, e foi repetida algumas vezes. Patricia conta que um indicativo do sucesso foi que algumas amigas suas postavam fotos das roupas nas redes sociais, e recebiam comentários pedindo mais fotos.


- Senti que precisava me profissionalizar, e busquei um plano de negócios - relata.


O plano foi apresentado para um amigo, que fez um investimento de R$ 2 milhões. Hoje, o site tem oito mil peças, com preços entre R$ 55 e R$ 51 mil - o que equivale, em alguns casos, a 95% do valor original.


São mais de 50 mil pessoas cadastradas no site, e metade dos clientes volta a comprar com a loja. É possível parcelar as compras em até 12 vezes.


Uma das principais preocupação dos clientes era com possíveis fraudes. Por isso, uma equipe de quatro pessoas é responsável por fazer a autenticação das peças.


- Cada marca tem características diferentes, como o tipo de costura. Os funcionários têm um olho clínico para isso. Se, no final, resta alguma dúvida, preferimos não aceitar - garante Patricia.


Quem quiser apenas conferir a autenticidade, e não vender uma peça, também pode procurar a empresa.


Patricia explica que os clientes querem também que "façamos tudo por eles". Por isso, é a empresa que busca as peças, lava, fotografa e vende. O fornecedor recebe o dinheiro da compra, e precisa pagar uma taxa, definida caso a caso.


- Não temos uma margem fixa. Sugerimos um valor, baseado em uma pesquisa de mercado - explica.


O estado das peças varia entre os produtos. Roupas e sapatos precisam estar "impecáveis". Já as bolsas (que correspondem a cerca de 40% das vendas) são aceitas algumas com marcas de uso.


Não é só do mundo feminino que vive a loja: Patricia garante receber cada vez mais peças masculinas. Outro público em ascensão é o infantil, já que muitas crianças crescem rapidamente e "perdem" roupas novas.



* Estagiário sob supervisão de Ana Carolina Diniz


Palavras Chave Encontradas: Criança
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