Inadimplência em BH é a maior dos últimos quatro anos

De acordo com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH), a inadimplência na capital cresceu 5,64% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O crescimento é o maior dos últimos quatro anos, nessa mesma base de comparação. Em 2015, a alta no número de pessoas inadimplentes foi de 1,95%. Já nos anos de 2014 e 2013 esses índices foram de 3,59% e 3,22%, respectivamente.

Segundo a economista da CDLCDL/BH, Ana Paula Bastos, um dos principais motivos para o crescimento da inadimplência é o aumento da taxa de desemprego. "Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a proporção de pessoas desempregadas na capital em relação ao total de trabalhadores cresceu 5,88% em março deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano anterior", disse. "Com a perda do salário, o consumidor acaba entrando numa situação financeira delicada. A renda famíliar diminui e a capacidade de pagamento das dívidas fica comprometida", completa.

Na comparação com o mês de março, a inadimplência registrou aumento de 1,48%. O crescimento também é o maior dos últimos quatro anos, nessa mesma base de comparação. "O atual cenário econômico não está favorecendo o equilíbrio financeiro das famílias. Devido ao encarecimento do custo de vida, o orçamento de muitos consumidores vem sendo pressionado e a renda não está sendo suficiente para manter todas as despesas", explica Ana Paula.

Em abril o crescimento da inadimplência entre as mulheres foi de 5,83%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já entre os homens, esse índice ficou em 4,72%. Por faixa etária, o maior número de inadimplentes registrou-se na faixa etária acima dos 65 anos (26,05%). Ana Paula explica que boa parte desses consumidores são responsáveis financeiramente por suas famílias. "Com o aumento do custo de vida essas pessoas estão com mais dificuldades em equilibrar o orçamento", disse.

Já o número de dívidas em atraso na capital registrou alta de 7,03% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior . Quando comparado com março de 2016, o crescimento foi de 1,58%.

Para a economista da CDLCDL/BH, tais dados demonstram como a renda das famílias está sendo impactada pela piora dos indicadores econômicos. "A combinação de inflação alta e juros elevados tem criado um cenário de dificuldades para os consumidores. Afinal está cada vez mais difícil manter as despesas da casa em dia", afirma. "E outro fator que acaba agravando ainda mais a situação financeira das famílias é o aumento do desemprego", finaliza.