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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 15-05-2016 - 13:56 -   Notícia original Link para notícia
Usados rendem bom negócio

Edilaine Cristina Reis, do Retrô Brechó: depois da experiência como funcionária em duas casas similares, apostou na própria loja
Amado, principalmente, pelos mais alternativos, os brechós vieram para ficar e continuam resistindo bravamente, ainda mais durante os períodos de crise e preços abusivos. Para aqueles que não sabem, o brechó foi criado no século 19 por um mascate chamado Belchior, que ficou conhecido por vender roupas e objetos de segunda mão na cidade do Rio de Janeiro. Com o tempo o nome foi se transformando até ganhar a corruptela de brechó. Na verdade, é nada menos do que uma loja de artigos usados, que vende, principalmente, calçados, roupas, louças, bijuterias e objetos domésticos e de arte. Porém, existem alguns que também se aventuram a vender livros, entre outros objetos curiosos.

Atualmente, os brechós são procurados por pessoas de todas as classes sociais, enfim, gente que está em busca de artigos originais e únicos. Alguns chegam a trabalhar com consignação, quando algumas pessoas deixam os artigos para vender e recebem uma parte na venda; outros com escambo, ou seja, na base de trocas. Localizado na Savassi, em Belo Horizonte, o Brechó Outra Vez foi fundado em 2007 por Marly Rodrigues de Oliveira Aleixo. A loja trabalha com consignação e vende roupas femininas, calçados e bolsas contemporâneas.

Há nove anos no mercado, Marly confessa que está feliz com o andamento do negócio. "Quando meus filhos já estavam crescidos e independentes, resolvi voltar ao comércio e montar a loja. Antes, quando solteira, trabalhei no ramo de materiais de construção. Foi uma ótima opção, pois o brechó me ajuda a ocupar o tempo, me faz sentir útil e faço uma coisa de que gosto. Não tive que investir muito dinheiro para montá-lo, pois não precisei comprar nada, uma vez que é tudo consignado", diz a empresária, que emprega dois funcionários.


Marly Rodrigues Aleixo montou uma loja de venda consignada de roupas e gosta do que faz
Marly não vê muita diferença nos brechós. "Confesso que não tenho muito tempo para ver os outros. No Outra Vez, tenho uma clientela fidelizada e o movimento da loja me proporciona faturamento satisfatório. Poderia ser melhor, é claro, mas acredito que a crise pegou todos de uma vez. Para vencer nesse ramo é preciso ter o dom de comercializar, ser empreendedor, gostar do comércio, de vender, de lidar com as pessoas, além de oferecer bom atendimento e produtos de qualidade com preços acessíveis. Também saber que o cliente saiu satisfeito da loja. Não podemos vender gato por lebre", ressalta a empreendedora.

Embora esteja feliz com o Outra Vez, Marly revela que não tem a intenção de abrir outra loja. "Esta já ocupa muito o meu tempo", justifica. Ela não vê maiores dificuldades no ramo e salienta que, em épocas de crise e baixa de vendas, procura intensificar o boca a boca. "Essa tem sido minha melhor mídia nesses anos todos", reconhece.




A estilista Raquel Fernandes se especializou em roupas antigas e gosta de ajudar clientes a investir em peças interessantes
Para Raquel Fernandes, proprietária do Brilhantina Brechó, fundado há 13 anos, o mercado tem mantido a média. "A circulação de roupas cresceu muito, por isso nos brechós a rotatividade de peças também aumentou, com mais pessoas deixando suas roupas aqui para vender." O Brilhantina é especializado em roupas femininas e acessórios para homens e mulheres. Raquel está há 13 anos nesse mercado. "Sempre fui consumidora de brechó exatamente por achar o custo/benefício muito bom. E por me tornar uma consumidora, entrei na área para satisfazer clientes como eu. Hoje, trabalho com roupas antigas, mas que têm modelagem nova, além de acessórios vintage."

Raquel emprega uma pessoa. "Gosto de trabalhar  com consultoria. Acredito que o serviço agregado ao produto seja muito importante. Às vezes, a pessoa não tem um bom acompanhamento na hora da compra. Assim, procuro orientá-la da melhor maneira para que ela faça a compra certa. Acho que isso é um dos diferenciais da minha loja. Trabalho também com locação de chapéus e adereços para mulheres. Principalmente para aquelas que precisam dos acessórios para casamentos ou eventos."

O Brilhantina também trabalha com consignação, na proporção de 50% para cada. Neste ramo, é muito importante o controle de qualidade e focar no cliente com o intuito de satisfazê-lo quanto à compra. "Amo o que faço. Gosto muito de trabalhar neste ramo. Aliás, acredito que quem gosta do que faz se sai bem em qualquer negócio". Ela não pensa em ampliar o negócio no momento. "Quem sabe no futuro?", diz. Para começar um negócio no ramo, Raquel calcula que o empreendedor terá de investir capital na ordem de R$ 80 mil.

GOSTO POR COSTURA E ROUPAS Há 16 anos no ramo, Edilaine Cristina Reis montou o Retrô Brechó, que oferece um pouco de tudo. "Vendo bolsas, sapatos, vestidos, saias, calças e acessórios. A procura maior é pelas roupas e bolsas. Antes de abrir a loja, trabalhei em dois brechós, o que me deu muita experiência para montar meu negócio", conta. Ela não trabalha com consignação. "Vou até a pessoa, faço uma análise do que ela tem para vender e compro as peças. Geralmente, acima de 20. Acho melhor assim", diz Edilaine ou Di, como é conhecida.

O Retrô está completando 12 anos e a empresária não tem funcionários. "Prefiro eu mesma fazer tudo. Faço as compras e estou sempre na loja para orientar o cliente para que ele faça sempre uma boa compra e saia satisfeito com o resultado. Minha mãe era costureira e adoro roupas. Sempre tive a vontade de montar uma grife, mas, infelizmente, é algo muito caro e requer um alto investimento. Diante disso, tive a ideia de comprar roupas de grife seminovas e montar o Retrô."

A empresária não revela números, mas garante que o faturamento é satisfatório. "Acredito que um dos meus diferenciais é o atendimento. Gosto de conversar com o cliente, saber o que ele deseja e assessorá-lo na medida do possível". Edilaine acredita que para vencer nesse ramo é preciso gostar de trabalhar e fazê-lo com amor, ser humilde, ter tino comercial, gostar de moda, ter bom gosto e ser determinado. A clientela, que é fidelizada, é composta por pessoas com mais de 35 anos. "São pessoas de várias classes sociais", revela.


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