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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 13-05-2016 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Dobradinha da confiança anima empresas e bancos

Repercussão positiva da troca de governo, com Meirelles e Goldfajn no comando da equipe econômica, levou instituições financeiras a melhorar projeções para o Brasil neste ano e em 2017
Brasília e São Paulo - Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do presidente em exercício, Michel Temer, começou ontem mesmo a montar sua equipe, que deverá contar com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, para a presidente do Banco Central (BC), banco do qual ele já foi diretor. Confiança é o que a dupla mais transmite a investidores, analistas de bancos e corretoras. Meirelles convidou o especialista em contas públicas Mansueto Almeida para assumir a Secretaria do Tesouro Nacional, que hoje é comandada por Otávio Ladeira. Para a secretaia-executiva da pasta, deverá ser confirmado nos próximos dias o nome do ex-diretor do BC e atual diretor da J&F (grupo JBS), Carlos Hamilton Araújo.

O presidente do BC, Alexandre Tombini, deve ficar no cargo até o começo de junho. Para complementar a nova equipe econômica, eram dados como certos ontem os nomes de Marcos Mendes, consultor do Senado, provavelmente para a Secretaria de Política Econômica e do atual secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Meirelles ainda escolherá o nome do novo presidente do Banco do Brasil, mas não indicará nomes para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa articulação está sendo feita pelo futuro ministro do Planejamento, Romero Jucá.

A confirmação da votação do Senado que afastou Dilma Rousseff do governo foi bem recebida no mercado de câmbio, mas não impediu uma alta de 0,79% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,4727 na venda. Segundo operadores do mercado de câmbio, a procura por dólares persistiu mesmo com a boa recepção à abertura do processo de impeachment no Senado. Isso porque os investidores se mostraram cautelosos em relação às medidas econômicas que deverão ser tomadas, algumas impopulares e que serão alvo de forte oposição.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a troca de presidentes foi recebida sem sobressaltos. À espera do anúncio dos nomes para a equipe econômica do governo de Michel Temer, os investidores mantiveram ao mesmo tempo otimismo e cautela. Com isso, a Bovespa fechou em alta de 0,90%, aos 53 241,31 pontos. A bolsa abriu em alta em torno de 1%, perdeu fôlego no fim da manhã e caiu até 0,65%, mas voltou a subir firmemente à tarde, alcançando alta máxima de 1,96%.

Mal o presidente Michel Temer discursou e anunciou seu ministério, alguns bancos internacionais anunciaram melhores prognósticos para a economia brasileira. O Credit Suisse melhorou a previsão para o Brasil neste ano e em 2017, em nota enviada ontem a clientes. Agora, as novas projeções são de retração de 3,8% em 2016 e crescimento de 0,5% no ano que vem. Antes, as estimativas eram, respectivamente, de queda de 4,2% e recuo de 1%.

O banco norte-americano Morgan Stanley melhorou as previsões de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços do país) do Brasil e reduziu as estimativas de juros e inflação, na expectativa de um cenário menos incerto e turbulento no governo de Temer. A expectativa de contração da economia de 2016 foi reduzida de queda de 4,3% para recuo de 3,8%. Em 2017, a previsão para o crescimento da economia foi elevada de 0,6% para 1,1%. O banco também fez uma estimativa para 2018 de avanço de 2,5% no PIB.

Confiança e desafios O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou, em nota, que o governo de Michel Temer representa a oportunidade de o Brasil se dar conta de que a luta contra a recessão é a "prioridade máxima" do País. A expectativa, conforme o executivo, é de que o presidente em exercício direcione o Brasil a um "novo tempo de solidez, um País pensado para fluir".

Para Trabuco, Henrique Meirelles é o nome certo para dar "estrutura, hierarquia e clareza à política econômica" brasileira. "O Brasil não pode mais ficar aprisionado a esse feitiço do tempo, no qual os dias apenas se repetem. O tempo passa rápido e assim deve ser. Os desafios estão aí para serem vencidos", destacou o presidente do Bradesco, em nota.

O Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) divulgou nota favorável ao processo de impeachment. " Agora terá início um novo Governo. Um novo Brasil, que deve estar unido na busca pela superação da crise e da retomada do crescimento. O diálogo, há tanto tempo ausente do comando da Nação, estará de volta com Michel Temer", diz a nota.

O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, destacou, também em nota, os desafios que o Brasil enfrenta da inflação elevadas, taxas altas de juros e desemprego crescente. Ele disse que o primeiro passo de Temer será "a necessária reconciliação do governo e dos políticos com a sociedade brasleira, de forma a resgatar a relação de confiança que é a base para a garantir investimentos e, por meio deles, viabilizar a retomada do crescimento econômico do país.

A confirmação de Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda é bem recebida pelo movimento varejista de Belo Horizonte, segundo o presidente da de BH (-BH), . "E a expectativa do movimento lojista é que o novo ministro consiga um melhor relacionamento no cenário político. Afinal há mais de um ano a economia do país está estagnada, pois a equipe econômica liderada pelos ex-ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa não conseguiu aprovar sequer uma pauta positiva", disse o empresário em nota.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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