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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 08-05-2016 - 12:29 -   Notícia original Link para notícia
Apostas saudáveis

Alimentação saudável movimenta mercado de R$ 21 bilhões no Brasil. Empresas focam na qualidade, procedência dos produtos e opções para quem quer ter mais saúde e tem alguma restrição



Tina Cotta abriu o Restaurante Light Life há 22 anos, com a filosofia de oferecer alimentação com menos sódio e menos gordura


Preocupação cada vez mais comum entre os brasileiros, ter uma alimentação saudável requer dedicação e tempo. Comer alimentos frescos e preparar comida em casa é tarefa difícil para quem está envolvido na correria do dia a dia. Com isso, boas oportunidades de negócio surgem em um nicho de mercado que atrai cada vez mais o interesse do consumidor. Para se ter ideia, o setor de alimentação saudável movimenta mais de R$ 21 bilhões em todo o país, de acordo com a empresa de consultoria Euromonitor. Entre 2004 e 2009, o salto foi de 83% e, até 2019, a previsão é de crescer 50%. Neste cenário, empreendedores do ramo alimentício podem aproveitar as oportunidades e investir em novas opções de cardápio e produtos.

A analista do Sebrae Minas Michelle Challub orienta a quem tem interesse em investir em alimentos saudáveis ou para quem tenha algum tipo de restrição alimentar, como celíacos, diabéticos ou quem tem intolerância à lactose, até veganos - que não comem nada de origem animal - planejamento bem-elaborado, que vai desde a escolha de fornecedores a funcionários, pois o cardápio fora do comum exige conhecimento. A busca por praticidade no dia a dia faz um modelo de negócio se destacar ainda mais no nicho da alimentação saudável. "O delivery é um mercado que está crescendo muito. Acredito que a alimentação saudável veio casar com a questão da correria do dia a dia, das pessoas que não têm tempo de fazer comida em casa", diz Michelle.

Esse aumento da demanda por comida saudável, sem conservantes e disponível de forma prática, fez a publicitária Mariana Ribeiro abandonar a profissão e investir em um modelo de negócios que conheceu em São Paulo: o delivery de frutas. Assim nasceu a Meu Pomar Delivery, que completa um ano de vida este mês. Antes de apostar todas as suas fichas na empresa, ela avaliou com amigos e parentes a aceitação do projeto em Belo Horizonte. "Minha primeira clientela foi minha rede de amigos. Até para poder testar, ver a quantidade certa da porção, para adaptação do produto mesmo. Depois, pelo boca a boca de quem já comprava, fomos ganhando mais clientes", relata. Trabalhando por anos como freelancer, a empresária decidiu partir para o negócio próprio buscando estabilidade.
Há um ano, Mariana Ribeiro investiu suas fichas na entrega de porções de frutas. Ela já está diversificando o negócio e pensa em crescer


O público-alvo da Meu Pomar Delivery são pessoas sem tempo de comprar rotineiramente frutas, legumes e verduras e profissionais que desejam receber as porções no trabalho. As frutas, higienizadas e picadas, prontas para consumo, são entregues duas vezes por semana em embalagens plásticas, em endereços residenciais ou comerciais. A venda é feita em combos e o preço do pacote mensal pode variar de R$ 97 a R$ 295,80 (dependendo do tamanho e quantidade de porções). Com o crescimento da rede de clientes, o negócio expandiu. "A proposta inicial era só o delivery de frutas. Depois, desenvolvemos novos produtos, como salada no pote de vidro e também o suco detox, que vai congelado para o cliente. Temos a intenção de lançar dois novos produtos, que ainda estão em fase de pesquisa, de elaboração", observa Mariana.

O cuidado na escolha dos fornecedores e produtos é o diferencial da marca. É a própria Mariana quem faz a compra das frutas, legumes e verduras. E disso ela não abre mão. "Gosto de ter o cuidado de escolher as frutas e folhas e todos os produtos. Não deixo ninguém fazer isso para mim", afirma. Com uma base fixa boa de clientes e o investimento inicial completamente recuperado, os planos da publicitária são de expansão, mesmo com o momento ruim da economia do país. Além de planos para expandir o marketing da marca e a panfletagem, ela aposta no boca a boca, confiando que a qualidade de seu serviço e produtos sejam a melhor propaganda.

Uma das vantagens apontadas por Mariana de usar o serviço de entrega de frutas, saladas e sucos é a garantia de produtos de alta qualidade para quem não está acostumado a fazer compras em sacolões, comodidade, economia de tempo e diminuição do desperdício de alimentos em casa.

TENDÊNCIA A busca por melhores hábitos alimentares é diretamente proporcional ao aumento dos índices de enfermidades como obesidade, diabetes, hipertensão e alto colesterol. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 49% da população brasileira a partir de 20 anos está acima do peso. Entre as crianças, o índice de obesos cresceu 300% em 20 anos, de acordo com o Ministério da Saúde (MS).

Sempre figurando entre os cinco negócios preferidos por quem deseja empreender, o ramo alimentício está hoje em terceiro lugar no ranking. E quem investir no nicho da produção e fornecimento de comidas saudáveis, segundo Michelle Challub, do Sebrae-MG, pode ter um diferencial no mercado. "Com o aumento da preocupação das pessoas com a saúde, até as grandes empresas de fast food apostam em opções saudáveis no cardápio. E quem busca abrir um negócio agora tem neste nicho uma boa oportunidade", avalia. Até quem já atua no ramo da alimentação pode explorar a área.

PIONEIRISMO Com 22 anos, a Light Life foi uma das pioneiras da alimentação saudável em Belo Horizonte, buscando proporcionar aos clientes comidas leves, com baixo teor de gordura e sódio. A casa, que começou como uma franquia de doces light, em 1994, hoje é restaurante, lanchonete, empório, delivery e loja virtual.

Consolidado como espaço capaz de oferecer o máximo de produtos para uma dieta saudável ou restritiva em um só lugar, a Light Life segue com um objetivo: "Meu foco principal, que vem desde que abri ,é de alimentação leve e balanceada, com redução de gordura e sódio, para quem quer se manter saudável, emagrecer ou manter o peso. Mas o foco é sempre o mesmo. Se a pessoa, por exemplo, não pode comer glúten, temos o prato sem glúten, mas ele também tem a redução de gordura e sódio", explica a empresária Maria Ernestina Cotta, a Tina, sócia-proprietária da casa.

Com vasta experiência na área, Tina viu o conceito da população mudar com o passar dos anos. Ela se lembra, quando havia acabado de abrir, ao colocar placa provisória com os dizeres light e diet em frente ao restaurante, das torcidas de nariz dos transeuntes. "Hoje, esse mercado cresceu. As pessoas estão cada vez mais conscientes, querendo se alimentar corretamente. Desde o início do Light Life já tinha gente ligada e preocupada com isso, ou que tinha algum problema de saúde, como hipertensão e diabetes. Tenho clientes desde aquela época. Mas hoje o mercado é totalmente diferente", avalia. As duas principais fontes de renda da empresa são o restaurante e os congelados - com embalagem plástica especial para micro-ondas, que não faz mal à saúde. Ela também oferece lanches, sobremesas e produtos dos mais variados no empório.



Palavras Chave Encontradas: Criança
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