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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 14-04-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Dívida atrasada por consumidor cresce 8,11%

Falta de planejamento financeiro é uma das causas do endividamento do consumidor/Alisson J. Silva

O número de dívidas em atraso por consumidor da capital mineira aumentou 8,11% em março em relação ao mesmo mês em 2015. O crescimento do indicador é apontado como o maior dos últimos quatro anos, na mesma base de comparação, de acordo com dados levantados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (-BH) divulgados ontem.

Em relação ao mês imediatamente anterior (fevereiro), o volume de dívidas registrou elevação de 1,53%, índice também considerado o maior nos últimos quatro anos nesse tipo de confronto. Mais uma vez, fatores como a corrosão do poder de compra pela inflação, as altas taxas de juros e a falta de planejamento financeiro estão entre as razões para o crescimento das dívidas entre a população. Os débitos em atraso mais comuns dos belo-horizontinos envolvem contas de serviços básicos como água, luz e telefonia, além de pendências com faturas de cartão de crédito, considerado o grande vilão da inadimplência.

Nos últimos dois meses, a inflação tem apresentado uma tendência de queda no País, o que pode contribuir para a regularização das contas por parte dos consumidores. No entanto, de acordo com a economista da -BH, Ana Paula Bastos, esse movimento de redução do indicador, sozinho, não é suficiente para propiciar uma diminuição das dívidas em atraso. "Cai a inflação, o custo de vida diminui, mas tem um outro fator, o aumento da taxa de desemprego, que pode dificultar o pagamento das dívidas. Hoje, as pessoas que têm uma renda disponível, têm priorizado os recursos para o pagamento das contas de primeira necessidade", avalia a economista da -BH.

O aumento no número de dívidas foi maior entre os homens na comparação por gênero, com o indicador de março fechando com alta de 8,07% em relação ao mesmo mês em 2015. No que diz respeito à faixa etária, novamente a que abrange o grupo entre 50 e 64 anos - a maior parte responsável financeiramente pela família - é superior, com 16,66% de pessoas com débitos atrasados.

Inadimplência - A taxa de inadimplência - pessoas com o nome negativado junto ao SPC - também cresceu em março, alta de 5,22%, frente ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com fevereiro deste ano, houve aumento de 0,93%. Ana Paula Bastos acredita que esses números sofrem a influência da piora dos indicadores de desemprego na capital. De acordo com último dado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi de 7,2% (fevereiro), maior taxa para o mês desde 2008.

"Se a taxa de desemprego continuar elevada, a tendência da inadimplência é aumentar. Agora, essa elevação já era esperada dentro do contexto macroeconômico que vivemos, de alta inflação e níveis de desemprego, mas melhorando essas condições, havendo redução da taxa de juros, a expectativa é de que a inadimplência venha a cair. Por outro lado, hoje esse indicador não tem muito como alcançar picos elevados porque já estamos com o consumo em baixa", afirma.

A economista lembra que o planejamento financeiro é fundamental para evitar a situação de pendência dos consumidores. Segundo Ana Paula, é preciso, antes de tudo, analisar bem a necessidade de efetuar qualquer gasto. "Falamos em planejar antes de consumir.

Se há um cenário de desemprego, inflação alta, tem-se de avaliar o consumo e o peso das prestações no seu orçamento. Ao comprar um bem de alto valor agregado, por exemplo, o ideal é procurar dar uma entrada maior e dividir em menos parcelas. Não tem como deixar de consumir, então, temos de fazê-lo de forma planejada e consciente".


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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