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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 10-04-2016 - 12:32 -   Notícia original Link para notícia
Interação nas redes sociais

Não basta colocar sua logomarca e seu negócio em diversas plataformas. Para ter sucesso e retorno, é preciso avaliar conteúdo e linguagem adequados, dialogar com o cliente e manter atualização constante


Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, Youtube, Linkedin, Medium, blog, Badoo, Flickr, Foursquare, Tumblr, Waze... As redes sociais já estão completamente integradas ao cotidiano da população, principalmente nas grandes cidades. Os smartphones - principal meio de acesso à internet entre os brasileiros, segundo pesquisa divulgada na semana passada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ultrapassando os computadores - pipocam por todos os lados. E, se estar conectado já é imprescindível para a vida de muitas pessoas, para as empresas é uma questão de sobrevivência. Antes ignoradas, as redes de relacionamento ganham cada vez mais atenção de pequenas, médias e grandes corporações.

Mais que do que criar páginas em uma rede social, as empresas têm o desafio de inverter a lógica de marketing do passado vigente até hoje. Coordenador do MBA em Comunicação e Marketing da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, José Coelho de Andrade Albino afirma que muitas marcas simplesmente passam a reproduzir no meio digital as campanhas utilizadas nas mídias tradicionais e que só se dará bem quem passas a pensar de acordo com o funcionamento desses nem tão novos ambientes virtuais.

"Acho que é bom se pensar que as empresas estão migrando da emissão para a interação. Elas estavam habituadas ao monólogo - o diálogo partia só de um lado, elas falavam mas não ouviam. Quando foi para o digital, a primeira ação das empresas foi o que eu chamo de 'tradigital'. Que é fazer o marketing tradicional no digital. Então a empresa pega, por exemplo, um anúncio de revista e joga no Facebook. Pega um VT de televisão e põe no Youtube. Mas continua na visão de monólogo", afirma Albino.

Segundo o professor, o grande diferencial das redes sociais é a interação, o diálogo. Assim, quando os usuários das mídias digitais passaram a reagir com o monólogo das empresas, elas se assustaram, pois tiveram uma noção mais verdadeira e em tempo real do que as pessoas acham de determinada campanha publicitária. "Um exemplo é a campanha da Risqué, empresa de cosméticos, chamada 'Homens que amamos'. Que foi duramente criticada por ser considerada machista. Mas existem vários outros exemplos", acrescenta.

Mas as mídias digitais podem ser uma boa forma de micro e pequenos empresários divulgarem seus negócios. Mais barato que os tradicionais meios de publicidade e com capacidade de divulgação sem limites, as redes sociais vem atraindo cada vez mais empreendedores. Cínthia Demaria é jornalista e proprietária da Chá de conteúdo, empresa especializada em marketing digital e gestão de redes sociais. Ela alerta que não adianta, por exemplo, criar uma página no Facebook ou no Instagram se não existir um planejamento estratégico para a atuação da marca nesses espaços virtuais. "A primeira dica é que não é preciso estar em todas as redes sociais. Mas naquelas que você estiver, tem que ser presente. As pessoas podem estar conversando com a empresa e não ter uma resposta. Se a pessoa não é engajada na página, param de visualizar os posts da empresa. Tem que ter certeza que terá condições de atualizar. Isso é fundamental. Pelo menos umas três vezes na semana, para manter as pessoas que te seguem engajadas", orienta Cíntia.

Criar o engajamento dos clientes usuários de redes sociais pode não ser tão simples. Mais que postar uma ou outra foto, é necessário produzir conteúdo pertinente, ter planejamento estratégico e estar ligado em assuntos em pauta nas redes e saber se apropriar disso em benefício da marcar, produto ou serviço que se oferece. "Se você não está nas redes sociais, o seu cliente está. E ele pode estar falando de você sem seu conhecimento. Então o posicionamento é fundamental não só para a venda, mas também para atender o cliente em tempo real, dar resposta às demandas. Mas também se consegue o lado publicitário que usa a própria experiência do cliente. Como, por exemplo, se um cliente vai a um restaurante, se ele postar uma foto com a hashtag do lugar, na próxima ida ele ganha um desconto de 10%. É fazer com que a própria experiência do usuário se torne uma propaganda. Sabemos que muitas decisões de compras na rede funcionam assim", completa Cíntia Demaria.

A empresária lembra de um caso que seguidores da página de uma empresa de laticínios que atende começaram a reclamar do preço de um determinado tipo de queijo. Após a análise desse feedback dos clientes, foi decidido fazer uma campanha sobre roteiros de queijos pelo mundo, explicando a produção, a forma como cada tipo do laticínio é produzido, agregando valor ao produto. Com isso, o número de reclamações sobre o valor do produto caiu consideravelmente. "É importante prestar atenção ao que o usuário fala. Sempre dizemos para o cliente que cada post tem um motivo. Primeiro é pensar que ele tem que ser estratégico para a empresa e depois pensar que ele pode ser estratégico para o público", afirma.

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POR PLATAFORMAS 

José Coleho Albino explica que, atualmente, poucas empresas conseguem ajustar a voz da marca, sua narrativa para cada linguagem de cada plataforma. Cada rede social tem sua própria forma de dizer, de se apresentar. Assim, é necessário se recriar para cada mídia. "Não é colocar tudo em tudo. É saber qual o assunto o consumidor quer conversar em cada uma das mídias. É criar conteúdo pertinente para gerar engajamento e tornar o cliente cocriador do valor que você vai entregar para ele. A empresa que consegue envolver o cliente, faz dele a melhor pessoa para poder ajudá-la a criar melhores produtos, atendimentos, porque ele se deixa conhecer através do relacionamento que você cria. Antes, construir esse relacionamento era caríssimo. E hoje você consegue isso com custos mínimos", conclui. Então, antes de ingressar em redes sociais ou se quiser mudar a direção da estratégia que adotou até hoje, busque cursos e procure especialistas no assunto para ter uma ação mais certeira. Como alerta Cíntia Demaria, não adianta fazer uma promoção para conseguir seguidores se, depois, não conseguir produzir conteúdos para mantê-los interessados no que a empresa tem a dizer. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de São Paulo oferece um curso on-line à distância chamado Pequenas empresas nas redes sociais, que visa subsidiar a entrada e atuação significativa das pequenas empresas nas redes sociais. A Chá de Conteúdo também oferece cursos para gestão de mídias de relacionamento na internet.


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