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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 09-04-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Fechamento de lojas em BH aos domingos causa polêmica

Lojistas reclamam de custos e shoppings estimam prejuízo de R$ 16 milhões por dia fechado


Em debate. Comerciantes de shoppings reclamam que o movimento de domingo não compensa o custo alto com a mão de obraPUBLICADO EM 09/04/16 - 03h00JULIANA GONTIJO


O fechamento das lojas nos shoppings de Belo Horizonte aos domingos está longe de ser um consenso. Enquanto o Sindicato dos Empregados do Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana (SECBHRM) e alguns lojistas de shoppings são favoráveis, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) é contra. Já a de Belo Horizonte (-BH) defende que o empresário do varejo deve avaliar se abre ou não. Mesma opinião tem o Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), que foi quem trouxe o assunto para debate.

Para a entidade que representa os centros de compra - a Abrasce - a perda do comércio varejista da capital com um dia a menos de atividade seria superior a R$ 67 milhões mensais. "E ainda tem a questão do desemprego. Com um dia a menos de funcionamento, o quadro deve ser reduzido", observa o coordenador estadual da Abrasce em Minas Gerais, Daniel Vieira.

De acordo com ele, domingo é o terceiro melhor dia de vendas dos shoppings, com 14% do total. A primeira posição fica com sábado (24%), seguida pela sexta-feira (16%). Conforme a Abrasce, os centros de compra são responsáveis pela geração de 32 mil empregos na capital e registram faturamento de mais de R$ 16 milhões por domingo.

Outro lado. Entretanto, para um grupo de lojistas, abrir o empreendimento no primeiro dia da semana não vale a pena. Em razão da crise econômica e do alto custo para se manter uma loja nos principais centros de compras, empresários procuraram o Sindilojas-BH para reivindicar o fechamento do comércio em shoppings aos domingos. Para eles, o valor do aluguel dos espaços e os encargos trabalhistas e tributários tornaram insustentável a abertura das lojas.

O presidente da Associação dos Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre Dolabella França, ressaltou que a situação do mercado está muito ruim desde 2015 e este ano piorou. Dessa forma, o custo para o empresário, em especial, para os proprietários de lojas pequenas nos shoppings, chamadas de satélites, é muito alto. "Ficou inviável. Eles não estão suportando mais o custo e a conta não fecha no fim do mês. Os lojistas vão quebrar", diz França.

O dirigente também informou que os lojistas dos centros de compra já sugeriram aos administradores de shoppings soluções para o aumento das vendas aos domingos, como estacionamento gratuito aos clientes e liquidações coletivas. Só que eles ainda não demonstraram interesse em resolver o problema.

Conforme estimativa da entidade, um lojista da capital precisa vender, em média, R$ 3.500 por domingo para que consiga ao menos cobrir os custos.

Trabalhadores. Para o presidente do sindicato dos trabalhadores, José Cloves Rodrigues, apenas os empreendimentos essenciais deveriam funcionar aos domingos. O dirigente diz que não acredita em queda nas vendas para as empresas, pois haveria migração do consumo para outros dias. "As compras poderiam ser feitas no sábado ou durante a semana", argumenta.


Fechados

Lojas
. Hoje, quase metade das lojas de shoppings inaugurados a partir de 2012 está fechada, segundo levantamento da Associação dos Lojistas de Shoppings (Alshop).


Entidades em cima do muro

Ainda neste mês, representantes da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Associação dos Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (AloShopping) e superintendentes de shoppings de Belo Horizonte devem se reunir na sede do Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas-BH) para discutir sobre o fechamento das lojas nos centros de compra aos domingos. "A data ainda não foi fechada, mas deve ser por volta do dia 20", disse o presidente do Sindilojas-BH, Nadim Donato.

Para ele, lojas fechadas aos domingos não significa necessariamente queda nas vendas. "Pode haver migração do consumo para outros dias na semana", diz.

O dirigente afirma que é favorável à liberdade do empresário do varejo, que deve decidir se deve ou não abrir a loja.

. O presidente da Câmara de Dirigente Lojistas de Belo Horizonte (-BH), , tem opinião semelhante ao dirigente do Sindilojas. "As empresas devem avaliar, ver se tem demanda, se faz sentido abrir ou não sua loja aos domingos, seguindo tudo o que determina a legislação trabalhista", diz.

Para ele, em certas situações, como em épocas próximas de datas comemorativas, muitas vezes, vale a pena funcionar. "Há casos também onde apenas uma loja funciona numa região aos domingos. Logo, as vendas acabam se concentrando nesse empreendimento", observa.
Entretanto, Falci observa que os custos aos domingos são altos para o atual momento da economia, com vendas fracas.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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