As contratações temporárias de trabalhadores para atender às vendas do Dia das Mães, comemorado em maio, deverão ser 28% menores frente as do ano passado, somando 23 mil vagas no Brasil, diante da retração das vendas do comércio, associada à queda dos rendimentos do trabalho no país. Desse universo, a indústria deverá abrir 67% dos postos de trabalho. A estimativa foi divulgada ontem em pesquisa encomendada pela Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de Recursos Humanos, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) e pelo Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros de São Paulo.

A projeção é a mais baixa dos últimos oito anos e as chances de efetivação dos trabalhadores foram estimadas em 2%. Segundo a gerente jurídica das entidades responsáveis pelo levantamento de dados, Joelma de Matos Dantas, como as empresas demitiram, como medida para manter sua sobrevivência num momento de crise, precisam de mão de obra para reforçar o atendimento em períodos curtos que antecedem datas comemorativas. Em geral, a indústria é o primeiro segmento que puxa as admissões em contratos temporários.

A pressão dos custos das empresas, no entanto, deverá conter a geração de vagas, pelo menos no comércio, na avaliação da economista Ana Paula Bastos, da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH). "A tendência é de que as empresas continuem com o quadro atual de empregados, tendo em vista os custos elevados, principalmente para os micro e pequenos empreendimentos", afirma.

A pesquisa encomendada pela Fenaserhtt indicou vendedores e promotores de vendas como as funções mais requisitadas para o trabalho temporário no Dia das Mães, seguidos de atendentes, balconistas, repositores, fiscais de lojas e caixas. Dos salários a ser pagos, 64% estão entre R$ 1 mil e R$ 1.320. Os trabalhadores com idade entre 22 e 35 anos tendem a ser os mais procurados.

Agência Estado